Antigamente, lá por 2002, os sites eram feitos “em Flash”, isto é, uma tecnologia gráfica, que permitia ao designer uma flexibilidade plena para criar o que ele quisesse. Por isso, os sites normalmente eram uma bosta, porque o “designer” sabia “mexer no flash”, mas não pensava em como o usuário, sempre muito leigo, em especial há quase 20 anos, quando a internet era uma novidade pra qualquer um, iria conseguir manejar aquele site para encontrar a informação que queria.

Alguns sites eram um primor estético, é verdade, e fiz uns dez sites desses, sempre muito elogiados, no que foi talvez meu curto auge criativo, mas mesmo assim, tinham uma usabilidade bem questionável, porque os designers inventavam muita moda e tal.

Mas aí, como o Google não lia sites em flash (e se seu site tá fora do Google ele tá fora do jogo), todo mundo passou a usar o HTML, isto é, sites em texto, simples; época também da febre dos blogs. Ao menos assim a usabilidade melhorou bastante, afinal, os sites “em html” se pareciam com páginas de texto de papel, com o qual o ser humano já tinha alguma familiaridade desde Gutemberg.

Agora, com o HTML 5, aquela flexibilidade inventiva do Flash voltou. E com ela, os mesmos sites que são LINDOS mas que são uma bosta pra navegar. Você vê aquela página enorme, linda e chique, cheia de fotos e textos com efeitos e movimentos e firulas, mas você continua sem saber pra onde ir, ou o que fazer na página e acaba fechando e voltando pro Facebook, que é onde as coisas acontecem.

A sociedade avança, avança, e avança mais um pouco, mas parece não sair do lugar.