O problema do pensamento contemporâneo é que ele confere muita autoridade para conceitos absolutamente equivocados. Como esta frase abaixo de Simone de Beauvoir, por exemplo.

Não se nasce mulher: torna-se.

Com base nos conhecimentos espiritualistas, entendo que todos já nascem homens ou mulheres, PORÉM de modo independente do órgão genital que trazem em seus corpos. É só ver como seres geneticamente machos passam a se comportar de modo completamente feminino depois de certa idade (quando a sexualidade se manifesta) e opostamente, como seres geneticamente fêmeas se comportam como “homens” depois de certa idade.

Não me parece algo que surja assim, voluntariamente, como se ali pelos 12 ou 13 anos de idade o menino pare e formalize: “Então tá, quando eu crescer, vou ser homem”.

Não é algo que o indivíduo escolha deliberadamente para tornar-se, como quem escolhe uma profissão.

O pensamento contemporâneo acredita que conceitos de masculino e feminino são construções sociais. Certamente são. Contudo, eu já vejo que esses conceitos transcendem a existência material.

É algo que fica na alma.

O problema é admitir isso com base na filosofia existencialista, que a meu ver, é outro equívoco grotesco do panorama intelectual contemporâneo, já que prega que a essência espiritual do homem se constrói após a formação e nascimento do corpo. Para o existencialista, a alma não existe antes do nascimento, é algo que, se existe, se forma junto ao desenvolvimento da personalidade do indivíduo.

É uma visão amplamente aceita, que fundamenta muito do ceticismo contemporâneo quanto a manifestações espirituais, porém também amplamente equivocada, dadas as inúmeras manifestações espirituais que ocorrem o tempo todo mundo afora e que o paradigma materialista, por não saber lidar com elas, rotula insegura e preguiçosamente como anomalias.

Quando as anomalias ocorrem com muita frequência e por todo o mundo, então não são anomalias, são fenômenos desconhecidos.