Texto Publicado em 1 de agosto de 2017, atualizado com novas imagens em 21 de maio de 2020.

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A internet é um instrumento fabuloso de instrução e estudo gratuitos, quando se escolhe utilizá-la para tais fins.

Sempre tive um interesse intenso por Arquitetura, embora não tenha escolhido esta área para a dedicação profissional, infelizmente.

Dentro da arquitetura, o que mais me atrai são os estilos arquitetônicos de cada época. E assim, pesquisando esporadicamente sobre prédios antigos da cidade de Itajaí, fui, aos poucos e sem querer, descobrindo o que foi um dia nossa antiga e mais charmosa capital brasileira, o Rio de Janeiro.

Foi no Rio de Janeiro que o Brasil começou a ser o Brasil que conhecemos hoje, após a vinda da família real portuguesa para lá em 1808. Praticamente tudo que você leu ou ouviu falar sobre a história brasileira, aconteceu lá. Você pode nunca ter pisado no Rio, mas certamente há muito do Rio de Janeiro dentro de você, principalmente da riquíssima cultura brasileira que teve no Rio seu berço e depois foi propagada pela carioquíssima Rede Globo (para o bem e para o mal) para todos os rincões deste incrível e mal conduzido país.

Que possamos resgatar, preservar e cultivar nossa história, para que não repitamos os velhos erros, e possamos viver mais acertos. Faço aqui minha parte com a seleção de textos e imagens abaixo.

Trilha sonora

Este é um post longo, e é sobre as primeiras décadas do século XX. Sugiro se ambientar na brasilidade carioca com esta sequência de Chorinho:

Dê o play acima e… Boa viagem (ao passado)!

A Avenida Central

As fotos que seguem mais abaixo fazem parte de um estudo pessoal, motivado por mera curiosidade e verdadeira paixão pela arquitetura antiga (e um sério questionamento sobre a “arquitetura moderna”), além de uma admiração já não muito recente, saudosista, pelo que um dia foi nosso ainda lindo Rio de Janeiro.

Avenida Rio Branco - Palácio Monroe

Avenida Rio Branco – Palácio Monroe

Tudo começou com uma pesquisa dos prédios mais antigos das cidades de Itajaí e Joinville, a primeira onde me criei, e a segunda, onde nasci e tenho parentes. De foto em foto antiga, disponíveis no Google Imagens, me deparei com o demolido Palácio Monroe, do Rio antigo, triste descoberta que me abriu os olhos para esta questão da precária preservação do patrimônio arquitetônico brasileiro e que resultou neste post.

Não sou muito viajado, mas tive a oportunidade de viajar a Buenos Aires e a Montevidéu. Voltei dessas viagens encantado com a rica arquitetura do início do século XX ainda bem preservadas em ambas as cidades, e cismado com o fato das duas maiores cidades brasileiras, Rio e São Paulo, ambas tão antigas quanto as capitais que visitei, não terem também belas avenidas marcadas por prédios históricos.

A partir do Monroe fui descobrindo que o Rio de Janeiro teve esta avenida, mas deixou que fosse destruída pela ganância de empresários descompromissados e descaso dos arquitetos modernistas com nossa tradição.

Fui encontrando dezenas de prédios antigos do Rio, boa parte construídos na Antiga Avenida Central e, infelizmente, a maioria também demolido. Uma vez que percebi que a maioria dessas fotos estava sumindo dos servidores de imagens, achei interessante recolhê-las no meu servidor e assim, disponibilizá-las neste post, junto a alguns interessantes comentários sobre a antiga Avenida Central:

Av Rio Branco – 1910

A Avenida Rio Branco, para aqueles que não se lembram, é a antiga Avenida Central, inaugurada aos 15 de novembro de 1905 como parte de um projeto de modernização da cidade do Rio de Janeiro e como prova definitiva de que éramos “civilizados”. Foi uma obra concebida pelo engenheiro Paulo de Frontin que depois virou elevado e foi a pique vitimado pela “stress corrosion”, como se disse à época. “João do Rio a definiu como “esse grande Sabá arquitetônico de dois quilômetros”, por onde passa “o Rio inteiro, o Rio anônimo e o Rio conhecido”. Fonte

Av Rio Branco – 1906 – Pessoas Passeando – Um ano após a inauguração da iluminação incandescente

Concluída em apenas 20 meses e 7 dias, na inauguração, estava com 30 prédios prontos, 85 em andamento e apenas 4 terrenos a venda.

Estava toda pavimentada, arborizada, iluminada e com calçadas para pedestres feitas em pedra portuguesa formando desenhos artísticos, estas foram obra de 32 mestres calceteiros vindos de Portugal, cedidos pela Câmara de Lisboa.

A Avenida recebeu 53 paus-brasil e 358 jambeiros, para torná-la mais bela e fresca.

Foi planejada para ter 33 metros de largura e 1.800 metros de extensão, as calçadas tinham sete metros de largura e ainda foi previsto um refúgio para pedestres entre as duas pistas, o canteiro central, com árvores e postes de iluminação.

Para sua construção a equipe, encontrou diversos obstáculos nas condições topográficas, por exemplo o corte nos morros do Castelo e de São Bento. Também a resistência de seus antigos moradores e a opinião de políticos e da imprensa.

No projeto, seus idealizadores e construtores puderam com a sua construção, superar a largura da Avenida de Mayo, em Buenos Aires, o que ficou como motivo de orgulho, em quase tudo que se faz lá, está a velha competição por superar algo já feito.

Foi inaugurada em 15 de novembro de 1905, com grandes chuvas desde a véspera e com duras críticas da imprensa no tratamento às questões sociais que o empreendimento gerou.

André Costa

Av Rio Branco – 1906 – Rua do Ouvidor com rua Miguel Couto – À esquerda, o prédio do Jornal do Commercio

Na época da inauguração, a Avenida Central fazia a ligação do mar com o mar, pois a área onde hoje fica o Aterro do Flamengo ainda não existia. No ato da inauguração, a avenida contava com 30 prédios acabados, 85 em fase de construção, todos respeitando um padrão arquitetônico inspirados nos moldes parisienses.

Inaugurada com o nome de Avenida Central, a via foi rebatizada em 21 de fevereiro de 1912 em homenagem póstuma ao Barão de Rio Branco, um diplomata brasileiro responsável por garantir o acesso às fronteiras brasileiras.

A partir dos anos de 1940 as técnicas de arquitetura avançaram e evoluíram. Como consequência dessa evolução, os novos prédios que ali estavam sendo construídos acabaram perdendo o padrão respeitado pelos antigos, o que acabou descaracterizando-a arquitetonicamente. Fonte

Fotos da Antiga Avenida Central e Rio Branco

Esta pesquisa obteve fotos disponibilizadas na internet, através do Google Imagens. A fonte de informações sobre cada uma delas é escassa ou inexistente. A maioria das fotos abaixo foi tirada pelos fotógrafos do início do século XX – Marc Ferrez e Augusto Malta. Outras autorias são desconhecidas. Se você eventualmente conhece, indique na parte de comentários deste post. A maioria delas estão expostas em arquivos virtuais como o Instituto Moreira Salles, o Brasiliana Fotográfica e outras coleções particulares disponíveis e online.

O intuito da exposição abaixo é meramente de resgate histórico e de identidade – carioca e brasileira. A sequência das imagens segue uma ordem aproximadamente cronológica, e vão de 1904, época da abertura e construção da Avenida Central, até 1950, época em que os prédios começaram a ser demolidos. Finalizamos, por fim, com duas imagens de 2016, ambas retiradas do aplicativo Google Street View.

Anos 1900

Av Rio Branco – 1904 – Marc Ferrez – Vários Terrenos vazios e o Teatro Municipal ainda em obras – Acervo FBN

Avenida Rio Branco - 1904

Avenida Rio Branco em obras – 1904

Av Rio Branco – 1904 – Da Rua Sete de Setembro para a Prainha

Av Rio Branco – 1904 – Da Rua Sete de Setembro para Santa Luzia

Av Rio Branco – 1904 – Terrenos com o início das obras

Nesta foto acima, além de uma Avenida Central recém aberta, com as obras dos prédios ainda em seu início, destaca-se a Igreja da Candelária, o histórico Morro do Castelo e o Pão de Açúcar.

Construção da Avenida Central - 1904

Construção da Avenida Central – 1904

Acima, da esquerda para o centro da imagem, vemos o quarteirão entre as ruas da Assembléia e 7 de Setembro, onde aparecem o edifício da Casa Lopes Fernandes & Cia. em fase de construção, a Casa Barbosa, Freitas & Cia, a loja de Mme. Rosenvald (que entre 1910 e 1911 também sediou o Cinema Kosmos) e a sede do jornal “O Paiz”.

Av Rio Branco – 1905 – Prédios já em fase adiantada de construção

Nesta foto acima, em sentido oposto da foto anterior, também destaca-se ao fundo a Igreja da Candelária e o Morro de São Bento.

Av Rio Branco – 1905

Esta foto acima foi tirada do mesmo lugar, porém pouco tempo depois do que a foto anterior. Percebe-se duas obras bem em meio às fotos. A mais adiantada é do prédio da Cia Guinle, a outra, do Jornal do Commercio.

Avenida Rio Branco - 1904 - A esquerda o morro do Castelo que seria destruído no início dos anos 20 - Foto Marc Ferrez

Avenida Rio Branco – 1904 – A esquerda o morro do Castelo que seria destruído no início dos anos 20 – Foto Marc Ferrez

Inauguração

Inauguração da Avenida Central - 15 de novembro de 1905 - Foto de Augusto Malta - Arquivo - Geral da Cidade do Rio de Janeiro

Inauguração da Avenida Central – 15 de novembro de 1905 – Foto de Augusto Malta – Arquivo – Geral da Cidade do Rio de Janeiro

Os primeiros Carnavais na Avenida Rio Branco

Av Rio Branco – 1906 – Carnaval – À esquerda, prédio que fazia esquina com a Rua dos Ourives (atual Miguel Couto)

Avenida Rio Branco - Cinelândia

Avenida Rio Branco

Av Rio Branco – 1910 – Carnaval por volta de 1910 – Prédio do Jornal do Brasil se destacava

Av Rio Branco – 1917 – Corsos

Acima, é Carnaval, e carros desfilam na Avenida Rio Branco, esboçando aquilo que décadas depois se tornariam os magníficos carros alegóricos da Sapucaí.

Av Rio Branco – 1928 – Corsos no Carnaval

Outras imagens dos primeiros anos da Avenida Central

Av Rio Branco – 1906 – Marc Ferrez – Jornal O Paiz à direita e prédios comerciais

Av Rio Branco – 1906 – Prédios Comerciais

Av Rio Branco – 1906 – Pessoas Passeando – Um ano após a inauguração da iluminação incandescente

Av Rio Branco – 1906 – Pessoas Passeando na região da atual Cinelândia

Av Rio Branco – 1906 – Rua do Ouvidor com rua Miguel Couto – À esquerda, o prédio do Jornal do Commercio

Avenida Rio Branco - Jornal do Commercio

Avenida Rio Branco – Jornal do Commercio

Avenida Rio Branco - Jornal do Commercio 3

Avenida Rio Branco – Jornal do Commercio a esquerda, Hotel Palace a direita

Av Rio Branco – 1906 – Rua Sete de Setembro – Ao centro o prédio do Jornal O Paiz e à direita o Clube de Engenharia

Av Rio Branco – 1906 – Próximo à Praça Mauá

Nesta foto acima, o prédio sozinho na quadra ao centro ainda resiste.

Av Rio Branco – 1906 – Destaque para o prédio em estilo gótico

Av Rio Branco - 1906 - 2

Av Rio Branco – 1906

Av Rio Branco – 1906

Av Rio Branco – 1907 – Apenas Terreno do Hotel Palace vazio no centro da imagem – Marc Ferrez

Av Rio Branco – 1907 – Marc Ferrez

Av Rio Branco – 1907 – Rua Sete de Setembro – Acervo FBN

Av Rio Branco – 1907 – Acervo FBN

Av Rio Branco – 1907 – Acervo FBN – Prédio do Jornal do Brasil somente na estrutura

Av Rio Branco – 1909 – Prédio do Jornal do Brasil ainda em Construção

Avenida Rio Branco - 1908 - Clume Militar e Convento Dajuda

Avenida Rio Branco – 1908 – Clume Militar e Convento Dajuda

Av Central - Departamento de Immigração - info no txt

Av Central – Departamento de Immigração

Sobre esta imagem acima, uma descrição mais detalhada:

Vista tomada em direção à Praça Marechal Floriano.

À esquerda, a esquina com a Rua São Bento e o edifício nº 21, 23, 25, 27, projetado pelo arquiteto Joaquim Bejarano e que sediou o Departamento de Immigração.

No canto direito (ao fundo), a esquina com a Rua Mayrink Veiga e o edifício nº 22, 24, 26, sede da Companhia E. F. São Paulo e Rio Grande e, mais adiante, a Caixa de Amortização.

Fotógrafo / editor: A. Ribeiro.

Cartão-postal circulado em 1908.

Anos 10

Av Rio Branco – 1909 – Teatro Municipal – Marc Ferrez

Avenida Rio Branco - ~1910

Avenida Rio Branco ~1910

Av Rio Branco – 1910

Na foto acima, destaca-se a sede da empresa Guinle & Cia, da poderosa família Guinle, que construiu além deste, outros cinco prédios na Avenida Central.

Av Rio Branco – 1910 – Região da Cinelândia, com o Clube Militar se destacando no centro da imagem

Av Rio Branco – 1910 – No centro da imagem, prédio que fazia esquina com a Rua dos Ourives (atual Miguel Couto)

Av Rio Branco – Guinle e CIA e Casa Colombo – Foto de A. Ribeiro

Nesta foto acima, destaca-se à direita, os prédios da Guinle e Cia e o prédio da Casa Colombo. Entre as cúpulas destes dois prédios em primeiro plano, percebe-se a cúpula da Catedral da Candelária, situada mais longe, porém parecendo estar perto devido aos efeitos da lente tele-objetiva.

Av Rio Branco – 1910

Av Rio Branco – 1910 – O prédio à esquerda ainda resiste, era o antigo Café Simpatia, à direita, parte do Café Persa, demolido

O Café Sympathia, que também pode ser visto na imagem abaixo.

Avenida Rio Branco - Esquina com Rua Buenos Aires.

Avenida Rio Branco – Esquina com Rua Buenos Aires.

Av Rio Branco – 1910

Av Rio Branco – 1910 – Teatro Municipal à Esquerda e Faculdade de Belas Artes à Direita

Avenida Rio Branco - 1916

Avenida Rio Branco – 1916 – Foto tirada do Morro do Castelo na direção do Teatro Municipal

 

Av Rio Branco - 1910 - Início da avenida, na Praça Mauá

Av Rio Branco – 1910 – Início da avenida, na Praça Mauá

 

Avenida Rio Branco - ~1915

Avenida Rio Branco – ~1910

Av Rio Branco – 1910 – Rua do Chile (Atual Rua da Ajuda)

Avenida Rio Branco - ~1915 (2)

Avenida Rio Branco – ~1915

Avenida Rio Branco - ~1920 (2)

Avenida Rio Branco – ~1920

Av Rio Branco – 1912 – Visconde de Inhaúma

Av Rio Branco – 1912

Av Rio Branco – 1913 – o Clube de Engenharia se destaca à esquerda, com Jornal do Brasil mais ao fundo. À direita, a torre mais alta é do Jornal do Commercio.

Av.Central em 1910 na altura da rua Miguel Couto com a Ouvidor. Bela arquitetura que se perdeu em tão pouco tempo. Marc Ferrez

Av.Central em 1910 na altura da rua Miguel Couto com a Ouvidor. Bela arquitetura que se perdeu em tão pouco tempo. Marc Ferrez

Avenida Rio Branco - com Visconde de Inhaubama - 1910

Avenida Rio Branco – com Visconde de Inhaubama – 1910

Av Rio Branco – 1915 – Início na Praça Mauá

Av Rio Branco – 1915 – fachadas do Jornal O Paiz e Clube de Engenharia

Avenida Rio Branco - Casa Arthur Napoleão, Clube de Engenharia, esquina da Rua Sete de Setembro e a redação do Jornal O Paiz

Avenida Rio Branco – Casa Arthur Napoleão, Clube de Engenharia, esquina da Rua Sete de Setembro e a redação do Jornal O Paiz

Av Rio Branco – 1915

Edifício LaFont - Av Rio Branco

Edifício LaFont – Av Rio Branco

Edifício Lafont (depois rebatizado Palácio Rio Branco). Localizava-se na esquina da Av. Central e Santa Luzia. Foi durante anos o primeiro (e único) prédio de apartamentos luxuosos da cidade.

Era,segundo relatos da época, o retrato do que havia de melhor da arquitetura francesa. Seu interior era cópia fiel das mais luxuosas “maisons” parisienses do início do século.

Infelizmente, como quase tudo que existia naquela área, foi demolido.

Fonte/Pesquisa – Hemeroteca Digital Brasileira

Anos 20

Av Rio Branco – 1919

Av Rio Branco – 1919

Av Rio Branco – 1919 – Jornal do Commercio à Esquerda, e Jornal do Brasil à Direita

Avenida Rio Branco - 1920 - altura da Rua Buenos Aires, sentido Cinelândia - N. Viggiani

Avenida Rio Branco – 1920 – altura da Rua Buenos Aires, sentido Cinelândia – N. Viggiani

Av Rio Branco

Na imagem acima está a Associação dos Empregados do Comércio (o prédio branco, que no seu térreo tinha a Sorveteria Alvear e onde funcionou também Casa Limoges de Porcelanas), seguido pela Casa Arthur Napoleão, de instrumentos e partituras musicais, o Clube de Engenharia (vencedor do Concurso das Fachadas, promovido pela Comissão Construtora da Avenida) e a redação do Jornal O Paiz, nas esquinas com a rua 7 de Setembro. Fonte

O mesmo prédio da AEC pode ser visto nas imagens abaixo, à direita, seguido por mais dois prédios comerciais menores – aparentemente o primeiro seria o Cinema Pathé e o segundo desconhecido – e a base do prédio do Jornal do Brasil ao centro da imagem.

Av Rio Branco – 1920 – AECRJ – Cine Pathé – edifício não identificado – Edifício do JB

Avenida Rio Branco - 01

Avenida Rio Branco

Av Rio Branco – 1920

Av Rio Branco – 1920

Av Rio Branco – 1920

Avenida Rio Branco - 1914

Avenida Rio Branco ~1915

Avenida Rio Branco - À esquerda, o edifício nº 155-157-159 que sediou o Café Frontin, além dos jornais A Imprensa e A Plateia

Avenida Rio Branco – À esquerda, o edifício nº 155-157-159 que sediou o Café Frontin, além dos jornais A Imprensa e A Plateia

Av Rio Branco – 1920

Av Rio Branco – 1920

Avenida Rio Branco - ~1920 (3)

Avenida Rio Branco – ~1920

Av Rio Branco – 1920 – Hotel Avenida e Galeria Cruzeiro

Av Rio Branco – 1920 – Esquina com Av Almirante Barroso – Hotel Palace e Jockey Club

Av Rio Branco – 1920

Avenida Rio Branco - ~1920

Avenida Rio Branco ~1920

Av Rio Branco – 1920 – Vista para o Norte

Av Rio Branco – 1920

Anos 30

Avenida Rio Branco - Graf Zeppelin - 1930

Avenida Rio Branco – Graf Zeppelin – 1930

Av Rio Branco – 1928

Av Rio Branco – 1928

Av Rio Branco – 1930

Av Rio Branco – 1930 – Os automóveis instalando o caos na avenida

Avenida Rio Branco - Direção à Praça Mauá. Trecho próximo à esquina com a Rua General Câmara, demolido para abertura da Avenida Presidente Vargas.

Avenida Rio Branco – Direção à Praça Mauá. Trecho próximo à esquina com a Rua General Câmara, demolido para abertura da Avenida Presidente Vargas.

Av Rio Branco – 1930 – Do Hotel Avenida (esq) até o Jornal do Brasil (dir)

Av Rio Branco – Vista do Palácio Monroe

Av Rio Branco – 1930 – Jockey Club (esquerda) e Clube Naval (direita)

Av Rio Branco – 1930 – Corsos

Avenida Rio Branco - Primeiros Edifícios

Avenida Rio Branco – Primeiros Edifícios

Av Rio Branco – Final dos anos 30 – Os primeiros prédios “modernos” já despontavam

Av Rio Branco – 1930

Avenida Rio Branco - 1930 - Inspiração para Artistas

Avenida Rio Branco – 1930 – Inspiração para Artistas

Tragédia

Avenida Rio Branco - 1930 - Incêndio que destruiu o prédio do jornal O Paiz

Avenida Rio Branco – 1930 – Incêndio que destruiu o prédio do jornal O Paiz

Este foi dos fatos que marcaram o início do fim da avenida como era conhecida. Avenida Rio Branco esquina com Rua Sete de Setembro. Incêndio que destruiu o prédio do jornal O Paiz durante a Revolução de 1930, que pôs fim à República Velha –  No lugar foi construído o prédio da Assicurazioni Generali de Trieste e Venezia.

Anos 40

Av Rio Branco – 1940

Av Rio Branco – 1940 – Início – Estátua Barão de Mauá

Av Rio Branco – 1940

Avenida Rio Branco - ~1940

Avenida Rio Branco – ~1940

Anos 50

Av Rio Branco – Final dos anos 40

Av Rio Branco – 1950 – Prédios modernos já dominavam a avenida e os remanescentes agonizavam.

Cinelândia

A Cinelândia é a região que compreende o início da Avenida Rio Branco ao sul, junto à praça Marechal Floriano Peixoto, onde resistem ainda boa parte dos antigos prédios e é onde ficava, até 1974, o Palácio Monroe, talvez a maior perda de todas sofrida pela antiga Avenida Central.

Cinelândia – 1906 – Vista do Teatro Municipal – Convento da Ajuda onde virá a ser a Praça Mar. Floriano Peixoto em breve. Prédio da Justiça Federal em obras.

Avenida Rio Branco - Cinelândia - ~1915

Avenida Rio Branco – Cinelândia – ~1915

Cinelândia – 1910

Cinelândia – 1920

Cinelândia – 1920

Avenida Rio Branco - Cinelândia em 1927

Avenida Rio Branco – Cinelândia em 1927

Avenida Rio Branco - Cinelândia - ~1910

Avenida Rio Branco – Cinelândia – ~1930

Cinelândia – 1930

Cinelândia – 1940

Edifícios da Cinelândia

Edifícios da Cinelândia

Cinelândia – 1940

Avenida Rio Branco - Cinelandia em 1941

Avenida Rio Branco – Cinelandia em 1941

Avenida Rio Branco - 1934 - 1936 - Fonte Deutsche Fotothek - Fotógrafo Erwin Scheu

Avenida Rio Branco – 1934 – 1936 – Fonte Deutsche Fotothek – Fotógrafo Erwin Scheu

Avenida Rio Branco - Praça Marechal Floriano

Avenida Rio Branco – Praça Marechal Floriano

Acima, detalhes:

Praça Marechal Floriano

À direita, o Palácio Pedro Ernesto, projetado pelo arquiteto Heitor de Mello e construído entre 1919 e 1923.

À esquerda (ao fundo), o monumento ao Marechal Floriano Peixoto, o Palácio Monroe e os edifícios que compõem o entorno do chamado “Quarteirão Serrador” (popularmente conhecido como Cinelândia).

É possível notar que o edifício do Cinema Pathé estava em fase de construção (seria inaugurado em 01/10/1928).

Fotógrafo / editor: desconhecido.

Cinelândia – 1949

Avenida Rio Branco - Palácio Monroe - 1912

Palácio Monroe – 1912 – O grande símbolo da região

Panorâmica

Av Rio Branco – Visão Geral do início da Avenida na região da Cinelândia, ainda sem os prédios ao lado da Praça Mar. Floriano Peixoto e com o histórico Morro do Castelo logo antes de sua remoção. Na foto encontram-se, da direita para a Esquerda: Palácio Monroe, Prédio desconhecido, Clube Militar, Prédio da Justiça Federal, Biblioteca Nacional (o maior), Teatro Municipal e já na esquerda, o Hotel Palace.

Avenida Rio Branco – Hoje

Hoje, o que temos no mesmo espaço, com exceção dos 10 prédios que resistiram à atrocidade cometida contra o patrimônio arquitetônico carioca, é apenas mais uma avenida, como tantas outras, sem identidade, sem alma e sem graça, alheia como a vida de seus passantes, apressados e ansiosos.

Av Rio Branco – 2016

 

Avenida Rio Branco - 2018

Avenida Rio Branco – 2018 – Google Earth

Avenida Rio Branco - Quando havia uma Avenida

Avenida Rio Branco – Quando havia uma Avenida

Crime

Na minha opinião, crime é a única palavra que define a atrocidade cometida contra a Avenida Central.

Eu honestamente acho que o que aconteceu com a avenida nas últimas décadas do século passado foi uma atrocidade contra a memória do Rio de Janeiro.

Mas eu também não acho que TODOS os prédios da primeira geração de edifícios da Avenida Central deveriam ser preservados sem exceção. Havia ali muitas aberrações arquitetônicas, é verdade. Alguns edifícios tinham estilo holandês, outros tinham estilo árabe e alguns outros tinham um estilo meio gótico, meio château (ou castelar, imitando castelos, como a casa Mauá), estilos que claramente não tinham nada a ver com o Rio de Janeiro, mesmo o Rio de 100 anos atrás.

Porém a maioria dos edifícios da Avenida Central antiga adotavam o estilo francês beaux-arts, embora tenha se convencionado o uso da palavra “eclético” para enquadrar tal estilo numa intenção claramente depreciativa, partindo, evidentemente, de arquitetos modernistas e seu ódio contra as tradições arquitetônicas clássicas. O fato é que o estilo beaux-arts influenciava a arquitetura de todos os grandes centros da época, de Nova York a Buenos Aires, o que fazia dele um estilo bastante razoável para ser adotado, por ser da época, por ser ocidental e por ser definitivamente, um estilo bonito.

Acredito, sobretudo, que ao menos os prédios mais icônicos deveriam sim, ter sido preservados. A começar pelo incrível Monroe. Também os dois grandes hotéis, Palace e Avenida, com sua tradicional Galeria Cruzeiro, os três grandes jornais, Paiz, Brasil e Commercio, os quatro clubes, Jockey, Derby, Militar e de Engenharia e mais alguns outros pontos que ainda resistem nas memórias dos privilegiados que tiveram o prazer de conhecer um Rio mais autêntico.

Breve texto sobre a demolição dos Hoteis Palace e Avenida

Em 1950 noticia-se a demolição do Palace Hotel, que viria a ser substituído por um edifício de 36 andares, o Marquês de Herval, inaugurado em 1952. Em 1951, ao findar o período Vargas, contabilizam-se entre 15 e 20 prédios demolidos e/ou substituídos por novos (além dos que ficavam nos quarteirões arrasados).

A década de 50 é marcada pelo governo JK. Graças a alta da inflação, ocorre um processo de supervalorização do solo urbano, e paralelamente um processo acelerado de renovação dos edifícios da Rio Branco. Ao final desta boa parte do que era a Avenida Central já havia sofrido grandes transformações, apresentando o maior índice de reconstruções, sendo responsável por 20% dos edifícios existentes hoje na avenida.

Em 1960 a cidade do Rio de Janeiro deixa de ser a capital do país, que é transferida para Brasília, representação de toda a modernidade que o Brasil deseja expor e que passa a exportar atraves de seus arquitetos. Em nome dessa modernidade, marcos importantes para a cidade, como a Galeria Cruzeiro, sob o Hotel Avenida, foram demolidos para em 1961 serem substituídos pelo Edifício Avenida Central, um verdadeira cidade vertical de 34 pavimentos e estrutura em aço, projetado pelo arquiteto Henrique Mindlin. Com o fim do terminal na Galeria, os bondes desaparecem do cenário da Rio Branco, o número de bancos começa a crescer, preconizando uma nova era onde o capital financeiro controla a economia e a Avenida cada vez mais se transforma em um lugar que se frequenta para trabalhar, fervilhando com milhares de pessoas durante os dias da semana e esvaziando-se durante a noite e o período de final de semana. Fonte

“Evolução”

Av Rio Branco – Vista aérea – 1920, com o Morro do Castelo já removido

Avenida Rio Branco - Vista aérea - 1920

Avenida Rio Branco – Vista aérea – 1920

Av Rio Branco – Vista aérea – 1930

Av Rio Branco – Vista aérea – 2016

Saiba mais

Detalhes de Alguns Prédios da Avenida Rio Branco

O Globo – Viagem no Tempo na Avenida Rio Branco

Rio de Janeiro Aqui – A Avenida Central

Literatura e Rio de Janeiro – 100 anos de Rio Branco

Estadão – 110 anos da Av. Rio Branco

O Globo – Outras imagens

Alma Carioca – Outras imagens

Rio Primeiras Poses IMS – Outras imagens

Arquitetura Brasileira – Existiu o estilo arquitetônico “Eclético”?

Imagens colorizadas de alguns prédios da Avenida Central

Assuntos Relacionados

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Sonia Rabello – Degradação e Abandono no Rio

Casa Cláudia – Arquiteto restaura hotel histórico no Rio

BBC – Polêmicas e Demolições no Rio

The Urban Earth – O Rio através do Tempo

Rio Web TV – O Rio de Janeiro em 1565

Rio de Janeiro Aqui – Viaje pela história do Rio

O Globo – Corredor Cultural do Rio de Janeiro