O filósofo alemão Arthur Schopenhauer dizia que “A inteligência é invisível para quem não tem nenhuma”.

De uns dias pra cá tenho deduzido que esse raciocínio vale para toda e qualquer virtude ou sentimento humano. Somos capazes de reconhecer somente o que tivermos dentro de nós. Dito assim até parece óbvio, porém não é assim que esperamos que os outros ajam. Ao contrário, costumamos esperar que o outro SEMPRE aja conforme nossas expectativas e pontos de vista.

Quem não tem amor dentro de si, isto é, quem não olha a vida e as pessoas com um mínimo de compreensão e aceitação, simplesmente não sabe reconhecer quando o amor vem em sua direção e sabe tampouco expressar seu amor. Muito antes, julga tais expressões alheias como sentimentais, piegas, bregas… O mesmo vale para o ódio, como vemos nesta afirmação atribuída a Osho:

Se você se ama, você ama as outras pessoas; se você se odeia, odeia as outras pessoas.

Quem não tem sabedoria dentro de si, costuma debochar das reflexões mais profundas de algum amigo, dizendo: “Ih, lá vem fulano filosofando”. Não enxerga o quanto seu nível de compreensão e atenção estão aquém da mensagem do amigo. Rir do outro é sempre mais fácil do que tentar entendê-lo.

Quem não tem o sentimento de dentro de si, não compreende as manifestações de fé alheias. Não entendem que o crente assim se porta por intuição. E como vou julgar a intuição alheia se eu mesmo nunca manifestei qualquer traço dela?

Quando faltarem conosco, seja no aspecto da vida que for, vejamos se assim o fizeram por não terem dentro de si o mesmo conteúdo e vivências que nós. E ainda, por outro lado, quando estivermos tentados a julgar ou enfrentar outra pessoa, vejamos se não nos falta o mesmo conteúdo e vivências que ela demonstra.

Compreender o outro é estarmos abertos ao desconhecido, e certos de que não é porque não conhecemos algo, que esse algo não existe, ou ainda, que ele vale menos.

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