Acho que não é novidade que a corrupção no Brasil é uma doença social crônica.

Porém acredito que ela chegou a esse ponto porque há um grupo considerável que, apesar de também condená-la, se precipita em justificá-la e, com isso, conforma-se com o estado geral das coisas no Brasil.

A primeira justificativa para a corrupção se percebe ao se concordar com uma frase desse tipo:

Ladrões do governo sofrem duras críticas dos bandidos da oposição.

Justificativa: Não adianta lutar contra a corrupção governamental porque quem entrar lá vai roubar também, e político é “tudo igual”.

Conclusão prática: Deixa como está.

A segunda justificativa para a corrupção se percebe ao se concordar com uma frase desse tipo:

‘Temos que acabar com a corrupção’ – Assim disse o sujeito que sonega impostos, dirige bêbado e não pára para as velhinhas atravessarem a rua.

Justificativa: Não adianta lutar contra a corrupção porque o povo é corrupto e merece o governo que tem.

Conclusão prática: Deixa como está.

E assim o Brasil vem se arrastando há 500 anos na lama da corrupção.

A primeira verdade sobre isso, ao meu ver, é que todos se corrompem em algum nível: afetivo, financeiro ou social.

A segunda é que independente da primeira verdade, nenhuma corrupção pode ser justificada, aceita ou naturalizada.

Continuo acreditando que todos devemos lutar contra a corrupção: Seja a corrupção particular e individualista, seja, principalmente, a corrupção das altas esferas públicas, que fere a coletividade, que mata pessoas ao desviar dinheiro de hospitais e da segurança, e mata o futuro do país ao desviar dinheiro da educação das futuras gerações.