Hoje encontrei várias imagens semelhantes à imagem abaixo no facebookSua mensagem faz bastante sentido. Apesar de que imagino que quem paga esses dois milhões são os patrocinadores do programa, que são vários, e não a própria Globo.

Então seria das empresas patrocinadoras do bbb que deveríamos cobrar. Será que vão doar ao Criança Esperança uma quantia considerável e proporcional ao patrocínio do reality show? Acho que não, né?

Mas sabia que nada disso importa?

Verdade sim, mas...

Verdade sim, mas…

Aprenda a lição

Quem fica preocupado com o destino do dinheiro que está doando, não está doando, está investindo. E está procurando uma boa desculpa pra não ter que se desfazer do próprio dinheiro. Nem deveria “doar”.

Doação só é doação quando damos e nos desprendemos daquele valor. Quando aquele valor, que normalmente já é uma ninharia, deixa de fazer parte da nossa vida.

O dinheiro da doação não é mais seu. Se com o dinheiro da doação o sujeito vai comprar comida ou vai cheirar tudo, isso não lhe diz mais nenhum respeito. Essa responsabilidade será cobrada do sujeito, pela vida, no momento certo.

Entendo que é razoável se preocupar com o destino do dinheiro de doações, mas o que eu quero aqui é chamar atenção para o fato de que não podemos controlar tudo. Quem vai lhe garantir que o dinheiro que você costuma doar para aquela instituição pela qual você põe a mão no fogo já não pagou um jantar chique e particular – ou quaisquer outros benefícios particulares – para algum dos responsáveis pela instituição?

A doação é um exercício de desapego. Um exercício que beneficia muito mais quem doa, do que o recebedor da doação. Todas as pessoas que lhe pedem dinheiro ou qualquer tipo de doação são como professores que vêm lhe ensinar e lhe conceder uma oportunidade para você exercitar e praticar a generosidade, o desprendimento material e a confiança de que Deus tem muito mais pra dar. E tenho acreditado cada vez mais que quando uma pessoa muito debilitada vem nos pedir ajuda, temos OBRIGAÇÃO de ajudar só por termos tido a bênção de não estarmos na situação dela.

As igrejas sempre são muito criticadas pelo modo como impõe aos fiéis certa obrigação quanto à doação. É fato que muitas delas extrapolam. Mas primeiramente, devemos reconhecer que há plena coerência em esperar dos fiéis alguma retribuição financeira para a manutenção da estrutura da igreja em troca do conforto espiritual que oferecem ao povo gratuitamente. Em segundo, devemos saber que muitas delas também trabalham fortemente com a caridade, de uma forma muitas vezes anônima, justificando ainda mais o estímulo à doações (lembrando que oferecer conforto espiritual aos outros também é uma forma de caridade). Deus realmente não precisa de dinheiro, mas há muita gente que precisa. E por fim, depois que descobri que até certas ordens iniciáticas possuem recolhimento de donativos, passei a entender melhor o dízimo evangélico. Embora SIM, muitos líderes evangélicos tenham feito fortuna com o dízimo alheio, também é verdade que as igrejas oferecem uma grande oportunidade às pessoas de exercitarem sua generosidade, num estímulo a uma postura mais humana e menos egoísta por parte do indivíduo.

E nem sempre doação é mera doação. Muitas vezes você pode ajudar MUITO uma pessoa comprando o que ela tem pra vender, mesmo que você não precise do que ela está vendendo. Você pode pegar o item comprado e dar para qualquer um, depois. O importante é ajudar quem está ali batalhando pela vida, muitas vezes em situações de precariedade financeira. Uma comprinha que para você é casual pode salvar o dia de quem está precisando de uns trocados.

Enfim, são pontos de vista que pode nos ajudar a sermos menos mesquinhos e calculistas e mais generosos e úteis.

Também há um outro tipo de generosidade, talvez você se interesse.

***

Ps.: Este ponto de vista é bastante novo pra mim. Não tem um ano que comecei a fazer doações efetivas e constantes. Tenho me sentido melhor quanto a isso e a vida realmente responde de um modo diferente.