As pessoas querem ser enganadas

Um quilo de mentira, por favor!

Há mais ou menos um século, Salvador Dali profetizou:

Um dia terá que ser admitido oficialmente que o que batizamos de realidade é uma ilusão até maior do que o mundo dos sonhos.

O personagem Didi Mocó vivia repetindo nos quadros da Globo:

Me engana, que eu gosto!

Cazuza cantou em verso:

Mentiras sinceras me interessam.

Embora às vezes esqueçamos (deliberadamente), sabemos também que:

As aparências enganam.

Machado de Assis, em Questão de Vaidade (Contos Avulsos) constatava:

A humanidade é feita deste modo: Dispensa a verdade, uma vez que lhe preguem uma mentira lisonjeira.

Também Freud constatava o mesmo:

As massas nunca tiveram sede da verdade. Elas querem ilusões e não vivem sem elas.

E Nietzche:

Por vezes as pessoas não querem ouvir a verdade, porque não desejam que as suas ilusões sejam destruídas.

E Wilde:

Pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente fatal.

E Sagan:

Pode ser perigoso acreditar nas coisas só porque você quer que elas sejam verdadeiras.

O ditado popular diz que:

Não basta ser bom, é preciso parecer bom.

No Brasil imperial, pressionados pela Inglaterra, criamos a lei dos Sexagenários, em que escravos com mais de 60 anos estariam livres. O detalhe é que nenhum escravo chegava aos 60 e, dos que chegavam, não havia como comprovar, uma vez que escravos não tinham certidão de nascimento.

Era uma lei…

…pra inglês ver.

Aqui também temos um ditado que resume nossa escravidão às aparências:

Santo de casa não faz milagre.

Pode ser o melhor dos santos, mas se conhecemos sua humanidade, perdemos a fé. Não basta ser santo, tem que parecer santo.

Atualmente, estamos aprendendo que

Status é comprar o que você não quer,
Com o dinheiro que você não tem,
Pra mostrar pra pessoas que você não gosta,
aquilo que você não é.

As Pessoas Querem Ser Enganadas

Esta é a conclusão que cheguei de uns anos pra cá.

Em 2015 havia chegado a essa impressão de que vivemos uma vida fake:

Vai um café? – Sem cafeína, por favor. Com leite? (só se for sem lactose) Mais tarde, uma cerveja, sem álcool. E a carne, de soja. E o chocolate, sem açúcar. Adoce, com adoçante. Caminhe, sobre a esteira. Pedale, na ergométrica. Aprecie a paisagem, do seu fundo de tela. Acaricie os bichos… de pelúcia. (Leia mais em Paranoias)

No entanto, esta percepção se firmou desde que tentei alguma coisa com o Marketing Digital, e recentemente, observando o comportamento das pessoas durante o desdobramento da pandemia.

Marketing e Publicidade

Publicidade é mentira legalizada. Herbert George Wells

Atuar no Marketing digital foi decepcionante. Porque vivenciei na prática algo que já havia percebido no segmento da publicidade: que para vender, você tem que aumentar, enfeitar, engrandecer o produto, isto é, basicamente mentir sobre ele para as pessoas. Senão elas não compram.

Descobri que o produto que mais vende na internet é a mentira.

Até mesmo no marketing pessoal.

Quanto mais mentira, melhor.

Mas isso não é o mais curioso. O mais curioso é que, se você faz um anúncio honesto, dizendo exatamente o que o produto faz, nem mais nem menos, ele não vende.

Durante muitos anos eu produzia web-sites para um amigo que os agenciava. Para os clientes, esse rapaz dizia que tinha contato direto com uma produtora de sites em São Paulo. A produtora na verdade era eu. O fato de ter um site produzido em São Paulo contava muito para os clientes, pelo que pagavam o dobro do valor normalmente cobrado na região.

As pessoas querem ser enganadas.

Televis... digo, Telementiras

Televis… digo, Telementiras

Televisão e Mídia

Praticamente tudo que vemos na televisão é ficcional, ou seja, não são verdades estritas, ou seja, são mentiras.

Novelas e filmes, que ocupam boa parte das grades de horário, são ficções por excelência.

Jornais sempre manifestaram a tendência muito mais a militar “por um mundo melhor” do que informar. Mas atualmente essa militância está escancarada. Boa parte das “notícias” possuem algum viés relacionado a racismo, homofobia, feminismo, ambientalismo e, se não tem, costumam fazer juízo sobre os eventos, em vez de expô-los ao público para que este tire sua conclusão.

E é notório, não só no jornalismo televisivo, o quanto desde sempre jornalistas editam e manipulam matérias e entrevistas, publicando somente o que de alguma forma consideram relevante aos seus interesses.

Lobo em pele de Cordeiro

Lobo em pele de Cordeiro

Este é um problema antigo que ganhou nome atual: As Fake-news, esse fenômeno curioso em que as pessoas confiam demais em autoridades midiáticas, as quais não têm o menor compromisso com a verdade. O curioso é que hoje, fake-news não é mais uma narrativa mentirosa sobre um fato. Fake-news se tornou também um contra-argumento para a notícia que a pessoa não gosta, mesmo que seja verdadeira.

As pessoas querem ser enganadas, e, se preciso for, enganam a si mesmas. A realidade nua e crua é demais para elas.

Não se importam em lidar com o lobo, desde que ele esteja vestido em pele de cordeiro, pouco importa se logo mais ele vai lhes devorar.

Arte e Ilusão

Já havia comentado aqui neste texto, sob o título Sociedade Netuniana, o quanto a imagética contemporânea da sociedade é baseada em fantasias, ficções, ilusões e o quanto o mundo do entretenimento e das artes nos vendem realidades virtuais e imaginárias…

…ou… …mentiras.

Há vários exemplos: praticamente tudo em termos das artes, como pintura, ilustração, fotografia, cinema, teatro, literatura é imaginário, é ficcional, é faz-de-conta, é de mentirinha. Abaixo, um exemplo simples e convincente:

Criando mundos

Criando mundos – foto original

Criando mundos

Criando mundos – fantasia

As duas imagens acima mostram o antes/depois de um trabalho de edição criativa no photoshop (veja o trabalho inteiro). Agora projete que praticamente tudo que você vê nas mídias é alterado e “melhorado” assim, em algum grau.

Já em 2010 isso já me espantava.

Falamos que os drogados estão fugindo da realidade. Na verdade, todo o nosso entretenimento é baseado em vivenciar realidades imaginárias e idealizadas. O que é aquele cineminha massa com a namorada do que 2 horinhas de fuga para mundos incríveis? Ou as emoções tão vívidas de um teatro? Ou as horas já perdidas em games ou em vídeos do youtube?

Fugas do tédio, nada mais que fugas.

Overdoses de ilusão, injetadas diretamente no cérebro.

No meu entender o ser humano tem duas saídas para enfrentar o trágico da existência: O sonho e o riso. Ariano Suassuna

Até a maquiagem que a mulher utiliza visa projetar uma imagem melhorada – e mentirosa – de si mesma. O Instagram é baseado nisso. A totalidade das mais lindas beldades naquela rede social estão hiper-maquiadas, e as fotos que vemos ainda passam por filtros antes de serem publicadas; todas as mulheres do Instagram pelas quais os homens se derretem não existem na realidade, são produções artificiais; no dia a dia são tão normalzinhas quanto qualquer um de nós. Mas parecer melhor do que se é não é exclusividade feminina. Aquele grau que o rapaz dá no visual, a musculação na academia, ou aquele carrão do ano que ele tá pagando em 250 vezes pra bancar um status melhor, é pra mostrar-se – ou mentir-se – melhor do que é para as meninas.

O que eu trago de novo aqui agora – ao menos para mim, é novo – é que as pessoas querem loucamente viver nesse mundo imaginário.

A realidade como ela é, é insuficiente para as pessoas.

As pessoas querem muito ser iludidas.

Vacina e Tratamento Precoce: 2 Mentiras

Nas discussões a respeito do tratamento do COVID, temos o embate dos adeptos do Tratamento Precoce contra os adeptos das Vacinas.

O ser humano consegue ser binário até nas piores situações, e isso seria risível se não fosse ridículo.

Qualquer pessoa séria e minimamente cética sabe que tanto o tratamento precoce quanto a vacina têm eficácias questionáveis. Nesse infeliz ano de pandemia, vi médicos sérios, até de outros países, reconhecerem que hidroxicloroquina e ivermectina foram eficazes em situações consideráveis, não, porém, em 100% dos casos. NO ENTANTO, as vacinas também não são eficazes em 100% dos casos, e a prudência aconselharia um pé atrás com vacinas feitas em tão pouco tempo e tão pouco testadas. Só na Noruega, nesta semana, 33 idosos morreram, mesmo sendo vacinados. Aí os vacinaminions bradam: “Ain mas não há vinculo entre a morte (de TRINTA E TRÊS pessoas) e a vacina.”

Ok. Mas morreram, não morreram?

Morreram.

Pois bem.

O que eu quero dizer aqui é: Tratamentos precoces e Vacinas são mentiras que trazem conforto, esperança e a sensação de que “algo está sendo feito” diante de uma catástrofe global contra a qual muito pouco pode ser efetivamente feito.

Eu, daqui do alto do meu anonimato, quero mais é que, mesmo que as vacinas não funcionem, que todos sejam vacinados quantas vezes quiserem.

Deixa esse povo se enganar e parar de encher o saco. Enquanto isso, para a infelicidade da nossa miserável condição humana, o vírus fará seu satânico trabalho e, depois de ceifar a vida de quem veio levar, desaparecerá.

Se o povo se importa mais com a aparência dos fatos do que com o fato em si, que morra tranquilo.

E vacinado.

Porque o que o povo quer mesmo é viver no conforto gostosinho e quentinho do engano.

O Teatro das Máscaras

A não ser os mais ingênuos, todos sabemos que as máscaras não funcionam para conter o COVID. Talvez funcionem, mas usam tão mal, no queixo ou cobrindo a boca e expondo o nariz, que acaba não funcionando. Talvez funcionassem, se usássemos o tempo todo, mas andar com a máscara e retirá-la ao sentar acabará fazendo com que não funcione.

É como disse um conhecido: Calças não seguram nem um peido, será que máscaras finíssimas segurarão um vírus ultramicroscópico? Óbvio que não.

Mas a questão não é a máscara, se funciona ou não funciona.

A questão é que a população é infantil demais, quer que os governantes “cuidem delas” (dai-me paciência, Senhor).

Então os políticos fingem que estão fazendo algo, tipo, obrigando o uso da máscara.

E as pessoa fingem que algo está sendo feito; que se protegem, e que estão protegendo umas as outras.

E ficam bravas com quem não usa a máscara.

As pessoas querem ser enganadas.

Política

A política nos escancara diariamente, por um lado, a limitação intelectual geral das pessoas e, por outro lado, a má-fé, a dissimulação, a malícia intencional e perversa de líderes políticos e intelectuais.

Diante  de manifestações dúbias e incoerentes desses líderes, alguns ironizam, pensando que é dissonância cognitiva, duplipensar ou ignorância.

Não é.

Alegar tais falhas é presumir ingenuidade ou falta de noção da própria incoerência por parte desses intelectuais. Não! Eles sabem muito bem o que dizem. É canalhice, dissimulação, é intencional, malicioso, há intenção deliberada por trás. É tão maquiavélico quanto o bandido que nega o crime em pleno flagrante. Visam confundir o eleitorado ignorante para manter o apoio

E a intenção última por trás desse ajuste constante das narrativas é, SEMPRE, poder e dinheiro.

Soma-se esta malícia de políticos e intelectuais, à quase inanição intelectual do povo; os idiotas úteis, a massa de manobra.

Há uma extrema dificuldade nas pessoas em discernirem entre o dito e o feito, entre o discurso e a prática, entre o aparente e o real, entre a narrativa e o fato, entre a causa e o resultado.

As pessoas querem se sentir bem.

Nem que para isso tenham que ser enganadas.

Atualização

Ontem, 10/03/2021, em agência bancária, um gerente que andava pela sala falou ao ouvido do meu atendente: “Viu o discurso do Lula? Um show!”

No twitter, encontrei hoje isso aqui:

Me engana que eu gosto

Mente pra mim, vai Lulinha. Vai! Delíciaaaaa!

E isso aqui:

Lula, meu herói

Lula, meu herói, me engana bem gostoso, vai!

A paixão política é doença e somente o ceticismo pode curá-la.

Algo em comum entre Lula, Dilma e Bolsonaro, é que são presidentes que se comunicam pessimamente. Além de que são políticos e evidentemente MENTEM para defender seus pontos de vista.

Mas os 3 indivíduos que citei acima acharam lindo o discurso.

É inacreditável como parte da população clama por ser enganada e fica empolgada quando acontece.

A ingenuidade é tanta que se emocionam com um discurso bonito e palavras confortáveis…

…pouco importa se mentirosas.

A Angústia é o preço da Lucidez

A realidade é dura. O mundo é inóspito. A natureza é impiedosa. O tempo é entediante.

Nós arrastamos correntes presos ao chão deste planeta ao mesmo tempo tão lindo e tão indiferente.

Enxergar a realidade deste prisma, cara a cara com a vida como ela é, gera angústia.

Nem todos estão preparados pra tanto.

E se você fala a verdade a elas, ficam bravas, revidam.

Porque elas preferem ser enganadas.

Por isso as pessoas anseiam por serem enganadas. Elas querem ouvir mentiras confortáveis. Palavras doces que as iludam quanto à dureza da vida. Ou se distraem da própria existência sob o efeito de álcool, cannabis, tabaco, cocaína, entre outras drogas. Algumas até compradas nas farmácias.

Politicamente correto, a fantasia ideológica

É assustador que o desenvolvimento intelectual, que era para tornar estudiosos mais lúcidos, acaba deixando-os dopados por ideologias, mais cegos que muito religioso fanático.

Sinto dó quando percebo como há especialistas em dissimular evidências.

Especialistas em manipular palavras para dizer o que acreditam, para me convencer do que prefeririam que fosse verdade, para SE convencerem do que lhes soa melhor.

As pessoas preferem acreditar naquilo que elas preferem que se seja verdade. Francis Bacon

Como se isso fosse ALTERAR a REALIDADE.

Especialistas em ver e não enxergar.

Especialistas em insultar a lógica.

Especialistas em atenuar, se demais, em acentuar, se de menos, em desbaratinar, se estou atento, em me ignorar, quando estou apontando: “Olha, ali, a realidade”.

Reis dos eufemismos politicamente corretos, criando cortinas de palavras neutras que suaviza a realidade aos olhos sensíveis de seus pares.

Porém o desenho de uma rosa não é A rosa, e a história contada num livro não é A história real, vivida, muito mais complexa.

Embora desconfortante, é compreensível. Estes especialistas no auto-engano também perceberam que é melhor viver na fantasia, do que nessa realidade sem graça e violenta.

Moral hipócrita

Tudo que a sociedade rejeita como imoral tem um quê de correto, e tudo que é avaliado como moral não é mais do que o contentamento em saber que os outros não fazem o que gostariam de fazer, porque, ou não tem coragem, ou alguém os ensinou que não deveriam fazer.

Adágios culturais e preceitos religiosos nos mostraram o mundo através de um determinado ponto de vista moral, tido como ideal. Mas o esquema geral das coisas é apresentado publicamente como um conto-de-fadas, em uma inversão total, 180 graus mesmo, da realidade concreta, da vida e das pessoas, aquela que acontece na clandestinidade.

Ao público, os bons costumes; a sós, costumes clandestinos.

Presunção de Honestidade

Eu não sei exatamente por quê, mas nós temos uma tendência natural a acreditar nas pessoas.

Talvez porque projetamos nossa honestidade nos outros. Se não costumamos mentir, presumimos que os outros não fariam isso conosco.

Somente os mentirosos são desconfiados.

Isso é tão forte, que é amplamente utilizado por desonestos. Mesmo numa situação de flagrante delito, eles vão negar. E negando, provocam confusão nas testemunhas e na autoridade, porque elas presumem que ninguém mentiria e lhes dão o benefício da dúvida. A história fica mal contada e o bandido ganha tempo, quem sabe, ganha a liberdade.

“Não é o que você está pensando”, afirmam. E pedem: “deixa eu explicar”, que, traduzindo, ficaria “deixa eu te enrolar, deixa eu te confundir, deixa eu fazer rodeios e te convencer que você não viu o que acabou de ver, em suma, deixa eu mentir pra você”.

E você, torcendo pra não precisar tomar nenhuma atitude drástica, adotará a postura moconiana:

“Vai lá, me engana que eu gosto”

Trago seu Amor em 3 dias

Neste texto eu havia comentado o método pouco ético com que tarólogos e outros profissionais das artes divinatórias utilizam para vender suas consultas. No texto eu comento:

As pessoas comuns estão de modo geral desesperadas por respostas na vida. Porque a vida, vocês sabem, não se caracteriza por nos conceder assim qualquer certeza a respeito das coisas.

Negócio muito melhor do que pescar ilusões é vender certezas.

Assim, esses tarólogos aparecem nessas lives, oferecendo breves consultas “grátis”, via sorteio, para quem mais compartilhar a live em grupos. E no meio da live ela fica repetindo que, para quem quiser uma consulta particular, é só chamar inbox. Num dos comentários, uma troux… digo, espectadora da live suplicou por uma consulta dizendo que compartilhou a live em 40 grupos.

O modelo de negócio é: Oferecer migalhas em troca de ampla divulgação gratuita em milhares de grupos. E a certeza que desses milhares de compartilhamentos vão surgir algumas dezenas de consultas particulares.

E aqui temos dois problemas:

O prevalecimento desses profissionais em cima das pessoas desesperadas por alguma certeza a respeito do próprio futuro; e o próprio desespero das pessoas por alguma certeza, alguma esperança, o que as torna presas fáceis para qualquer vendedor de certezas que encontrem pelo caminho.

As pessoas PRECISAM de alguma esperança, e a esperança não deixa de ser um tipo de auto-engano; uma mentirinha repetida para si mesmo, na própria voz ou na voz de um esotérico: Está ruim, mas vai melhorar. 

Vai melhorar, mesmo que eu me sinta caindo num precipício.

Amor?

Ser amado pelas pessoas exige muito trabalho e esforço pessoal. Você precisa ser legal com todo mundo o tempo todo. Ou seja, precisa fingir, enganar, mentir para todo mundo, o tempo todo. Ricardo Chicuta

As vivências do amor quase sempre são um atraente teatro de máscaras, em que encarnamos certos personagens constituídos pelo melhor de nós mesmos… …entre maquiagens e carros do ano.

E temos o infeliz amor platônico, o mais ficcional dos amores.

E nem precisa ser muito platônico. Não há estatísticas que deem conta do quanto as pessoas se apaixonam por personagens idealizados montados sobre pessoas reais cheias de problemas.

O que faz do casamento uma longa, cara e infeliz cura para a doença da paixão.

Dercy Gonçalves já alertava:

Se você ama uma pessoa, não conviva com ela.

Respeitar os sentimentos

Respeitar os sentimentos alheios é basicamente falar o que a pessoa quer ouvir para não se ofender.

Um homem que não mente para uma mulher tem muito pouca consideração pelos sentimentos dela. Olin Miller

Ofensas são quase sempre o encontro com a verdade.

A sinceridade é a virtude louvada com mais hipocrisia, porque quem mais alardeia a importância da sinceridade, é o que menos aguenta um pingo sequer de… verdade.

Às vezes, a verdade parece ferir mais que metal.

Palavras me machucam, fale com cuidado (minta) comigo

Palavras me machucam

Para que não sejam ofendidas, as pessoas preferem ser enganadas.

Me diz que é mentira!

Sei de um caso real, relativamente recente, que reproduziu certa cena ilustrada por Machado de Assis em Memórias Póstumas de Brás Cubas.

A esposa vivia um caso com um colega de trabalho. Um dia o marido recebe uma carta anônima denunciando as aventuras da esposa. O marido chama a esposa e lhe entrega a carta, esperando a confissão. Ela, porém nega a denúncia com veemência.

Era tudo que ele queria ouvir.

Já pensou ter que desfazer um casamento? Separar os bens, enfrentar a pressão dos amigos pelo perdão? Fardo por demais pesado.

Bem mais pesado que um suposto par de chifres, desmentido, logo mais, esquecido…

Às vezes, para evitar a fadiga, as pessoas esperam com todas as forças que sejam enganadas.

Hipócrita ou Cínico?

Se você fala o que as pessoas querem ouvir, se torna falso, hipócrita, e agrada os outros, mas desagrada a si mesmo.

Se você fala o que pensa, se torna cínico, e agrada a si mesmo, mas desagrada os outros.

E aí, como faz?

O jeito é ficar quieto mesmo!

***

Conhecereis a Verdade e a Verdade vos Libertará