1999

Uso a internet desde 1999.

A internet comercial, acessível ao público, tal qual conhecemos hoje surgiu em 1995 nos EUA. Já em 1999 apareceu no Brasil sob ampla divulgação das empresas ZAZ e UOL.

Na verdade mal usávamos, afinal a conexão se fazia via linha telefônica, o que encarecia um pouco as contas a cada mês. E quando usava, era mais para me entreter, nunca fui muito aficcionado por tecnologia.

Nem sabíamos direito pra que servia, e eu ficava me entretendo com as curiosidades do inutil.com.br, da Farmácia de Pensamentos e das bobagenzinhas que costumavam nos enviar por email.

Era a época do Netscape concorrendo com o Internet Explorer.

Ainda não havia o Google, quando queria encontrar algo, ou tratava de anotar bem certinho os endereços divulgados na TV ou nas revistas tipo a Super Interessante, ou recorria aos sites tipo Aonde ou Altavista.

Peguei a época do iniciozinho do UOL, o qual até que está durando, e do ZAZ, o qual viria a se tornar depois o portal Terra, que sabe-se Deus como está também sobrevivendo.

Era época dos chats e salas de bate-papo online.

O Terra foi por anos minha página inicial no Internet Explorer, e portanto, minha principal fonte de informação e conteúdo na internet.

2008

Google e a blogosfera

Me ausentei desse contato com o mundo online entre fevereiro de 2004 até setembro de 2005.

Quando voltei, o Google já reinava soberano nas buscas e os blogs estavam em alta.

Leia também: A extinta blogosfera brasileira

Afora os portais com aquele conteúdo noticializado, as grandes fontes de conteúdo interessante nesta época eram os blogs. Como não havia redes sociais, acompanhávamos as publicações dos blogueiros cujos conteúdos mais nos atraíam através de agregadores de feeds através do recurso RSS. Através dos agregadores, víamos todas as novas postagens dos blogs numa mesma página, sem a necessidade de ficar visitando um por um.

Embora já trabalhasse com web-design desde dezembro de 2002, somente em 2007, mais precisamente no dia 31 de dezembro, finalmente criei algo online exclusivamente meu, o que viria a ser o embrião deste blog que você ora lê, finalmente publicado em 15 de agosto de 2008.

Nesta época, de 2003 a 2006, o MSN Messenger, que seria o precursor do atual WhatsApp, estava no auge.

Era época também do hoje falecido Orkut. Adicionávamos deslumbrados nossos amigos de infância e parentes distantes. Mas o Orkut não me chamava muita atenção, eu realmente trabalhava bastante nesta época, não tinha tempo. Alguns conhecidos viviam me perguntando porque eu não aparecia no Orkut.

A verdade é que o Orkut não era a plataforma de divulgação de conteúdo como o Facebook é hoje. Era basicamente uma plataforma de conexão entre as pessoas, mas as pessoas basicamente vivem suas vidinhas sem nada assim tão atrativo a ponto de fazer com que visitemos seus perfis regularmente. Tanto que no Facebook a gente acaba até optando pela opção “deixar de seguir” muitas das pessoas que temos como contato, quando elas começam a publicar coisas desinteressantes ou repetitivas. Hábito que vejo se tornar cada vez mais popular.

A partir de 2005 o sistema de publicidade do Google, o Adsense, que ajudou e ajuda a financiar milhares de sites internet afora, estava iniciando no Brasil. Comecei a utilizá-lo por curiosidade neste blog, por influência dos blogueiros que acompanhava.

Deu tão certo que passei a criar mais e mais sites, a maioria de frases.

De 2009 até 2014, aproveitei muito bem essa onda positiva de renda que obtive com o Adsense. Meus sites tinham realmente MUITOS acessos. Por cerca de 2012 eles somavam algo como um milhão e meio de visitantes únicos por mês.

Achei que ia ficar rico…

Mas a verdade é que a tecnologia não pára, e como sabiamente sugere Warren Buffett, não se deve apostar todas as suas fichas (ou dinheiro, muito menos a vida) em empresas de tecnologia.

A partir de 2011 no Brasil, redes sociais como o Facebook e o Twitter surgiram roubando todos os leitores – e portanto, muitos autores – dos blogs.

Facebook e “redes sociais”

O que foi um tiro no pé para estes autores, uma vez que desde então, o Facebook vem reduzindo o alcance das postagens das páginas, de modo a forçar as pessoas e empresas a pagarem para a propagação dos posts. Hoje muitos autores estão simplesmente órfãos de plataformas de divulgação de suas ideias – Os sites têm poucos acessos, suas postagens nas fã-pages tem pouca propagação, twitter é pouco popular, Instagram é bem limitadinho para textos, grupos de WhatsApp são desorganizados…

Uma jornalista perguntou em seu perfil no Facebook se falta algum conteúdo realmente bom na internet. Comentei que acredito que tem muito conteúdo bom disponível, no entanto as formas desse conteúdo chegar às pessoas é que está complicando, uma vez que esse mecanismos vem passando por transformações sucessivas desde a popularização da internet.

Lá por 2000 a gente encontrava as coisas nos portais e diretórios. Depois Google e Blogs. Depois redes sociais. Agora, além do FB vir restringindo o alcance das páginas, acontece ao mesmo tempo um oversharing de conteúdos superficiais. Não sabemos mais onde está o bom conteúdo porque seguimos fontes demais; se ficarmos assistindo a todos os vídeos publicados nos canais do Youtube nos quais estamos inscritos, ficaremos o dia inteiro assistindo; as pessoas também estão migrando para grupos de WhatApp temáticos e não dão conta de acompanhar e visualizar tudo que é postado neles. Estamos nos perdendo na quantidade em detrimento da qualidade, a qual existe, mas está se distanciando das pessoas, está precisando ser garimpada.

Tá tudo muito confuso e caótico.

Para onde vai a internet em 2018?

WhatsApp e YouTube

De 2015 pra cá muita coisa vem mudando novamente. Boa parte dos famosos blogs de outrora se extinguiram de vez – e falo isso com certa tristeza e nostalgia. Aprendi muito, sobre tudo, com aquela galera.

Os blogs atuais, ou são superficiais em seu conteúdo e alcançam pouca relevância, ou, os remanescentes como este aqui, seguem no limbo, por vários motivos, que destaco: os acessos caíram a menos de 10% do que eram, sobretudo por questões de SEO. Você pode ter muitos leitores fieis, mas o grosso de visitantes – num nível que você não consegue imaginar direito – vem através das buscas do Google. É tipo 1 / 20. Se hoje tenho 200 visitantes por dia neste site, o que aparenta ser muito, durante meu auge em 2012 eram 4000 por dia.

Portanto, No Google, No Gain.

E aparentemente isto não vai voltar a ser como era, por vários motivos:

Blog? – As pessoas não leem mais blogs. Qualquer busca que você faz no Google atualmente resulta em sites mais populares nas primeiras posições: jornais, portais etc.

SEOE os autores, editores e blogueiros não se linkam mais entre si (classe desunida), o que fez com que a maioria dos blogs perdessem a relevância que já tiveram um dia e hoje se restrinjam a um segundo plano nas buscas (e fez com que surgisse todo um ecossistema obscuro de obtenção de links artificiais, chamado de BlackHat).

WhatsApp – A verdade é que o WhatsApp está tomando a frente de uma nova mudança no comportamento online das pessoas. E esse comportamento está se direcionando para o uso intensivo e exclusivo de smartphones para o acesso à internet. E este uso se faz através de aplicativos, dentre os quais o WhatsApp é o mais popular. Navegador? Chrome? As pessoas mal sabem o que é isso…

Vídeos – Aqui acho que está a lápide de blogs como o meu. O fato é que a disseminação de conteúdo na internet está migrando de imagens e textos para vídeos. Observe as páginas do Facebook ou os grupos de WhatsApp: Só dá vídeo!

Muitos autores migraram seus blogs para canais no Youtube, a maioria evidentemente sem sucesso, porque alcançar certo sucesso com vídeos é bem mais complexo. Mas muitos autores alcançam considerável sucesso neste verdadeiro ecossistema de vídeos entre o Youtube e o Facebook.

Só sei que eu não posso lidar com isso.

Resta arrumar outra coisa pra fazer da vida e voltar a curtir as bobagenzinhas que as pessoas continuam compartilhando, não mais anexadas em emails, e sim, compartilhadas nos grupos do WhatsApp.