Me pergunto em que mundo essas pessoas que são a favor da manutenção da maioridade penal em 18 anos vivem.

Acho que nunca entraram em contato com um bandido, em especial, esses bandidinhos com menos de 18 anos.

Quem defende a manutenção da maioridade penal como está, acredita que todos os jovens são preponderantemente bons, atenciosos e racionais. Que se tornaram bandidos porque o Estado falhou com a Educação, como se muitos não tivessem justamente abandonado a escola por uma indisposição natural a permanecer sentado por 4 horas diárias num banco escolar.

É um tipo de gente impulsiva, difícil de lidar. Pergunta pra qualquer professor que esteja em sala de aula. Não há como  argumentar racionalmente com eles. Enquanto você inicia sua argumentação, ele te aponta a arma na cara e faz você calar a boca e passar o seu dinheiro pra ele, quando não, sua vida.

Em bandido não se confia, não importa a idade. Eles não falam a mesma linguagem civilizada que os defensores dos direitos humanos falam. A linguagem deles é física, da violência. Pergunta pra qualquer policial que está na rua lidando com essa gente diariamente. Não se conhece a verdadeira índole dessa gente através de livros.

Gente que, independente da idade, só vai tomar consciência do que está fazendo consigo mesma e com os outros quando tomarem um choque: A perda de sua liberdade.

Reconheço a nobreza de coração de quem defende os direitos humanos, no caso, o direito dos jovens infratores a terem uma reabilitação digna para a convivência em sociedade. Mas acho que falta a esses defensores um certo senso de realidade.

Entendo também que o sistema prisional brasileiro não reabilita ninguém, só devolve à sociedade pessoas piores do que entraram, menores ou não. Nem acho que reduzir a maioridade possa resolver de verdade o problema da violência no Brasil, porque de fato o problema começa com a Educação e com a assistência básica que não chega a todos.

O Brasil é um problema em si. Não sei nem como essa joça ainda se sustenta.

Mas também não acho que devemos lidar com esses jovens infratores como se fossem crianças puras e inocentes. O que me incomoda é esse coitadismo socialista e falso que invadiu o pensamento contemporâneo brasileiro. A maioria das pessoas é boa e civilizada sim, motivo pelo qual a sociedade não entra num total colapso. Mas há indivíduos que trazem consigo, desde o berço, o espírito do mal, através de uma insubordinação natural, uma insolência e um atrevimento desmedidos, além de uma ausência total de empatia. E creio que devem ser tratados com rigor, porque depois quem vai sofrer serão as próprias pessoas de bem.

Veja uma opinião bastante ponderada do Contardo Calligaris sobre o assunto.