Haja vista a desnecessidade de mostrar-me erudito, já que de fato não o sou, este que vos escreve procura, ao escrever, fazer uso das palavras modestas, sob o risco certeiro de parecer até simplório. Desta feita, costumeiramente vejo graciosas as palavras de quem, por certo, traz em seu âmago tal necessidade, tendo pouco a dizer, mas entretanto porém, talvez (quem sabe?), evitando o risco de parecer simplório, como de fato é, enfeita o balaio com firulas mil, a ponto de fazer o leitor perder-se nas esquinas dos trâmites gramaticais e capotar nas curvas do sentido original da mensagem, que se perde no vasto horizonte do desconhecido, de modo que, ao final do parágrafo, não tenha ele, o leitor, mais do que vagas reminiscências do início de sua leitura. Adentrar por tal senda faz-se mister por parte de quem escreve, para que o leitor verificadamente nada entenda, e fique o pobre com a certeza de sua rasa inteligência, certeza esta que oculta com excelência a rasa inteligência e a triste vaidade de quem escreve.