Leia o primeiro post da série visão.
A visão holística é mais como uma perspectiva espiritual da vida. Uma pessoa muito cética não consegue praticar esse tipo de visão, e conclui que o mundo é injusto, desigual, imperfeito. Para ela, percepções de cunho espiritual são um modo sonhador e ilusório de se compreender a vida, já que muitos conceitos não podem ser comprovados. Entretanto não levam em conta O QUÊ aqueles que vivenciam essas formas de percepção SENTEM. Não podemos julgar o que o outro está sentindo.
E o espiritual só pode ser sentido.
Quem conhece certas correntes espiritualistas, aprende que tudo se origina internamente ao próprio ser, mesmo nas situações menos prováveis. Como uma criança pode passar fome na África? Pois bem, o cético percebe tal circunstância como uma fatalidade da vida. Pobre da criança que sofre sem “ter culpa” e sem “ter pedido” para nascer! O espiritualismo afirma que a criança, sendo um ser espiritual, tem uma vida pregressa, e para a sua evolução espiritual, optou (ou fez-se necessário) nascer naquele ambiente, naquelas condições, já que o sofrimento tende a nos pôr em forte introspecção, cujo resultado é uma melhora no nível de consciência individual.
Cruel, não?
Pois a vida é mesmo, de fato, muito cruel em muitas circunstâncias. Há quem questione uma visão dessas. Mas nenhuma outra visão se coloca como uma alternativa de compreensão melhor. Uma visão cristã de uma situação como aquela, a da criança passando fome, forçaria-nos a admitir que Deus fosse injusto. Como, no caso da “existência” de Deus, um pressuposto básico é o de sua suprema justiça, tal visão holística espiritualista “conforma” os fatos atribuindo a responsabilidade pelas mazelas humanas aos próprios indivíduos, através da consciência de que são entidades espirituais de longa e pregressa existência, as quais aqui vivem um breve momento de “burilamento” em seu ser e sua essência. Deste modo, o fato de “Deus” permitir certas fatalidades conosco se justificaria comparando-se Deus com a figura de um pai que deixa sua criança arriscar alguns tombos a fim de aprender a melhor caminhar.
Pois uma verdade é inegável: Sempre saímos fortalecidos das dificuldades.
O fato é que, diante dos problemas de nossas vidas, a consciência de que somos a causa de tudo o que nos acontece, ao menos tende a impedir que as pessoas se acomodem como vítimas e tende a forçá-las a aceitarem-se como são, e a trabalharem em prol de seu aprimoramento pessoal. Segundo o espiritualismo, não “existem” vítimas. Nosso mundo externo é resultado direto de nosso mundo interno.
O maior benefício de incorporar uma perspectiva holística da vida é o conforto em melhor compreender os acontecimentos “inexplicáveis e injustos” à nossa volta.
Leia o terceiro post da série visão.
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