Me explica o que é certo e o que é errado, tio?

Me explica o que é certo e o que é errado, tio?

Chega a dar embrulho no estômago o modo como alguns indivíduos defendem o bandido que tentou roubar a moto e levou uma invertida de um policial.

Dizem que a frase “bandido bom é bandido morto” é uma frase fascista.

Sim, é.

Realmente não acho que sair matando bandido vai resolver os problemas sociais que fomentam (parte da) criminalidade, mas eu fico me perguntando: Se for verdade o que dizem, que o criminoso é resultado de uma sociedade onde faltam oportunidades, então não deveriam todos os pobres ser bandidos? E por que há tantos corruptos (corrupto = eufemismo para bandido rico) no poder e que se criaram com o bom e o melhor?

Por que, na pobreza, só uma minoria cai no crime e a maioria prefere atuar de modo honesto apesar das dificuldades? E por que muitos RICOS são mais bandidos e roubam mais do que dezenas de bandidos pobres… juntos? Para mim, só há uma resposta: Independente de ser pobre ou rico, o bandido é um doente. Doente mental e social, um sujeito que só pensa em si e não apreende a dimensão do prejuízo que causa nos outros, ou, se percebe esse prejuízo, não se importa com ele.

Um tal Alexandre Rosas diz:

bandido bom é bandido que muda de ideia pois é errado roubar e matar

Sim, idealmente, é.

O problema com esse ponto de vista é assumir que todo e qualquer bandido é um ser racional capaz de ponderar as coisas como ele, o autor da frase acima, ou como todo e qualquer intelectual, que normalmente são os que defendem esses indivíduos. Ora, se o policial tivesse chegado no bandido civilizadamente, tentando argumentar e tentar mostrar que ele estava errado, provavelmente, estaria morto. E por que tantos corruptos continuam sendo corruptos apesar de serem muito inteligentes?

O bandido da moto, depois dos tiros que levou, muito provavelmente, mudou de ideia.

Quem sabe muito bandido GRANDE não merecesse também apanhar de cacetete ou levar umas bordoadas de revolver na perna para, finalmente, entender que é bandido e que no caminho errado.

Uns mais violentos, outros menos, mas bandido é bandido porque é impulsivo e inconsequente, e muitas vezes, para conter esse impulso todo, é necessário a força física, um choque, um grande susto. Não digo que bandido bom é bandido morto, mas também não acho que seja possível lidar com essa gente de forma suave.

Quem usa a linguagem da violência, só entende a linguagem da violência.

Não desejo que o bandido morra, desejo que a sociedade o reabilite para o convívio pacífico.

Só não sei se isso é plenamente possível.

***

Tentei expôr um ponto de vista semelhante num status da Ana Freitas, no Facebook, e galera discordou geral de mim.

Eles acham que, de modo geral, é a sociedade a “culpada” pela violência do bandido (de qualquer bandido) pela situação de escassez na qual ele se criou.

Só não explicam de onde vem a culpa por um político corrupto ser corrupto, mesmo tendo sido criado em melhores condições.

Sim, o corrupto, que para mim é tão ou mais bandido que o rapaz que tentou roubar uma moto, na medida em que o corrupto pode permitir as mais diversas injustiças, num nível coletivo, como por exemplo, que pessoas morram nos hospitais enquanto desviaram o dinheiro das verbas da saúde para sua viagem com a família pela Europa.

Se isso não for sinal de doença, ou desajuste social, então não sei mais o que pode ser.

Dois pesos, duas medidas, SEMPRE!

Tava aqui pensando:

Quando o assunto é estupro (um tipo de violência), o povo culpa a mulher por se exibir (ostentar sua sensualidade), vestindo roupas ousadas. Então os defensores do “politicamente correto” afirmam que a culpa é do estuprador, e não da vítima. E ninguém cogita se o cara é um doente ou desajustado; é criminoso e PONTO.

Quando o assunto é assalto, ou latrocínio (um tipo de violência), o povo não culpa, no caso, o cara da moto por estar se exibindo, ostentando um produto caro e vistoso, e sim, o bandido. Então, os defensores do “politicamente correto” afirmam que a culpa não é do bandido e sim, do piloto da moto, que está ostentando.

Eu não sei quem é, mas que alguém está errado nessa história, está. Ou a culpa deve ser só dos criminosos (assaltante ou estuprador) ou só de quem ostenta (a mulher ou o piloto exibidos).