O mundo em que nós vivemos não é perfeito.

A vida não é cor de rosa.

O nosso mundo real é, na verdade, bem tosco, grosseiro, rústico e impiedoso, onde, na natureza mais virgem, animais ainda caçam uns aos outros para sobreviver, e passam fome e sofrem com as intempéries do clima.

O mundo não é naturalmente justo, nem próspero.

O natural é a competição e a escassez.

Lembrando que escassez é um eufemismo para MISÉRIA.

Nesse mundo, sobrevive o mais forte e mais adaptável, e MORRE o mais fraco e preguiçoso.

Só pelo fato dos humanos terem criado essa sociedade fantástica, já merecem um prêmio, ou no mínimo, reconhecimento.

Já fizemos, como humanidade, mais do que era a nossa mera obrigação de sobreviver na selva.

Então você acessa a internet (um avanço fantástico dentro de uma sociedade já fantástica) e o que você encontra?

Um pensamento idealista e generalizado especialista em encontrar injustiças, como se a injustiça fosse uma invenção contemporânea, e não, algo que faz parte da própria natureza caótica da existência.

Um pensamento obcecado por encontrar e criar vítimas e coitados, como se num momento pré-civilização todos tivessem acesso igualitário a uma justiça plena e infalível.

A notícia é péssima: Esse momento nunca existiu (aliás, só existiu em mitos como o Jardim do Éden).

Se hoje você já reclama da vida com todo esse sistema incrível de produção de alimentos, roupas, casas, transporte (e ar-condicionado), se vivesse na pré-história, já teria se suicidado…

(…ops, na verdade, talvez, nem isso, porque na idade da pedra não havia prédios para se jogar, nem cordas para se enforcar, nem remédios para se dopar. Aquela época era tão ruim, mas tão ruim, que nem se matar direito você poderia.)

Enfim, esse pensamento que valoriza o fraco e o coitado está ultrapassando o limite a que se propõe, de considerar sua dignidade mínima, para colocá-los no alto do podium.

E as grandes mentes da humanidade, cientistas e empresários, que poderiam ajudar a sociedade a ir ainda além, estão sendo vilanizadas, como se fossem culpadas por existirem fracos, vítimas e coitados num mundo inóspito onde as diferenças e a injustiça são a regra, e não, a exceção.

Quando na verdade são gênios que permitem que a miséria e as injustiças não sejam ainda maiores.