Estudiosos afirmam que o ser humano sente uma NECESSIDADE de acreditar em algo que lhe explique o porquê de as coisas serem como são.

Neste sentido, toda e qualquer ideia religiosa ou espiritual tem a função de CONSOLO. Preenchem a lacuna formada por algumas questões sem respostas concretas, como DE ONDE EU VIM, PARA ONDE EU VOU, O QUE DEVO FAZER AQUI? Resumindo a resposta a essas perguntas, com base na maioria das religiões, ficaria mais ou menos assim:

Eu VIM DE DEUS, E POSSO VOLTAR A ELE, DESDE QUE AQUI, EU SEJA BONZINHO COM MEUS SEMELHANTES.

Há quem conviva bem com a ausência dessas respostas. Se atêm ao que a ciência consegue verificar e isso lhes basta. Admiro esse tipo de postura, muito embora não consiga assumi-la. Em vez de a tudo negar, prefiro a tudo conciliar. Com um mínimo de observação e estudo, perceberemos que alguns conceitos espirituais são universais e é a estes que realmente me apego. Esses conceitos espirituais com os quais me identifico, dizem respeito à continuidade, de alguma forma ainda desconhecida, da consciência após o que chamamos de morte, e ao constante progresso e evolução desta consciência através do auto-conhecimento e de um trabalho ininterrupto de auto-desenvolvimento.

Sempre acima, e sempre melhor

Sempre acima, e sempre melhor

A continuidade de nossa existência após o corpo físico é um conceito compartilhado por praticamente todas as religiões. Já a ideia de evolução é um conceito surgido com o espiritualismo mais recente. Entretanto, o que me “força” à identificação com essa ideia, a de nossa evolução espiritual, são as infindáveis dificuldades de ordem prática a que nos vemos obrigados a enfrentar – e superar – a cada dia de nossa vida. E principalmente ao fato de, inevitavelmente, nos sairmos fortalecidos após toda e qualquer dificuldade superada.

Nós, de forma geral, nos “contentamos” com idéias assim, alardeadas em todo canto por todas as religiões. Mas o fato é, que diante da ausência de uma comprovação de algo que exista além da vida, o ser humano criou, a esta altura do campeonato, milhares de hipóteses de como o mundo e a alma humana funcionam. Não bastasse a infinidade de religiões e outras divisões espiritualistas mundo afora, dentro de um outro ramo da atividade humana, muito interessante – a psicologia – há infinitas correntes de pensamento. As abordagens psicológicas são várias. Freudianas, Junguianas, Reichianas, Lacanianas, e outras “anas” que minha ignorância desconhece. E embora a psicologia e a filosofia se confundam em alguns pontos, esta última também tem suas inúmeras correntes de pensamento, todas sem exceção tentando entender o funcionamento da mente e do pensamento humano, sem muitos êxitos realmente dignos de consenso, pois a abstração filosófica que visa sistematizar e explicar o mundo é tão desprovida de fundamentos palpáveis, que qualquer argumento pode ser, de forma igualmente abstrata, ser refutado.

E Deus?

Continua rindo-se de nós e nossa estreita visão de mundo. Nos vê lá de cima, sentado em seu trono, como quem aqui vê de cima um formigueiro remexido, desordenado e sem rumo.