Eu iria iniciar este texto comentando que nunca imaginei que escreveria algo como o que segue abaixo, mas durante o desenvolvimento da ideia, pesquisando internamente neste site, encontrei esse texto e também esse, que serviriam muito bem de introdução à mensagem abaixo.

Ora, cá estou eu, defendendo o… dízimo.

Polêmica

Dos assuntos religiosos, o dízimo é de longe o mais mal compreendido.

O ceticismo e a mesquinhez secular contra a pilantragem real de muitos pastores e padres contribuíram para desestimular duas das mais belas virtudes humanas:

A generosidade e a gratidão.

Justificar o dízimo, ou contribuições eventuais a igrejas, não é difícil.

O mundo sempre foi um lugar de miséria, material e espiritual. A miséria material aos poucos, e com certo desgaste, está sendo reduzida pela expansão do livre-mercado. Mas a miséria espiritual ainda reina soberana neste planeta-purgatório.

E aqui entram as religiões, trazendo alguma luz para a escuridão moral das pessoas, trazendo consolo e esperança aos desesperados. E é de se esperar que elas precisem de recursos materiais (dinheiro) para exercerem este nobre trabalho.

O assunto, no entanto, é bem mais complexo.

Dinheiro é energia

O dinheiro é uma forma moderna de representar energias de valor, transcendentais e poderosíssimas.

Muito mais poderosas do que costumamos atentar.

Dinheiro significa liberdade e poder; poder de posse e poder de realização.

Sempre que eu utilizar a palavra dinheiro, daqui pra frente neste texto, eu estou utilizando-a neste sentido mais profundo do termo: o da energia que ele não só representa, mas é capaz de mobilizar.

Tudo que existe de concreto e realizado no mundo, assim se fez, devido ao poder monetário.

Ninguém faz nada sem dinheiro, e por dinheiro, é capaz de fazer o impensável.

Por dinheiro os homens levantaram os mais altos edifícios e trouxeram à realidade as mais incríveis obras de engenharia.

Pelo uso indevido do dinheiro, pessoas vão presas e perdem sua liberdade.

Por dinheiro, pessoas morrem e pessoas matam.

Quando você recebe o valor justo por seu serviço, produto ou proposta, você fica feliz e realizado.

Quando você recebe valor injusto por seu trabalho, você fica desmoralizado.

Quando seu salário atrasa, você entra em desespero.

Quando você não tem dinheiro, se sente completamente limitado.

Quando você é roubado, você pragueja quem o roubou.

Porque lhe roubaram uma posse, ou o próprio dinheiro, que você certamente obteve mediante trabalho, que utilizou de seu precioso tempo de vida. Quem rouba um item material, rouba em última instância o tempo de vida que o proprietário daquele item dispensou para obtê-lo.

E o tempo de vida de uma pessoa é limitado.

Dito de outro modo, quando você está oferecendo dinheiro a alguém por algum produto ou serviço, está oferecendo na verdade, em troca deles, parte do seu próprio tempo de vida, gasto em trabalho, ali condensado naquelas notas de dinheiro.

Ou, dito ainda de outro modo, o dinheiro de que você dispõe de forma justa e legítima, é parte de você mesmo, é a sua própria energia vital transmutada naqueles itens de valor – seja notas, moedas, posses – através do prévio trabalho.

Nossas propriedades são uma extensão da nossa personalidade, são uma continuação da nossa presença no mundo.

Enfim, o dinheiro é, verdadeira e definitivamente, o que move a sociedade, o que torna as coisas realizadas, o que torna a sobrevivência possível; é, enfim, uma espécie de energia psico-material; A ENERGIA, aquela que sustenta todas as coisas.

Quando você COMPRA alguma coisa, está validando e legitimando ela como algo de valor. Quando você rejeita um produto, o vendedor se sente desvalorizado. Quando você bota a mão no bolso para fechar uma negociação, está abrindo caminho para que algo novo aconteça: um serviço, a produção de mais um produto etc.

É quando botamos a mão na carteira que o mundo efetivamente se transforma.

O poder do pagamento, o que acontece quando você paga a alguém o preço justo? Ela te dá o que você quer, dá prontamente e dá com alegria.

Quando você fecha um bom negócio, com uma pessoa de primeira linha, confiável, você não se sente feliz, com a sensação de realização?

E se essa pessoa de primeira linha, confiável, fosse… Deus?

Espiritualidade e Prosperidade

Já comentei aqui o quanto a prosperidade individual é resultado do valor que o indivíduo dá a si mesmo. E é bem verdade.

Mas… umas percepções recentes tem me mostrado que a coisa vai além.

Quando você eventualmente faz uma oração, você faz o quê? Às vezes agradece, mas praticamente sempre pede alguma coisa, certo? Pede isso, pede aquilo, pede aquilo outro, pede, pede, pede… proteção, luz, sabedoria, guiança… saúde, prosperidade, um grande amor…

Mas… o que você dá em troca a “Deus” por tudo que pede?

Ah, você é uma pessoa boa, não faz mal a ninguém, dá uma esmola aqui e ali, doa seus agasalhos velhos no inverno. Hum… Mas será que ser bom, já não é obrigação? Será que essas migalhas que você dá para os mais necessitados realmente é suficiente para retribuir todas as muitas bênçãos que recebe diariamente e já nem nota? Recebe diariamente como se fosse um direito, quando não vê que o vizinho do lado também teria tal direito mas  nem sempre recebe.

Você certamente já tem abrigo, roupas boas, uma família, saúde, e ainda quer mais.

Mais!

mAiS!

MAIS!

[…]

Oferta ou Sacrifício?

Oferta ou Sacrifício?

E não dá nada em troca a Deus. Às vezes nem agradecer, agradece. Ainda briga com Deus querendo mais sem nem perceber que talvez, muito certamente, já tem mais do que merece.

Você recebe TUDO de Deus, a fonte criadora de tudo que há, mas não é capaz de sacrificar uma pequena parte de seus ganhos em honra a quem lhe deu tudo.

Segundo o mito bíblico, Abel oferecia ao Senhor a melhor de suas ovelhas, com alegria e gratidão, e o Senhor se agradava disso e o prosperava ainda mais. Caim oferecia ao Senhor o que restava de sua colheita, e a oferecia com remorso. O Senhor percebia o desdém, e retribuía a Caim na mesma medida.

Sem se dar conta de sua mesquinhez interna, ainda invejava o irmão bem sucedido.

Enfim.

Tenho entendido, que assim como todas as nossas relações são baseadas em trocas, também nossa relação com Deus deve ser uma troca. Não uma troca de intenções, orações, ser bonzinho para ser recompensado… mas uma troca bem material mesmo; money, cash… material e energética também, capaz de impulsionar o mundo, conforme comentei no início deste texto.

Antigamente os homens honravam aos deuses levando oferendas ao altar. Derramavam vinho, sacrificavam animais, levavam parte da colheita ou outros presentes de valor. Mas hoje não precisamos mais levar essas coisas ao altar. Porque a modernidade as transformou em dinheiro.

O dinheiro é o que nós temos de mais valioso, e Deus, por todas as infinitas bênçãos com as quais nos agracia, merece parte do que temos de melhor, e não nossas sobras.

7 – Desde os dias de vossos pais vos desviastes dos meus estatutos, e não os guardastes. Tornai vós para mim, e eu tornarei para vós, diz o Senhor dos exércitos. Mas vós dizeis: Em que havemos de tornar? 8 – Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. 9 – Vós sois amaldiçoados com a maldição; porque a mim me roubais, sim, vós, esta nação toda.

10 – Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal bênção, que dela vos advenha a maior abastança. 11 – Também por amor de vós reprovarei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; nem a vossa vide no campo lançará o seu fruto antes do tempo, diz o Senhor dos exércitos. 12 – E todas as nações vos chamarão bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos exércitos.

Malaquias 3 – Bíblia Online

Descobri, tirando a prova real, mesmo, que abrir a carteira é o mais veemente e fervoroso ato de fé.

“Senhor, eu acredito tanto em Ti, confio tanto em seu Amor, que sacrifico parte preciosa dos meus ganhos a Ti, como prova da minha Gratidão.”

Porque uma coisa – muito fácil até – é dizer que acredita em Deus. Outra coisa bem mais além é materializar essa crença na forma de uma oferta de valor.

Porque, como comentado acima, o dinheiro é esta energia invencível, e mobilizadora de outras energias.

O dinheiro é o que temos de melhor, e dar o que temos de melhor ao Senhor, fará com que o Senhor dê o que tiver de melhor – e Ele tem o UNIVERSO à sua disposição para nos conceder em retribuição à nossa prova de gratidão.

Quando você bota a mão no bolso para pagar qualquer coisa, está a um instante de realizar efetivamente algo novo: uma aquisição, um serviço, qualquer coisa que você considerou IMPORTANTE o suficiente para merecer um pagamento.

Qual é a importância que você dá ao Senhor, criador de tudo que há?

Ele não merece um “pagamento”, também?

“Quem me oferece sua gratidão como sacrifício, honra-me” Salmo 50:23

As bênçãos vem, amigos. E vem magicamente.

Parece ironia, mas é sério:

O que deus quer mesmo é dinheiro.

<Atualização em 09/08/2022:>

Ronaud, você é um herege profanador!

Hoje, 09/08/2022, relendo este texto, achei que esta frase anterior – “O que deus quer mesmo é dinheiro” – merecia uma explicação.

Como bem a antecedi, evidentemente, ela é uma ironia.

Deus, o criador de tudo que há não precisa de dinheiro. O argumento aqui reside na seguinte visão:

O povo nasce ignorante, materialista, preso ao mundo. Normalmente, essa ignorância se perpetua por toda a vida. E de todas as ignorâncias, foco aqui na ignorância espiritual; o desconhecimento das coisas do espírito, da importância do cultivo de virtudes e do desprendimento dos vícios.

E apesar de todos os seus já conhecidos problemas, é aqui que as IGREJAS ou quaisquer agremiações religiosas ou espiritualistas entram, trazendo alguma luz em meio à escuridão de conhecimento em que vive o povo.

E se você já tem um mínimo de noção do mundo em que vive, já deve ter percebido (espero) que tudo tem custo. TUDO! TEM! CUSTO!

E esses custos se paga com… ora, veja só, o grande assunto deste texto: “DINHEIRO”.

Então, quando eu ironizei que – “O que deus quer mesmo é dinheiro” – não estou dizendo que Deus é um Tio Patinhas que mergulha diariamente em sua caixa-forte transbordando de moedas de ouro.

Eu estou dizendo que Deus quer que seus filhos prosperem – em termos de saúde, afetividade e realidade material – e que essa prosperidade só pode ser obtida mediante conhecimento, e que as pessoas que levam esse conhecimento ao povo precisam bancar seus custos para poderem desempenhar essa atividade com sucesso.

Se eventualmente os representantes dessas entidades religiosas / espiritualistas desviam os recursos obtidos para benefício próprio, isso já não nos diz respeito. Tenho certeza absoluta que um dia em sua existência, serão cobradas por isso.

< Fim da atualização>

Ação de graças: Coleta ou oferta?

O texto abaixo foi retirado desta página: Fonte

“Certa vez, um garoto foi a um culto onde o pastor falou sobre a diferença entre coleta e oferta.

Naquele dia, sua mãe serviu no almoço um gostoso frango assado. O garoto pegou uma coxa do frango para dar ao cachorrinho da família que estava debaixo da mesa.

Quando sua mãe viu isso, gritou:

– Filho, primeiro a gente come a coxa e depois dá o osso para o cachorro.

O garoto, contrariado, não deu a coxa de frango ao cachorro.

Após fazer a sua refeição, pegou o osso e deu ao cachorro, dizendo:

– Toma, Totó! Era para ser uma oferta, mas agora é só uma coleta!”

Essa ilustração, com pequenas variações no texto, encontramos no livro “Amor Sem Fronteiras, Alcides Jucksch.

Muita gente age da mesma forma em relação a Deus: Dá o que sobra! Outros, nem isso têm dado. Poucos, poucos mesmo estão dando uma oferta. Quando somos generosos, recebemos muito mais do que damos.

O livro de Provérbios em 11: 24-25 nos diz:

Há quem dê generosamente e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza. O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá.

Somos generosos para com o outro? Somos generosos para com a Casa de Deus?

Como informação, a nossa Igreja estipulou no Concílio de Toledo (Pr), em 1996, que as comunidades devem enviar ao Sínodo 10% de o que arrecada ( Ler sobre isso no Livreto: Manual para Presbíteros e Presbíteras da nossa Igreja, no 14, Ed. Sinodal.). Portanto, sobre as contribuições dos membros, doações, aluguéis, ofertas, rifas, promoções, almoços, venda de doces, cucas, salgados, etc., deve tanto a comunidade como os grupos nela reunidos, OASE, JUVENTUDE, por exemplo, dar o dízimo ao Sínodo.

Creio que essa modalidade de contribuição, dízimo, também é uma forma de disciplinar, de educar. Mas podemos enxergar outras maneiras de contribuir financeiramente: a da viúva pobre (Marcos 12.41-44), por exemplo. Ela deu tudo o que possuía. Creio que podemos ler nesse texto, dentre outras coisas, que uma pessoa, por mais pobre que seja, não está isenta de colaborar.

Contudo, a contribuição não deve ser uma imposição, mas deve brotar do coração. Paulo nos diz também que a contribuição deve ser feita com alegria, não com peso no coração, não por obrigação. Leia em 2 Coríntios 9: 6-15.

Como contribuímos para a obra de Deus? Damos uma coleta ou uma oferta? A sua contribuição com orações, participação nas atividades da igreja, seu engajamento, são fundamentais! Contudo, não esqueça que a sua contribuição financeira é importantíssima para a manutenção dos trabalhos, para a divulgação do evangelho.

Não contribua com a Igreja como se você estivesse pagando um clube! Ao fazer a sua doação, pense: Estou doando para a obra de Deus. Sua oferta não é um pagamento, mas é uma Ação de Graças. Eu agradeço a Deus, por tudo o que Ele tem feito, doando um pouco para a Sua obra. Não vou dar o que sobra. Vou dar uma oferta do fundo do coração!

Alguém disse que a carteira, o bolso, é a parte do ser humano mais difícil de converter.

Deixe que Deus te converta por inteiro: bolso e coração.