Que estranha e vil satisfação é essa que sentimos quando sabemos que ganhamos mais do que certas pessoas?

Que necessidade tão egoísta é essa de nos sentirmos melhor do que os outros?

Que dificuldade é essa de sermos quem somos com autenticidade e autonomia? Por que se pautar pelo padrão de sucesso alheio?

Por que o conceito que fazemos de nós mesmos se prejudica tanto quando notamos por qualquer motivo que somos piores do que os outros? Por que tamanho desgosto com o sucesso do vizinho?

Que dificuldade é essa que temos de entender que cada um tem o que merece, colhe o que planta, dorme na cama que arruma?

Que cegueira é essa que não nos deixa ver – ainda – que muitas vezes o sucesso alheio é uma imagem construída para consumo externo e que, intimamente, o outro é tão humano quanto nós, teme e se alegra como nós? Todos tem seus momentos de êxtase e seus momentos de miséria. Cada um, e apenas cada um, sabe a dor e a alegria de ser o que é, seja o rei, seja o andarilho.

Não sei a resposta para essas perguntas, mas sei em quem esses sentimentos costumam habitar: Nos pequenos.

A inveja é sentimento de gente pequena.