O imposto governamental é algo curioso.

Como sabemos através de recorrentes escândalos, dinheiro não falta aos governos. Por isso tanto se briga para chegar lá, e depois, para não sair de .

Por isso, em vez de empreender e arriscar enriquecer, o sonho do brasileiro é se tornar servidor público.

Ora, uma entidade intangível (mas bastante presente) chamada Estado, de uma hora para outra se achou no direito de cobrar-nos impostos, para manter uma estrutura tal que nos garantiria a lei e a ordem.

Mas ela não cobra assim, tipo, paga quem quer, o que achar que vale.

Não.

Ela IMPÕE.

A entidade intangível IMPÕE a cobrança de cerca de 30% das transações comerciais, por isso, IMPOSTOS.

Só o nome da cobrança – imposto – já é imoral.

Do nada, de uma hora pra outra, ela nos torna devedores.

E se não pagar… Ai se não pagar. Posso ir preso, ou me incomodar bastante, me tornando, por exemplo, devedor de duas a cinco vezes a “dívida” inicial, através de mais uma multinha corretora.

Porque, você sabe, , que a multa é o imposto que o governo lhe cobra por fazer algo “errado” e um imposto é a multa que o governo lhe cobra por fazer o certo.

Se correr o Estado pega, se ficar o Estado come.

Se não é voluntário, é criminoso

A existência do Estado é, por natureza, autoritária. Esse montante gigantesco de dinheiro que passa pelas mãos dos burocratas só passa por essas mãos mediante cobranças autoritárias; imposições arbitrárias de dívidas.

Por isso nunca falta dinheiro ao governo. Se um assaltante ficar apontando uma arma para as pessoas e forçando-as a dar-lhes seu dinheiro, sem nunca ser punido, também nunca faltará dinheiro ao assaltante.

É diferente do livre-mercado. Nenhum capitalista lhe ameaça de prisão ou de multa se você não consumir seus produtos.

Governo é sinônimo de coerção. Limitar os governos é o instrumento mais importante para a garantia da liberdade. Walter E. Williams

A moralidade do livre-mercado

A verdade é que há uma qualidade moral muito superior no capitalismo do que no socialismo.

Como afirma Dennis Prager, no livre-mercado, se eu quero algo de você, então eu tenho que fazer algo por você. Ou, dito de modo mais vulgar, se eu quero o seu dinheiro, tenho que oferecer algum produto ou serviço. Nós sabemos por intuição que qualquer coisa fora dessa troca justa é considerada imoral de alguma forma, inclusive se ela for proposta pela parte mais forte.

No socialismo, em nome de uma alardada “justiça social”, os mais pobres, carentes e minorias, recebem benefícios do Estado, sem que tenham obrigações de retribuir de alguma forma (a não ser através do voto no grupo político que lhe beneficiou). E, por outro lado, os mais bem favorecidos, classes média, alta e ricos, são obrigados a bancar essa justiça, e para isso tem parte de sua renda ou bens expropriados, isto é, tomados à força na forma de impostos, sem que o Estado tenha que lhes retribuir de alguma forma minimamente justa.

Dinheiro Público

Eu não acho que o politicamente correto seja preponderantemente ruim. A visão politicamente correta acerta, em certa medida, ao substituir certas palavras ofensivas ou pejorativas por outras mais suaves e dignificantes.

Mas em alguns casos, essa diplomacia toda favorece o crime. É o caso do termo “dinheiro público”. Pior ainda “desvio de recursos públicos”, o qual, traduzido para a linguagem direta, significa “roubo de dinheiro do povo”.

Pois bem, dinheiro público. O problema do termo público aí é que um dinheiro que é público é um dinheiro que não é de ninguém, ou pior, é de todos.

Não, o dinheiro público tem uma origem só: O bolso da empregada doméstica, do professor, do porteiro, do vigia, do trabalhador braçal da feira, do pedreiro, e de todos os outros cidadãos.

O dinheiro público não é público, é a soma do dinheiro que era meu e seu.

Se a mudança da linguagem altera mesmo a realidade conforme afirmam estudiosos, então um dos primeiros passos para se reduzir drasticamente a corrupção é fazer conhecer a origem desse dinheiro e, passar a chamar, oficialmente, recursos e dinheiro público para dinheiro do povo.

Dinheiro que significa esforço e tempo de vida de cada cidadão, que lhe foi tomado de forma compulsória e impositiva e que por isso mesmo deve ser administrado como algo sagrado, como de fato é o fruto de todo trabalho.

Tempo é Dinheiro

E portanto, Dinheiro é Tempo.

Genericamente, 30% do seu dinheiro significa 30% do seu tempo de vida.

Você dá ao Estado 9 dias do seu mês; 4 meses do seu ano (na verdade, no Brasil, esses números são maiores, mas para fins de exemplo, fiquemos com estes aqui).

E se você trabalha para o Estado, é curioso que ele mesmo lhe paga seu salário, e ele mesmo lhe cobra a parte dele.

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Imposto é sempre roubo. Podemos tolerá-lo e até pagá-lo, mas nunca respeitá-lo.

Olavo de Carvalho

Sim, eu entendo perfeitamente, e aceito, que é necessário que uma instituição legitimada pelo povo se estabeleça para manter a lei e a ordem. E eu entendo que uma estrutura para tal demanda custos. E acho plausível que tais custos sejam bancados pelo povo, o qual virá a usufruir da paz promovida pela manutenção da lei e da ordem.

Não sou infantil anarquista.

Mas 30% é um preço muito alto.

Mais um vídeo do Flavio Augusto sobre o mesmo assunto