O dicionário explica a Verdade como “1 – Aquilo que corresponde à realidade; 6 – A exatidão de uma representação em relação ao original em que se baseou”. Assim entendo que encontrar a verdade é compreender o nível mais profundo da realidade. Porém a consciência da complexidade da natureza da existência, esta que tomamos como realidade, nos leva a crer facilmente que sua compreensão última e definitiva jamais será alcançada.

Mas o homem tenta. Encontrei esse interessante trecho sobre os vários modos como abordamos essa questão tão abstrata, que é a verdade:

Há uma corrente de pensamento, bem conhecida e que ostenta considerável número de adeptos, que sustenta não haver nenhuma verdade além daquilo que se pode perceber com os órgãos sensoriais do corpo e instrumentos técnicos, sendo, por essa razão, uma completa perda de tempo esforçar-se em sua busca. Uma outra concepção admite existir uma verdade que tudo abrange, mas considera o ser humano incapacitado para descobri-la e assimilá-la. Uma terceira corrente advoga então que cada qual tem a sua própria verdade, que seria assim múltipla, não existindo, portanto, uma verdade única. A quarta suposição crê na verdade revelada por alguma religião, considerando-a como a única legítima, de modo que as verdades sustentadas por outras crenças são tidas como falsas ou distorcidas. Uma quinta suposição é a defendida por inúmeros movimentos esotéricos, que afirma que uma pessoa pode atingir níveis cada vez mais elevados de consciência (ou algo semelhante) e assim aproximar-se mais e mais de uma verdade, desde que iniciada nas práticas secretas da respectiva agremiação. Também aqui, cada uma dessas entidades possui a sua própria verdade.

Há ainda uma outra linha, muito pouco conhecida e considerada, que afirma existir, sim, uma verdade única e absoluta, e que o ser humano pode obtê-la até um certo grau desde que preencha determinados requisitos próprios, requisitos esses que nada têm a ver com exterioridades, como nível cultural ou condição social, mas que dizem respeito, exclusivamente, ao seu âmago, isto é, ao próprio espírito humano. Roberto Junior

As maiores sagas pessoais que já ouvimos ou viremos a conhecer foram aquelas motivadas pela busca da verdade.

Como a verdade não é uma ideia nem um estado íntimo padronizados – pois a minha verdade não é a sua verdade – essa busca é sempre muito pessoal e muito subjetiva…

…como é pessoal e subjetiva toda espiritualidade. Quase todas essas trajetórias ricas e intensas em busca da verdade pessoal envolvem a espiritualidade.

O pessoal das religiões até tenta, a intenção deles é boa (e por isso o inferno deve estar lotado 🙂 ) mas nenhuma religião vai proporcionar o que só aquela que a fundamenta – a espiritualidade – pode proporcionar ao indivíduo.

A verdade não é algo que se aprende e se entende. É algo que se experimenta, é algo que se sente, como todo evento espiritual. E também como todo sentimento, seu nome é incapaz de reproduzi-lo. O mapa não é o território. Falar de amor não é o mesmo que amar e sentir-se amado.

Quando lhe damos um nome, não podemos encontrá-la, e quando a encontramos, não podemos dar-lhe um nome. Autor desconhecido