No segmento do Marketing, existe o que chamam de “necessidades criadas”, aquelas necessidades de consumo que as pessoas não tinham; ou que não sabiam que tinham.

Sabe aqueles produtos que vieram resolver os problemas que nós não tínhamos?

Pois bem, o Instagram é um deles.

O maior feito do Instagram foi convencer as pessoas de que todos nós – seus “seguidores” – queremos muito ver o que elas estão fazendo.

O insta tornou o narcisismo – antes reprovável – algo agora natural e aceitável.

Se o aplicativo mostrasse a seguinte mensagem, antes de apertar o botão de postar: “As pessoas realmente querem/precisam saber disso?”, acho que o insta quebraria em poucas semanas.

Parte grande das pessoas é autocentrada, egocêntrica, quase sempre está numa vibe de interesses e momentos do dia diferentes dos nossos – e não quer saber das nossas coisas. A outra parte, é centrada nos outros, invejosa, ressentida, hater, e não precisa saber.

O cara do cartaz

Ninguém quer saber dos seus exercício, amigo(a).

Eu sempre me faço esta pergunta e, por isso mesmo, meu perfil no Insta tem pouquíssimas postagens, aquelas cujo meu lado exibicionista venceu meu intransigente lado pragmático; E tem somente UM storie da minha estante de livros, no Dia do Livro, o qual quis dizer, à ocasião, que ~ eu leio muitos livros ~

Sim, às vezes me dá vontade de postar algumas coisinhas legais que vejo, mas… quem é que quer saber?

Isso mesmo: Ninguém!

As pessoas podem vir e me contra-argumentar: “Então por que minhas postagens têm tantas visualizações e curtidas?”

Bom, nós – e aqui me incluo – acessamos o instagram/facebook/twitter motivados: Ou pelo mais puro tédio, como entretenimento, e vamos assistindo, como antes assistíamos à televisão, porém agora vamos curtindo, comentando, invejand… digo, aplaudindo, despretensiosamente, e às vezes, falsamente… (quem nunca?); ou, ainda mais provavelmente, por escapismo. Acessar as redes sociais se tornou um cigarro virtual. A pressão é grande, a ansiedade toma conta, e lá vamos nós anestesiar nossos cérebros fumando uma timeline alheia, sabor procrastinação.

Curadoria

Na verdade eu sou bem chato na curadoria do que sigo, e costumo seguir perfis de interesses bem específicos, como arquitetura antiga, história, astrologia, arte, curiosidades e algum tema eventual que esteja me chamando atenção, o qual daqui um tempo deixarei de seguir quando ir perdendo o interesse. Normal.

Não sou de seguir artistas – os narcisistas por excelência – ou personalidades da mídia; estas usualmente não sabem usar as redes apropriadamente e só têm milhões de seguidores por causa da exposição na grande mídia televisiva. Eu sempre deixo de seguir perfis de gente muito próxima cuja vidinha eu já conheço, e perfis muito narcisistas, exibicionistas ou que que repetem demais os assuntos. Queria ter essa obsessão que algumas pessoas têm, mas não consigo; me entedio fácil.

Mas viveríamos perfeitamente bem sem estas postagens todas.

Talvez até melhor.

Bom senso

Eu uso as redes sociais desde que surgiram.

Desde então fui descobrindo que há boas práticas que tornam o perfil mais agradável.

Uma delas é não postar demais.

É como diz o subtítulo acima, BOM SENSO, algo que a maioria das pessoas não têm. Às vezes, eventualmente, e especialmente se seu perfil for de nicho, e você estiver publicando um conteúdo planejado e específico, talvez você vai ter que publicar vários posts em sequência.

Mas no geral, publicar demais de um mesmo assunto faz as pessoas enjoarem do tema e deixarem de seguir.

Outra “boa prática” é não postar muito sobre si mesmo(a). E aqui também vale o bom senso: A não ser que você seja muito lindo(a), gostoso(a) e inteligente e faça coisas realmente interessantes.

As postagens precisam fazer sentido, porque, de sem sentido já basta o próprio Instagram.

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