Dias atrás publiquei um texto comentando sobre a forte (e lamentável) presença de professores marxistas nos cursos de ciências humanas das Universidades Públicas brasileiras. Professores que em vez de formarem cidadãos críticos, formam militantes iguais a eles.

Lamento porque, veja bem: Poderíamos estar renovando os clássicos da literatura brasileira, renovando o cenário musical brasileiro, fomentando uma nova vanguarda das artes visuais brasileiras… Mas não, em pleno 2016 ainda temos que lidar com o triste fato de que boa parte dos intelectuais brasileiros ainda fundamentam sua visão de mundo numa ideologia retrógrada e alucinada.

Red Party

Red Party

Mas, afinal, o que é esse tal marxismo? Já falei tanto dele neste site, porém nem eu mesmo saberia explicá-lo através de poucas palavras. Eis então que me propus este desafio:

(mas falhei no quesito “poucas palavras”)

Marxismo para leigos

O Marxismo é uma doutrina política, econômica e filosófica desenvolvida pelos alemães Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) a partir da crítica ao capitalismo, e que serviu de base para regimes socialistas. A doutrina marxista veio se desenvolvendo desde então, com a Teoria Crítica dos pensadores neomarxistas da Escola de Frankfurt, e Gramsci. O Marxismo é a ideologia base de todas as políticas ditas de Esquerda.

Simplificando, Marx tinha uma visão tal da realidade, que acreditava que necessariamente todo rico – ou burguês – ficava rico explorando – ou roubando – os pobres através da apropriação dos lucros que os produtos criados pelos funcionários (pobres) geravam.

(Se ele tivesse ficado à frente da liderança uma fábrica por um ano, ficaria conhecendo o verdadeiro pepino que é administrar uma empresa, e refutaria por si mesmo a ideia de que todo rico é um malvadão egoístatocar uma empresa dá tanto trabalho que o empresário merece cada centavo de lucro que obter honestamente)

Na visão dele, o capitalismo moderno, que naquela ocasião tinha pouco mais de um século de existência, acentuava as desigualdades sociais. Ora, que esperto ele era: É ÓBVIO que o capitalismo gerava desigualdade na medida em que antes dele, com exceção da nobreza, todo o resto da população vivia na mais plena igualdade… de miséria. A sociedade industrial da época permitiu que mais e mais pessoas saíssem da miséria do campo para começar a ter alguma coisa na vida, nas cidades, contribuindo para o surgimento desta enorme massa de pessoas que hoje chamamos de classe média – pessoas que hoje, graças à tecnologia que o capitalismo fomentou, tem uma vida mais confortável do que muitos reis da idade média, presos àqueles castelos escuros, frios e mofados.

Resumindo: Tudo começa com o ódio aos ricos e à burguesia da época – a qual hoje conhecemos como classe média; e uma profunda comiseração – beirando a devoção – aos pobres e miseráveis. Ódio fundamentado na convicção de que todo e qualquer rico ficou rico roubando e explorando “os mais pobres”.

E aqui chegamos à base da ideologia marxista: A luta de classes, entre a burguesia e o proletariado, ou patrões e trabalhadores (daí vem o PT – Partido dos Trabalhadores), ou, por fim, entre opressores e oprimidos.

Opressão ou Invejinha?

Mas qual seria uma possível síntese desta ideologia de Esquerda, que atualmente ultrapassa as questões econômicas e se faz presente em questões de gênero (feminismo), raça (racismo e xenofobia), orientação sexual (homofobia)?

Eu sintetizaria como a luta dos oprimidos contra seus opressores. Que de fato existe, talvez não como luta, e sim, como conflitos. Neste caso, os oprimidos são entendidos como os grupos sociais supostamente menos favorecidos. Então, além da já tradicional luta de classes entre pobres e ricos (ou trabalhadores e patrões), também surgiram ao longo do século XX a luta das mulheres contra a opressão dos homens, dos negros contra a opressão dos brancos, a defesa dos estrangeiros (haitianos nos Brasil, islâmicos na Europa) contra a rejeição dos nativos, dos homossexuais contra a opressão heterofóbica, entre outras lutas ainda, como crianças que sofrem bullying, portadores de HIV que sofrem preconceito etc.

Mas é na “solução” proposta pelo Marxismo a esses conflitos, que começa o problema todo.

Não que esses conflitos não existam: Existem e devem ser superados, mas com união, diálogo e conscientização, tanto de privilegiados como de desfavorecidos – os privilegiados carecem de empatia, os desfavorecidos carecem de oportunidades e crenças no próprio potencial. O que se observa, no entanto, por parte dos marxistas, é um vitimismo exacerbado dos “mais fracos”, e uma culpabilização rancorosa dos “mais fortes”, como se o que eles mais quisessem fazer na vida é ficar “oprimindo” os outros – e principalmente – como se a melhoria das condições dos mais fracos dependessem exclusivamente da eliminação dos mais fortes (ou do desmantelamento da estrutura que os mantém).

Alguns atribuem a seguinte síntese ao pensamento marxista contemporâneo:

Odeie o indivíduo mais bem-sucedido que você. Odeie qualquer pessoa que esteja em melhor situação que a sua.

O problema do marxismo, em especial de seus defensores mais veementes, está no ódio incitado a qualquer pessoa que esteja supostamente “melhor” do que o indivíduo. NADA que venha dos supostos privilegiados – ricos, homens, brancos – é digno de ser ouvido.

Era SÓ uma teoria

Era só uma TEORIA, amigos

Incapaz de ponderar a complexidade da realidade, na qual os detentores dos privilégios atuais os detém justamente através de um intrincado processo histórico, cuja correção não se dará facilmente – o marxista acredita que só há uma solução para esses conflitos – a revolução – e que eles são os únicos detentores e possíveis realizadores dessa revolução. E aqui a coisa toma proporções perigosamente religiosas – esse espírito revolucionário, obcecado em mudar a natureza humana com a certeza de que só eles podem fazer isso.

Não lhes passa pela cabeça que a realidade é deveras complexa, e que nenhuma mudança simples e impositiva vai conseguir alçá-la – a realidade – à altura do ideal almejado. Até porque aquele ideal que se mantém na cabeça pode não funcionar na realidade objetiva das coisas, exatamente como aconteceu com as experiências de implantação do comunismo no mundo: União Soviética, China, Cuba… todas tiveram que aderir ao capitalismo para sobreviver. Tais experiências mostram aquilo que qualquer indivíduo mais pragmático já percebeu:

Na prática, a teoria é outra.

A diferença fundamental entre Esquerda e Direita na política

De modo geral (bem geral), a esquerda se preocupa com questões sociais. E a direita, com questões econômicas.

Digo “bem geral” porque as matizes que formam essas ideologias são muito complexas.

Mas o fato é que, atualmente, a esquerda, por se preocupar com questões sociais, está associada ao progressismo social; buscando no igualitarismo a defesa do povo, das minorias e de suas necessidades, e por ter seu ideário surgido das mentes intelectuais dos séculos XIX e XX, a esquerda também está associada ao materialismo filosófico e ao ateísmo.

A direita, por se preocupar com questões econômicas, valoriza o esforço individual e a meritocracia. E por estar associada a empresários e outros detentores de poder econômico, está profundamente associada ao conservadorismo (pois querem preservar o poder – qualquer um iria querer – e por isso talvez seja tão vilanizada), à religião e espiritualidade. Mas como valoriza o esforço e a livre iniciativa empreendedora, está associada à luta e manutenção das liberdades individuais através do liberalismo econômico, e a defesa da propriedade privada.

Ambas as lutas, de cada lado, são importantes e fundamentais, e o fato de estarem divididas mostra o absurdo a que chegou a política dos últimos séculos. Nosso mundo intelectual é maniqueísta e tem um fetiche obsessivo por dicotomias, isto é, conceitos de bem x mal, nós x eles, o que dificulta bastante a compreensão na natureza complexa do nosso mundo.

Mas de um ponto de vista essencial, a diferença entre os dois lados políticos é bem simples:

Todo esquerdista parte do pressuposto que todo ser humano é naturalmente bonzinho e é corrompido pelo meio em que vive – principalmente se for pobre. A culpa pelas coisas serem toscas no mundo, raramente é do indivíduo, raramente é atribuída a pessoas. Quase sempre é atribuída a “sistemas” de comportamento conceituais e sem endereço: capitalismo, liberalismo, machismo, racismo etc. O sujeito assaltou? A culpa é da ostentação capitalista. O sujeito se explodiu matando dezenas? A culpa é da desigualdade promovida pelo liberalismo. Sujeito assobiou pra menina na rua? Apontemos o dedo ao patriarcado. Há uma vitimização excessiva do sujeito em relação a um meio opressor.

Por outro lado, todo direitista parte do pressuposto de que todo ser humano naturalmente não presta, e é corruptível, e portanto, deve ser tratado com precaução – principalmente se for pobre. Que ele mostre que é um cidadão de bem através do seu trabalho honesto, senão é vagabundo. O direitista tende a ser bastante preconceituoso e a se considerar acima dos demais, às vezes se sente escolhido por Deus. A direita não tem pena de ninguém. Por isso é sempre irreverente, e tem tal irreverência (ausência de reverência) como base do politicamente incorreto, que sai esculhambando e esculachando a tudo e a todos.

Como se vê, nesta luta insana de ideologias, critérios e prioridades, ambos os lados acertam, e ambos também erram muito.

Marxismo Cultural

O socialista é apenas um comunista com paciência.

O socialista é apenas um comunista com paciência.

Mas há uma diferença entre o que Marx pregava e o que o Marxismo contemporâneo prega. Marx acreditava na Revolução – revolução mesmo, armada, guerra, matar pelo ideal, na imposição forçada de um novo paradigma político – a ditadura do proletariado. E de fato, líderes comunistas mataram muito, seja pela imposição do regime, seja pela escassez de alimentos que esta mudança forçada propiciava. A tentativa de implantação do Comunismo ao redor do mundo matou milhões de pessoas, muito mais do que o Nazismo.

O marxismo conheceu revisionismos de diversos tipos – sendo abandonado como base doutrinal pelos grandes partidos socialistas do Ocidente – e praticamente desapareceu no terreno da política concreta, posto que já não existem mais partidos comunistas influentes na atualidade. Hoje, ele sobrevive apenas em pequenas seitas inexpressivas e, de forma mais atuante, nas universidades, especialmente nos cursos de ciências sociais; e, com muita ênfase, em países capitalistas atrasados (como os da América Latina, por exemplo, em cujas universidades muitos acadêmicos vivem ainda naquele estado mental que o jovem Marx chamaria de “alienação”). Paulo Roberto de Almeida

Assim que viram que a via revolucionária não era tão simples de implantar, surgiram estratégias alternativas, como a social-democracia, o tal socialismo fabiano, a Escola de Frankfurt, e em especial, um sujeito chamado Antonio Gramsci, que sugeriu a implantação do socialismo gradualmente, através da influência cultural.

A preocupação, […], está centrada, principalmente, em entender a cultura como elemento de transformação da sociedade. Teoria Crítica da Escola de Frankfurt

E aqui chegamos ao Marxismo Cultural, que seria a tão sonhada revolução realizada gradualmente, sem derramamento de sangue.

O marxismo cultural é tido como uma teoria conspiratória e os defensores desta visão alegam que a intenção dos marxistas é a destruição da cultura ocidental e seus valores: a família heterossexual como núcleo básico da sociedade, a religião cristã, a propriedade privada, e as ideias de pátria e nacionalidade, o que pode soar exagero.

Sim? Não? Um tanto, certamente…

O fato é que, de um modo difícil de compreender, a visão vitimista do marxismo, talvez por apelar à sensibilidade e ao natural desejo de solidariedade das pessoas, está impregnada nos principais meios de propagação cultural da sociedade contemporânea: nas universidades, na imprensa e no meio artístico.

As propostas do marxismo são inegavelmente sedutoras: fala-se da superação da miséria, da injustiça, da exploração no mundo, a redistribuição de riquezas e a garantia de empregos e de habitação para toda a sociedade, idéias que atraem número significativo de jovens e outros idealistas. O liberalismo, por sua vez, fundamenta-se no esforço individual, no trabalho duro para a acumulação de riquezas, na competição contínua entre os agentes econômicos como condição de sua sobrevivência no mercado e de seu sucesso futuro, com algumas sequelas normalmente associadas a esses processos: monopólios de fato em produtos inovadores, ganhos extraordinários para os bem sucedidos, algumas desigualdades distributivas e aparente injustiça na exibição de “riqueza excessiva”, ou seja, nada que seja moralmente atraente ou socialmente “justificável”. Paulo Roberto de Almeida

A seguir, os instrumentos que marxistas utilizam para a propagação de seu pensamento.

O politicamente correto

A cultura do politicamente correto é o grande instrumento marxista contemporâneo (já que tudo o mais falhou).

Muitas vezes o politicamente correto acaba acentuando aquilo que pretendia defender. Por exemplo, na luta contra o racismo: Tornou-se preferível referir-se aos descendentes dos escravos, no Brasil, como afrodescendentes em vez de simplesmente negros.

Como se fosse vergonhoso ser chamado de Negro. Se eu fosse negro, faria questão de assim ser chamado.

E aqui entra outro problema: para esquerdistas, na verdade eu não posso opinar sobre este assunto, afinal, sou branco, privilegiado, então tenho mais é que ficar quieto.

Já comentei sobre esse tema aqui.

Falação, Incoerências, Hipocrisia, Autoritarismo

O esquerdista, fala muito, o tempo todo, sobre tudo, porque vê problema em tudo, e se sente solicitado a opinar sobre tudo, ele, a voz da verdade.

Inevitavelmente, no meio desse caminho vai acabar falando besteira, incorrendo em incoerências, evangelizando o que não consegue pôr em prática, enfim, impedindo que se manifeste aquele de quem diverge.

A guerra de narrativas

Dane-se, pois, a realidade

Dane-se, pois, a realidade

Aqui chegamos a um dos fenômenos mais difíceis de lidar atualmente:

A guerra de narrativas.

Resumindo, narrativa é UMA possibilidade de compreensão de um fato, dentre várias outras possibilidades. Por exemplo: Quando eu era criança, a professora dizia que Pedro Álvares Cabral chegou ao litoral brasileiro devido às correntes de vento que atrapalharam a viagem que ele pretendia fazer às Índias orientais. Hoje, sabe-se que ele veio intencionalmente aqui, iniciar o processo de posse, por parte de Portugal, destas terras.

Na prática, a guerra de narrativas é a a luta realizada na mídia para ver qual mentira será considerada a descrição verdadeira dos fatos.

O cenário atual da política brasileira, governada por um grupo marxista pra lá de experiente, vive uma grande guerra de narrativas:

Eles querem tudo dentro do Estado, condenam a livre iniciativa e abraçam a Carta de Lavoro como base para a organização laboral. Mas você é o fascista que nunca leu um livro de história.

Eles compram jornalistas, criam uma rede de publicações governistas sustentadas com dinheiro público, pautam diariamente uma dezena de revistas, blogs e jornais. Mas você é o manipulado que só se informa pelos canais errados.

Eles diminuem o poder de consumo de 9 em cada 10 brasileiros, condenam 4 milhões de pessoas à pobreza, aumentam a desigualdade, defendem o interesse de alguns dos empresários e banqueiros mais ricos do país. Mas você é o coxinha que não gosta de ver pobre andando de avião.

Eles acusam opositores de tentar arrancar a comida do prato dos mais pobres, de planejar o genocídio da juventude negra, de espancar mulheres, de cheirar cocaína. Mas você é o intolerante que cria um clima de ódio no país.

Eles fingem que todo mundo que não é petista é tucano, que a corrupção de políticos de oposição justifica a corrupção do partido, que não há caminho possível longe de PT e PSDB. Mas você é o cínico sem consciência política que alimenta um cenário binário com falsas simetrias.

Eles compram o voto de parlamentares, usam dinheiro público para vencer eleições, alugam ministérios para distorcer o cenário político, praticam estelionato eleitoral, pressionam autoridades do judiciário, atrapalham as investigações da polícia, maquiam as contas públicas, assaltam as estatais. Mas você é o golpista que atenta contra a ordem republicana.

Tais observações revelam uma das mais antigas (e maquiavélicas) estratégias esquerdistas:

Acuse-os do que você faz, chame-os do que você é!

Consiga e mantenha-se no poder através de artifícios sórdidos, que serão atribuídos ao inimigo.

Exemplos de narrativas infundadas

Praticamente tudo que um esquerdista diz é uma narrativa infundada na realidade, narrativa que se encaixa na realidade que só existe na mente alucinada deles, e que eles querem porque querem que seja a realidade objetiva que nos cerca.

O esquerdista tem no sentimentalismo o seu modus operandi para abordar qualquer tema. É um jeito fácil de encarar o mundo que consiste em lançar acusações sentimentais e hipóteses conspiracionistas sem se preocupar com a lógica. Olavo de Carvalho

A musa da Esquerda, dona Marilena Chauí deu um show de narrativas falsas em recente palestra:

Neste vídeo encontramos mais uma série de afirmações desonestas, as quais tento comentar abaixo (comentários originais aqui).

1: Faz tempo que a crise econômica não é mais mundial (fonte).

2: “O (Donald) Trump tem o apoio da ku klux klan” hahahahahahaha

3: Ser conservador ou reacionário não é preponderantemente ruim, porque nem toda mudança é boa. O reacionário, como dizia Nelson Rodrigues, “é aquele que reage ao que não presta”.

4: Liberalismo também não é algo preponderantemente ruim. É livre-mercado, liberdade econômica, aquela que gera sua renda, aliás, é o que fez EUA, Inglaterra, HongKong, serem o que são, e é aquilo que – cuja falta – faz o Brasil ser o Brasil, com sua burocracia (excesso de estado) sufocante.

5: A raiva e o ressentimento do povo não é sobre os programas sociais. É sobre o caos no qual o país adentrou, e sobre o excesso de mentiras descaradas que o governo despeja diariamente nos nossos ouvidos. Como você se sente quando alguém mente pra você? Ultrajado, não? Pois então… é assim, ultrajado, que o povo se sente.

6: “Essa multidão que sai as ruas pra xingar e gritar”: Melhor xingar, gritar e buzinar, do que vandalizar e destruir patrimônio público, como a turma dela faz.

7: “(o povo das ruas) não tem uma proposta, não tem um programa” Tem sim três propostas bem claras: Fora Dilma, Fora Lula, Fora PT – para o bem ou para o mal. Ela fala como se o programa petista tivesse alcançado sucesso absoluto. Não alcançou.

8: “O judiciário que opera arbitrariamente […] contra a lei e na forma da violência.” Ó a alucinação da louca, que é aplaudida. O judiciário está fazendo o papel dele com amplo apoio da população, sem qualquer violência. E liberou o sigilo da 24ª fase da operação lava-jato assim como liberou o sigilo das 23 fases anteriores.

9: “intervir no legislativo”, “intervir no JUDICIÁRIO”. Olha a alucinação de novo. Intervenção? Que tipo de intervenção? Para fazê-los agir de acordo com o que ela quer?

10: “Ela (a mídia) impede o exercício efetivo da liberdade de expressão […] para produzir a falsa informação”. Para isto, isso:

“O Brasil é um asilo de lunáticos onde os pacientes assumiram o controle.” Paulo Francis

As narrativas da Direita

É claro que as pessoas de direita também tem lá suas narrativas vergonhosas. Mas a diferença entre as narrativas da Direita e da Esquerda, é que As narrativas da Direita são expressadas, de modo geral, por pessoas leigas, sem maiores estudos sociais, que captaram essas mentiras coletivas de um lugar qualquer.

Já a Esquerda é composta por intelectuais, gente presumidamente inteligente e “lúcida”. Apenas presumidamente… porque um intelectual que insiste em propagar essas visões deturpadas da realidade é, ou ingênuo e idealista, ou tem problemas cognitivos, ou tem interesses sobre a propagação dessas irrealidades.

A negação

As investigações atuais da Polícia Federal e do judiciário sobre alguns petistas, produzem fenômenos argumentativos negacionistas por parte de alguns correligionários, que são verdadeiras aulas de como compreender a mente agarrada ao poder:

Fase 01 – Não existem provas.
Fase 02 – Quando as provas surgem, são ilegais e não servem.
Fase 03 – Quando se mostra que as provas são legais, alegam que quem as coletou não é isento.
Fase 04 – Quando julgado o processo, o juiz ou juízes não são isentos. Costumam citar leis e que a Constituição está sendo “ferida”.
Fase 05 – Quando condenados, citam outros casos em que pessoas supostamente igualmente culpadas, não foram condenados. Falam em seletividade.
Fase 06 – Quando não há mais argumentos, alegam suposto “golpe”.

Eles. Não. Vão. Ceder. NUNCA!

Qualquer semelhança como o religioso fanático NÃO É mera coincidência…

…com o agravante de que na religião, o interesse é pela salvação espiritual, na política, há interesses financeiros na base de toda veemência.

Todos os defensores do governo, salvo sob casos de ingenuidade, possuem algum tipo de benefício com ele – cargos, empregos, contratos, financiamentos etc – benefícios tais que nunca mais na vida vão conseguir, após uma eventual queda do governo petista.

Nessa situação acho que até eu me faria de bobo e me sairia com argumentos insanos caso fosse inquirido de alguma forma.

O revisionismo histórico

O revisionismo histórico é mais um instrumento amplamente utilizado pela esquerda como forma de refazer a narrativa oficial de como as coisas se formaram.

Para exemplificar, não deixar posso de citar, por exemplo, o modo como o PT adotou para si o mérito da estabilidade financeira e controle inflacionário no Brasil. Ora, é sabido que quem estabilizou a economia e controlou a inflação foi o governo de Itamar Franco, com sua equipe econômica liderada por Fernando Henrique Cardoso.

Mas ao ouvir certos discursos petistas, em especial do ex-presidente Lula, você terá facilmente a impressão de que foi o PT que inventou o Brasil.

Mais neste link.

Como o Marxismo se reinventou depois da queda do comunismo soviético

Por Jon Miltmore e Dan Sanchez

Em agosto de 1989, o parlamento da Polônia fez o impensável. O estado satélite soviético elegeu um anticomunista como seu novo primeiro-ministro.

O mundo esperou com a respiração suspensa para ver o que aconteceria a seguir. E então aconteceu: nada.

Quando nenhum tanque soviético foi deslocado para a Polônia para esmagar os rebeldes, movimentos políticos em outras nações – primeiro a Hungria, seguida pela Alemanha Oriental, Bulgária, Tchecoslováquia e Romênia – logo seguiram, no que ficou conhecido como Revoluções de 1989 .

O colapso do comunismo havia começado.

Em 25 de outubro de 1989, meros dois meses após a eleição decisiva da Polônia, o New York Times publicou um artigo intitulado “The Mainstreaming of Marxism in US Colleges”, descrevendo um fenômeno estranho e aparentemente paradoxal. Mesmo enquanto o grande experimento mundial do marxismo estava entrando em colapso para que todos pudessem ver, as idéias marxistas estavam se enraizando e se tornando predominantes nos corredores das universidades americanas. (…)

Houve diferenças notáveis, no entanto. O contraste nítido e inconfundível entre a pobreza opressora das nações comunistas e a prosperidade das economias ocidentais havia obliterado a reivindicação do socialismo de superioridade econômica.

Como resultado, o marxismo ortodoxo, com sua ênfase na economia, não estava mais na moda. O marxismo tradicional estava “recuando” e “fora de moda”, relatou o Times .

“Há muitas pessoas que não querem se intitular marxistas”, disse Eugene D. Genovese, um eminente acadêmico marxista, ao Times. (…)
O marxismo não estava realmente recuando, entretanto. estava simplesmente se adaptando para sobreviver.

Assistir à revolta na Polônia e em outras nações do bloco oriental convenceu até os marxistas de que o capitalismo não “daria lugar ao socialismo” tão cedo. Mas isso causaria uma evolução das idéias marxistas, não um abandono delas.

“Marx se relativizou”, disse Loren Graham, historiadora do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, ao Times .

Graham era apenas um entre uma dúzia de estudiosos com os quais o Times falou, uma mistura de economistas, juristas, historiadores, sociólogos e críticos literários. A maioria deles parecia chegar à mesma conclusão que Graham.

O marxismo não estava morrendo, estava se transformando.

“Marxismo e feminismo, marxismo e desconstrução, marxismo e raça – é aqui que acontecem os debates emocionantes”, disse ao jornal Jonathan M. Wiener, professor de história da Universidade da Califórnia em Irvine.

O marxismo ainda estava prosperando, Barringer concluiu, porém não nas ciências “onde há uma possibilidade de aplicação prática”, mas em campos abstratos como a crítica literária.

E foi um movimento altamente estratégico. A “aplicação prática” do marxismo revelou-se desastrosa. O comunismo foi julgado como uma filosofia de governo e falhou catastroficamente, levando à fome em massa, empobrecimento, perseguição e assassinato. Mas, na torre de marfim do sistema universitário americano, os professores podiam inculcar idéias marxistas na mente de seus alunos sem o risco de serem refutados pela realidade.

No entanto, isso não estava acontecendo nos departamentos de economia das universidades, porque as credenciais do marxismo nessa disciplina estavam muito manchadas por seu histórico “prático”. Em vez disso, o marxismo estava prosperando nos departamentos de inglês e outras disciplinas mais abstratas.

Nesses estudos, a economia foi minimizada e outros aspectos-chave da cosmovisão marxista vieram à tona. A doutrina marxista da guerra de classes ainda era enfatizada. Mas, em vez de capital contra trabalho, era o patriarcado contra as mulheres, os racialmente privilegiados contra os marginalizados, etc. Os alunos eram ensinados a ver todas as relações sociais através das lentes da opressão e do conflito.

Depois de absorver as ideias marxistas (mesmo quando essas ideias não eram chamadas de “marxistas”), gerações de graduados universitários levaram essas ideias para outras instituições americanas importantes: artes, mídia, governo, escolas públicas e, eventualmente, até departamentos de recursos humanos e diretorias corporativas. (Isso é conhecido como “a longa marcha através das instituições”, conforme cunhado pelo teórico marxista Antonio Gramsci do início do século XX.)
Na verdade, foi recentemente revelado que as agências federais gastaram milhões de dólares dos contribuintes em programas de treinamento de funcionários para reconhecer seu “privilégio branco”. Esses programas de treinamento também são encontrados em inúmeras escolas e empresas, e as pessoas que questionaram a adequação desses programas foram demitidas sumariamente.

Grande parte da cultura atual é conseqüência desse movimento. “Wokeness” generalizado, política de identidade onipresente, vitimismo, cultura de cancelamento, desordeiros destruindo os meios de vida das pessoas e ameaçadores transeuntes: todos decorrem em grande parte de presunções marxistas (especialmente as fixações distorcidas do marxismo na opressão e conflito) que têm incubado nas universidades, especialmente desde o final dos anos 80.

No final das contas, o que estava acontecendo nas universidades americanas em 1989 foi tão importante quanto o que estava acontecendo nos parlamentos europeus.

Especialmente em ano de eleições, pode ser fácil se fixar na briga política. Mas a lição de 1989 é que a cultura e as idéias de hoje são as políticas de amanhã.

É por isso que o destino da liberdade repousa na educação.

Tradução | New York Times

O Marxismo por Olavo de Carvalho

Investigando durante décadas a natureza do marxismo, acabei concluindo que ele não é só uma teoria, uma ‘ideologia’ ou um movimento político. É uma ‘cultura’, no sentido antropológico, um universo inteiro de crenças, símbolos, valores, instituições, poderes formais e informais, regras de conduta, padrões de discurso, hábitos conscientes e inconscientes etc. Por isso é autofundante e auto-referente, nada podendo compreender exceto nos seus próprios termos, não admitindo uma realidade para além do seu próprio horizonte, nem um critério de veracidade acima dos seus próprios fins autoproclamados.

Como toda cultura, ele tem na sua própria subsistência um valor que deve ser defendido a todo preço, muito acima das exigências da verdade ou da moralidade, pois ele constitui a totalidade da qual verdade e moralidade são elementos parciais, motivo pelo qual a pretensão de fazer-lhe cobranças em nome delas soa aos seus ouvidos como uma intolerável e absurda revolta das partes contra o todo, uma violação insensata da hierarquia ontológica.

Olavo de Carvalho

Pontos positivos do Marxismo

Complicado

Complicado

Eu aqui, já de saco cheio de ver o país afundando por causa dessa gente alucinada no poder, evidentemente esculhambei geral essa maldição intelectual chamada marxismo.

Mas é claro que o ideário marxista tem seus pontos positivos, desde que visto exatamente assim: um ideário. Desde que não se perca a dialética, isto é, a noção e admissão, clara, de que há outros ideários, tão ou mais fundamentados que o próprio marxismo, tais como o liberalismo, o libertarianismo, o conservadorismo etc. Na medida em que tomou forma de ideologia, o marxismo ganhou ares de religião, começou a ganhar a adesão de fanáticos e descambou para o lado da dissimulação e da hipocrisia.

É claro e evidente que o capitalismo tem uma infinidade de falhas. É claro que há uma hiper (e injusta) concentração de riquezas nas mãos de poucos. É claro que todo o trabalho pesado e braçal do mundo é feito por pobres. É claro que minorias sofrem preconceito diário e sofrem violência e até a morte por serem “diferentes”. Só não me está tão claro que as soluções para tantos problemas sejam simples a ponto de serem impostas arbitrariamente com base numa teoria, ou que essas soluções sequer existam, dada a realidade natural bastante rústica e hostil que nos precede e nos serve de habitat.

Contudo, sou bastante favorável a várias políticas de esquerda: Bolsa-família, bolsas estudantis, cotas, financiamentos habitacionais, respeito a grupos desfavorecidos, como mulheres, negros, gays. Desde criança já achava maldade certas piadas com negros, e sentia mais pena do que graça na “piada”.

É possível sim ser a favor da justiça social, da igualdade de oportunidades, do respeito às diferenças, sem ter que sentir ódio aos privilegiados, sem ter que hastear uma bandeira vermelha e aderir a uma doutrina claramente disfuncional.

***

Veja também: Dicionário de termos políticos