Abaixo, trecho do diálogo entre os personagens Emerson e Valdo, do livro Tudo tem seu preço, de Zibia Gasparetto (ditado por Lucius).

– Engana-se, Valdo. Cada pessoa cria o próprio destino. Aquilo em que você acredita, sua maneira de ver o mundo, suas ilusões, suas atitudes formam o ciclo de experiências que você vai atrair no dia-a-dia. Quando você muda suas crenças e reformula seu mundo interior, toda sua vida muda.

– Isso não é possível. Como eu posso mudar os outros só mudando meus pensamentos?

Quando você muda suas crenças, você modifica suas energias e são elas que movem todos os acontecimentos à sua volta. Pode crer. Você (o personagem Valdo), por exemplo, acredita que é inteligente, bonito, privilegiado. Vive de bem com a vida e por isso é aceito por todos com prazer. Aonde quer que vá, espalha energias positivas, alegres, e as pessoas sentem isso e recebem-no com satisfação. Já uma pessoa insatisfeita, que se sente inadequada, mal-amada, emana energias desagradáveis, e as pessoas não a tratam com a mesma atenção com que tratam você. Já reparou isso?

E aí, já reparou isso? Eu reparo a cada segundo. Esta percepção nos permite entender praticamente toda situação particular das pessoas. E nos permite compreender que está tudo certo e justo do jeito que está, por mais que não pareça.

As pessoas dormem na cama que arrumam.

Elas recebem da vida o que oferecem.

Elas estão onde se colocam.

Não existe vítimas.

Timidez, autoestima e atitude

Publiquei alguns textos recentemente que tratam da timidez, e ainda vou publicar outros. Porque tenho entendido que a timidez, na forma de auto-anulação, é o ponto-chave que ditará o (in)sucesso de uma pessoa na vida. E por sucesso entendamos realização autêntica e felicidade considerável, e não, poder ou dinheiro.

Este tema se tornou forte para mim depois que encontrei o blog Sai timidez, de um autor anônimo. Li todos os textos do blog e selecionei os principais, que estão sendo republicados aqui neste site com a tag timidez. Se você compreende o que eu quero dizer aqui, recomendo que os leia. O estilo dos textos selecionados varia bastante, por isso não se sabe se todos foram escritos pelo autor do blog, portanto publicarei apenas indicando a fonte de onde os retirei.

Pois bem! Se eu pudesse resumir o ser humano, para compreender por quê as coisas são como são, eu diria que na sociedade existem as pessoas ativas e as pessoas passivas; as extrovertidas e as introvertidas; as desinibidas e as tímidas.

As extrovertidas, apesar de todos os problemas que podem ter, porque também são humanas, tendem, de modo geral, a se realizarem mais e melhor na vida. As introvertidas tendem a anularem-se e refugiarem-se em casa e em si mesmas. E tendem a desqualificar fortemente o mundo dos extrovertidos, numa atitude ressentida que só revela que o que mais queriam era conseguir não ver tanto problema nas coisas e participar da festa da vida junto com os outros.

Mas não conseguem. E por que não conseguem? Eu diria que é por falta de autoestima, e pela consequente auto-imagem bastante negativa que têm e constroem, de si mesmas.

Essa é uma condição particular terrível e devastadora, porque, como diz este texto, independente de quaisquer problemas ou limitações que o tímido alegue que tenha, e que esteja supostamente impedindo-o de fazer o que queria fazer, a verdade é que neste exato momento há outras pessoas no mundo que também tem o mesmo problema / limitação MAS que estão lá, fazendo exatamente o que querem.

Eu não temo nem um pouco em dizer que esta é uma das grandes verdades finais da vida:

Quem não quer fazer algo, encontra uma desculpa. Quem quer, encontra um jeito.

Mas porque os tímidos são especialistas em desculpas?

Porque eles se têm em baixíssima conta, não gostam de si mesmos(as), não gostam do que são (ou do que percebem ser), se acham inferiores, menores, fracos, feios, incompetentes e por consequência, NÃO MERECEDORES, e projetam que os outros pensam tudo isso deles.

E se não se acham merecedores do que querem, não fazem nada, não tomam qualquer atitude, acham que nada vale a pena, e então se fecham num mundo isolado e seguro. Mas infinitamente triste. E em meio a essa total passividade, normalmente amam e muito admiram as pessoas ativas, extrovertidas, que se animam pra fazer qualquer coisa. Tanta energia e alegria de viver os contagia, porque no fundo é o que mais queriam para si.

Quando nos abandonamos, queremos achar alguém que venha a preencher o buraco que nós cavamos. A insatisfação, o vazio interior se transformam na busca contínua de novos relacionamentos, cujos resultados frustrantes se repetirão. Cada um é o único responsável pelas suas próprias necessidades. Só quem se ama pode encontrar em sua vida Um Amor de Verdade. Zibia Gasparetto

Entretanto, quanto mais deixam de focar em si mesmos para focar nos outros, mais desprovidos de energia ficam, porque a energia vai para onde está nossa atenção. E essa energia, se demasiada, não vai tardar em regar um sentimento muito destrutivo, a inveja.

Enfim! Quem sente culpa, quem não se respeita, quem acredita que vale pouco, costuma atrair situações negativas e parceiros afetivos problemáticos, numa forma de auto-punição. Tudo de modo inconsciente, e por atração. Basta olhar a vida que têm, e os sujeitos com quem andam.

A saída para os tímidos

A citação que inicia este post diz o seguinte:

Quando você muda suas crenças, você modifica suas energias e são elas que movem todos os acontecimentos à sua volta.

Tudo começa com as próprias crenças a respeito de si mesmo(a). Talvez você se ache inferior, pequeno, fraco, feio e incompetente. E talvez você seja mesmo tudo isso. Neste caso, suas crenças estão certas. Então surge uma pergunta sobre essa questão:

Até quando tem que ser assim?

E outra pergunta:

O que você tem feito para mudar isso?

E ainda outra:

O que você está fazendo até hoje que não tomou qualquer iniciativa para melhorar a si mesmo(a)?

Esperar alguém vir lhe salvar de sua condição miserável? Pois não virá.

Então fica a sugestão: Comece a fazer coisas legais e diferentes. Um curso, um livro, um estilo musical diferente, uma viagem para onde nunca foi, um ambiente que nunca frequentou, um esporte diferente, um estilo de vestir diferente etc, etc, etc.

Atitudes assim vão ajuda-lo(a) a construir uma pessoa melhor e mais rica: Rica de vivências. Essas vivências vão ajudá-lo(a) a se virar melhor na vida e com os outros, e essa capacidade adquirida fortalecerá sua própria autoestima e por consequência, suas crenças a respeito de si mesmo(a) melhorarão bastante, atraindo coisas ainda mais legais para a sua vida.

Voltando ao tema das suas crenças pessoais, por outro lado, talvez você se ache inferior, pequeno, fraco, feio e incompetente. Mas talvez não seja tudo isso. Certamente e muito provavelmente você já tem muitas coisas boas em si que não valoriza. Então vale a pena parar de dramatizar e seguir a mesma sugestão acima:

Comece a fazer coisas legais e diferentes. E a desenvolver ainda mais aquilo que você já tem de bom.

Não pelos outros, mas por você mesmo. Porque você gosta, você quer e acha que vai ser bom para você.

Se você existe, é porque merece.

Dessa forma estará deixando de focar os feitos dos outros, e estará focando em si mesmo(a).

E com o tempo, estará sendo exatamente como aquelas pessoas que tanto admira.

Porque enfim passou a cuidar de si.

Ressentimento

Os tímidos devem tomar um cuidado especial com a armadilha do ressentimento. Também conhecido como recalque, ressentir-se é desqualificar aquilo que se quer. Não esqueça, quem desdenha quer comprar.

E o que isso tem a ver com crenças?

TUDO.

Na medida em que você sente raiva de algo, por mais que intimamente queira muito, você acaba se afastando inconscientemente do que sente raiva. Isso se chama auto-sabotagem.

Os tímidos carregam (e se comprazem) uma aura de serem inteligentes. De gostarem de coisas superiores, e costumam menosprezar coisas populares, supostamente inferiores…

…e que são as mais divertidas.

É mais inteligente deixar o orgulho de lado, e admitir o que se quer.

E todo mundo quer rir, se divertir e ser feliz.

Medo

Todas as desculpas que um(a) tímido(a) pode encontrar para NÃO fazer as coisas vêm de um motivo só: MEDO.

Medo de que, ao dar a cara a tapa, todas as ideias negativas que ele(a) tem de si mesmo(a) se confirmem.

O que ele não percebe é que ao não fazer nada, se escondendo e fugindo da vida, ele já estará confirmando a ideia mais negativa sobre si mesmo: a não existência. Não participar é não existir. Existir menos. Fugir das coisas, eventualmente, para poupar-se num momento difícil é até aceitável e compreensível. Fazer isso sempre, é covardia. Deixa-se de ser forte ao enfrentar a vida, para ser forte enfrentando a solidão e o nada.

Não sei o que é pior.

O medo paralisa. E a preocupação que precede o ato também atormenta. Já li vários livros tratando do tema e a ÚNICA resposta possível para o medo e para a preocupação é uma só:

ATIVIDADE, AÇÃO.

Faça exatamente o que teme, enfrente como um guerreiro enfrenta o inimigo, e verá o inimigo enfraquecer, sumir, derrotado.

Eu quero é fome

A escritora Adélia Prado tem um dizer fantástico:

Não quero faca, nem queijo; quero é fome. Adélia Prado

O resultado das crenças limitantes são o ressentimento e o medo. E ambos podem confundir-se com a apatia e a preguiça. Muitas vezes o(a) tímido(a) até tem várias oportunidades de fazer algo diferente por si mesmos(as). Mas não fazem, e não fazem porque estão apáticos e acham que não vale a pena.

Falta-lhes a FOME a que Adélia Prado se refere.

Fome de viver, na forma de interesse, curiosidade, ânimo e disposição.

Os livros da Zibia Gasparetto

Já li alguns livros da Zibia. Um deles, O Advogado de Deus, me ajudou muito, pois o lia enquanto passava por uma grande frustração. Recentemente me vieram parar nas mãos dois livros dela, doados por uma tia. Eu não pretendia ler, e ficaram aqui um tempão, até que separei-os para doação, e lá ficaram. Então uns dias antes de doá-los, ao acessar um site de venda de livros, lá estavam os dois livros que eu pretendia doar, para a venda. Achei MUITO curiosa esta coincidência, afinal, poderiam surgir ali quais quer outros livros. Mas lá estavam justamente os dois que eu estava prestes a doar e então, me perguntei se de repente não deveria tentar lê-los. Coisa de gente que acredita em sinais (apesar de já ter se dado muito mal por essa mania rs)

No momento sigo a leitura do Tudo tem seu preço. A história está bem interessante.

De modo geral, verdade seja dita, se você leu 3 ou 4 livros dela, leu todos. Isto porque eles seguem uma mesma linha: Uma história bem brasileira, com personagens bem brasileiros vivendo dramas bem brasileiros. No meio da história sempre tem um personagem muito sábio que já se ferrou muito na vida, mas que soube tirar grandes lições dos revezes, e então vai se saindo com suas mensagens de sabedoria, iluminando o caminho de quem passa por ele. E eu, que muito me identifico com essa busca por sabedoria, devo dizer que gosto dessa linha literária. E as mensagens de sabedoria entremeadas na história são ditas também de um modo bem brasileiro, fazendo com que sua compreensão e APREENSÃO sejam plenas, diferentemente do que ocorre com textos traduzidos. E assim aprende-se muita coisa, tal como na mensagem acima citada.

Veja várias citações já retiradas por mim dos livros da Zibia Gasparetto.

Conheça também Luiz Gasparetto e suas mensagens sempre muito práticas e objetivas.