Na madrugada deste dia 17 de setembro, eu tive uma experiência onírica/abdutiva/espiritual insana.

Insana porque é o tipo de relato que fará qualquer pessoa mais cética e/ou cínica me considerar um louco, e faz você entender porque todo sujeito com tendências místicas ou religiosas com forte crença no que defende ser também visto como alguém meio doido, bitolado, ou fora da casinha.

Antes de continuar, quero dizer que eu realmente não sei a natureza do que me aconteceu; o que avalio sobre o que aconteceu são apenas impressões e suposições. Eu realmente não sei e, pode tanto ter sido uma bela e profunda experiência espiritual, como pode ter sido meramente um sonho mais inusitado que o usual.

Somos feitos da mesma matéria que compõe os sonhos, e nossa breve vida está envolta em sono. William Shakespeare

Um dia terá que ser admitido oficialmente que o que batizamos de realidade é uma ilusão até maior do que o mundo dos sonhos. Salvador Dali

“Ana, tu não tens noção do que me aconteceu” (repita sem parar)

Era madrugada e os cachorros estavam latindo insistentemente na nossa rua. Minha esposa, que normalmente não liga pra essas manifestações caninas, se enervou, foi à janela e chiou com a cachorrada. Continuaram latindo, então dessa vez eu fui, um pouco mais calmo, chiar com eles para que parassem de latir. Mas ao abrir a janela, simplesmente pararam…

Ok, voltei, deitei e apaguei.

De repente, me senti agarrado, ou capturado, senti que alguém queria me carregar para algum lugar. Tentei resistir, mas senti um impulso para me entregar (ui). A partir daí me sobreveio a impressão de que estava sendo afastado do corpo…

…acreditei, e senti, que estava morrendo. Me ocorreu que meu corpo poderia estar sofrendo algum tipo de parada cardíaca ou outra crise qualquer de morte.

E começaram a me carregar. Não conseguia enxergar nada, era como se estivesse vendado. Subiram aqui, viraram ali, meio que consegui tocar as pernas de quem estava me levando, sabe-se lá para onde…

Então, senti uma aceleração violenta.

Não sei o que aconteceu, mas sentia a vívida impressão de que tinha morrido e que estava viajando, ou sendo levado, para os confins do universo…

Do nada, me vi à frente, como se fosse no colo, de um ser muito estranho… Ele me falava como se aconselhasse sobre assuntos que mal me lembro… minhas parcas lembranças dizem que ele falava sobre meu jeito “crica” de ficar implicando com os livros que minha esposa tira e coloca da estante sem terminar de ler, entre, certamente, outros nada virtuosos hábitos comportamentais meus. Ele também me mostrou umas plaquinhas brancas sobre uma mesa com algumas palavras simbólicas que apontavam onde eu precisava melhorar.

Eu li tudo, já não lembro de nada que li.

Sem entender o que estava acontecendo, ele me mostrou suas mãos, e ao vê-las, senti revelado o meu paradeiro, e a natureza da minha inusitada companhia: Eu estava entre extraterrestres.

Foram estes dedos, esta mão que eu vi. Eu VI!

O que eu senti foi uma aliviante compreensão, pois há não muitos meses atrás eu lera o livro Minhas Vidas, da Shirley McLane, no qual a atriz relata sua experiência em certa região da Cordilheira dos Andes, junto a um amigo, que revelara a ela suas experiências e visões com extraterrestres. Alguns detalhes deste livro me fizeram ver esta questão sobre extraterrestres com olhos mais abertos, uma vez que sempre ignorara este assunto como uma bobagem ufológica. A verdade é que terminei este livro com uma curiosidade grande sobre o tema, na verdade bastante confirmado pelo testemunho de grandes personalidades e até de amigos próximos.

Pois bem, lá estava eu em meio a extraterrestres. Dá até vergonha de afirmar isso.

Assim que terminei de ler as plaquinhas brancas, senti alguém mexendo no topo da minha cabeça, como que massageando-a. Aparentava ser um tipo de limpeza energética, ou cura, vai saber…

ET, telefone, minha casa!

Este ser, que era o único mais estranho do grupo, aparentando de fato aquele personagem do Spielberg ET, o extraterrestre (eu sei que é ficção, mas era parecido) ainda me disse, ao fim de sua fala, que certa pessoa, cujo nome me residiu na memória, “já está sabendo disso”, como se houvesse algum acontecimento futuro em vista e esta pessoa fosse me auxiliar de alguma forma.

(Faz algo entre 12 e 15 anos que não vejo esta pessoa e acho pouquíssimo provável que venhamos a nos encontrar novamente, mas, enfim, ela foi citada nesta aventura esquisita)

Olhei para o lado, e vi dois rapazes. Isso mesmo, eles também têm a forma humana (ufólogos afirmam que há vários tipos de extraterrestres, alguns com uma forma super-humana, outros com aqueles olhinhos enormes e corpo raquítico). Fui em direção aos rapazes, e um deles largou uns livros sobre uma mesa. Ele era um jovem, tinha um semblante vívido, olhos muito azuis, mas tinha cabelos brancos e barba branca lisos e bastante compridos, mais ou menos como a conhecida figura de Merlim nas lendas do rei Arthur.

Vi os títulos nas capas dos livros e fiquei curiosíssimo sobre eles. Pedi ao outro rapaz – este mais normal, cabelos e barba castanho claro, olhos muito verdes – se podia folhear um dos livros. Ele consentiu com a cabeça, meio sem querer. Pequei o livro, abri, mas era um livro que se expandia com páginas dobradas em zigue-zague, que desmoronaram no chão. Fiquei sem  graça, ajuntei o livro e tentei recompô-lo mas, sem conseguir, fui puxado para outro canto daquele ambiente.

Era um saguão, aberto em cima, onde vários deles estavam de pé, à vontade, conversando, como numa confraternização de amigos. Eu, maravilhado de ver aquilo tudo, berrei de onde estava, algo assim:

“Gente, vocês precisam se revelar pras pessoas (da Terra). Elas precisam saber de tudo isso”.

Reagiram à minhas palavras com olhares de repreensão, não tanto pela ideia em si, como – assim eu senti – pela exasperação com a qual lhes falei. Meu jeito enérgico e empolgado de falar não lhes agradou.

Ainda tive a petulância de afirmar: “Tudo bem, não falo mais nada então”.

Em seguida, lembro de ficar encantado com uma figura feminina que vi por lá, meio ruiva, cara de adolescente; foi um encanto menos por atração e mais por surpresa de terem formas e feições humanas, muito bonitas.

Mas minha viagem insana estava terminando.

Me arrastaram para uma área externa e vi à minha frente uma moça, alta, ruiva, rosto comprido, cabelos amarrados, olhos muito azuis. Ela quis, intencionalmente, ficar bem à minha frente, para eu memorizar bem o rosto e o semblante dela.

De fato, memorizei. Era linda e eu exclamei isso a ela. (Rapaz que não tem mesmo senso de ocasião…)

…porque vi também que ela tinha uma INJEÇÃO nas mãos.

Me senti engasgado e pedi a ela e aos que me seguravam se eu poderia cuspir o que me engasgava numa floreira próxima. Me levaram até lá, mas eu não conseguia pôr nada pra fora.

Não vi mais nada, me senti novamente imobilizado e “vendado”; Ela me aplicou aquela injeção.

Senti novamente aquela aceleração absurda. Ciente de que estava “voltando” para casa, mas encantado com aquela realidade que acabara de vivenciar e querendo ficar por lá, repetia para mim mesmo: “eu vou voltar, eu vou voltar, eu vou voltar, eu vou voltar…”.

Parou. Acabou.

Abri os olhos, respirava fundo e um pouco mais acelerado que o normal. No quarto, reinava o silêncio da noite.

Estive deitado esse tempo todo, desde que fechei a janela após chiar com a cachorrada da rua.

E ao mesmo tempo, sentia vivíssima em mim toda a sensação da viagem inusitada que acabara de fazer.

Minha cabeça entrou em parafuso, não conseguia processar nem entender o que aconteceu. Sentei na cama e chamei:

Ana? Ela dormia. Acordou, respondeu… “Hummm…”.

Ana, tu não tens noção do que me aconteceu. Cara tu não tens noção do que me aconteceu. Fiquei repetindo isso ad-infinitum, acho que a Ana se assustou e se irritou comigo, queria dormir.

Balbuciei uma explicação resumida pra ela. Ela respondeu ahã e voltou a dormir.

Fiquei uns 15 minutos sentado na cama tentando relembrar ,ponto por ponto, do que havia “vivido”.

Sabia que se voltasse a dormir, esqueceria, embora também não conseguiria dormir, tamanho era o maravilhamento que esta experiência me deixou.

Nunca na vida tive qualquer experiência do gênero, nem nos meus sonhos ou pesadelos mais surreais.

Voltei a deitar, e já sem sono, tentar entender o que acabara de acontecer.

Mas o quê, realmente, aconteceu?

Honestamente, eu não sei. Mas vou tentar explicar. Já aviso que é uma explicação absurda que somente ufólogos e espiritualistas vislumbrarão algum traço de entendimento.

Assim: Tudo que relatei acima são VESTÍGIOS do que ficou na minha memória. Você sabe que normalmente esquecemos dos sonhos, e quando lembramos, é apenas de algumas cenas muito mal memorizadas. Esquecemos porque nossa memória cerebral é incapaz de fixar as impressões tão vívidas experimentadas no mundo onírico / espiritual.

Tudo que vivi neste breve retiro espiritual foi muito vívido, intenso, colorido, detalhado e dinâmico. Com exceção do primeiro ser que me aconselhava, todos os outros seres tinham a forma humana e eram belíssimos. A realidade espiritual é muito mais complexa que a física, e possui, digamos, um sistema de leis “físicas” mais amplas do que aqui no espaço-tempo, de forma que no mundo espiritual as coisas acontecem de uma forma que lá, fazem todo o sentido, mas relembradas daqui do mundo físico, parecem absurdas.

***

Edit – 3/10/2021: Quando me deparei com esta imagem abaixo, logo lembrei deste episódio acima descrito. Foi mais ou menos isso que vivi, de repente me foi dada a oportunidade de vislumbrar uma dimensão superior, muito vívida.

Gravura de Flammarion

Gravura de Flammarion

***

E aí, eram extraterrestres ou espíritos?

Eram os dois! E aqui está minha maior surpresa/lição nisso tudo. Há muitas classes de extraterrestres, desde os mais “físicos”, que fazem experimentos com animais e utilizam nossos minérios como combustível para suas naves (áreas de mineração são as que mais possuem relatos de aparições) até os mais “etéreos”, que são as entidades espirituais que conduzem nosso planeta.

Já li muitos livros espíritas, e lembro de uma leitura em que se explicava que os “guias espirituais” descem à Terra, dos planos espirituais, em espécies de “carros“. Lembro com precisão do uso desse termo “carros”, que à época me soou estranho, embora hoje compreenda claramente que esses carros nada mais são que as naves espaciais muitas vezes visualizadas ao redor do planeta.

Acredito, e tão somente acredito, de forma especulativa, que foi numa dessas que fui parar.

De tudo que vivi nesta inusitada madrugada, minha maior surpresa e dificuldade foi justamente perceber que após toda aquela vivência intensa, curiosa, inusual, mas aparentemente MUITO real, no final das contas eu… abri os olhos. Estava dormindo esse tempo todo?

Não, eu não estava dormindo. Meu corpo estava, mas fui levado em espírito – que é o que somos de verdade, espíritos – para um outro lugar, de alguma dimensão meio física, meio espiritual. Realmente senti uma força de deslocamento monstruosa e me senti transportado para os confins do universo.

Por quê fui levado? Difícil dizer claramente, mas acredito que foi um breve retiro de aparente aconselhamento e regeneração.

Desde então, não senti nada de diferente em mim, fisicamente. Mas tenho me sentido profundamente motivado a melhorar meu comportamento em relação às minhas implicâncias domésticas, no trânsito e em outras questões particulares que inferi deste inusitado rapto.

Coisa de gente doida, né?

Eu sei o que você está pensando…

…eu pensaria o mesmo.

***

Adendo – 21/10/2017 – Quem veio primeiro, o ET ou o Filme?

Com o passar dos dias, fui compartilhando esta experiência com alguns poucos conhecidos. Sempre usei o exemplo do personagem ET, o extraterrestre, para ilustrar a aparência aproximada do primeiro ser com quem tive contato nesta viagem louca, já que os outros seres tinham aparência humana, o que torna a explicação mais fácil – entretanto, sempre ressaltando que EU SEI que o ET é um personagem de ficção.

Mas nesses últimos dias me surgiu a seguinte especulação: O personagem ET foi resultado de uma criação cinematográfica genial do cineasta Steven Spielberg. Spilberg é daqueles tipos de gênios raros na humanidade, pessoas especiais que vem com a missão de encantar as pessoas.

Daí tu pensas comigo: Se eu, um mané anônimo aqui do sul do mundo vivi uma experiência louca como esta relatada acima, não seria certo que gênios como Spielberg também teriam experiências semelhantes, talvez até mais intensas e frequentes? Não me é difícil cogitar que Spielberg toma um cafezinho toda semana com algum ET em alguma esquina qualquer do sistema solar.

Finalizo assim, com a seguinte pergunta:

ET, o extraterrestre de fato é um personagem de ficção cinematográfica, mas será que a inspiração de Spielberg para criá-lo foi um mero surto criativo? Ou não teria também Spielberg tido experiências como as que relatei, cujas fortes impressões, causadas em si (como causaram em mim), o levaram a criar uma das mais icônicas peças cinematográficas de todos os tempos?

Quem afirmaria que não?

***

Adendo 06/11/2018 – O paraíso

Se você fizer uma breve pesquisa sobre esse tipo de experiência, como esta, ou esta, por exemplo, notará que a percepção de todas as pessoas que de alguma forma puderam se situar para além de seu corpo físico, vivem uma experiência fantástica.

E por fantástica, eu estou dizendo FAN.TÁS.TI.CA!

Uma vez lá, as pessoas não querem voltar.

Os deuses escondem dos homens a beleza da morte para leva-los a agüentar a vida. Lucan

Porque tudo na dimensão além vida é tão maravilhoso, leve, colorido, fantástico, onde não há dores e, ao contrário, costuma-se sentir um clima de amor e acolhimento tão inacreditáveis, que a última coisa que se quer é voltar a viver esta experiência terrena, material onde, de forma não tão figurativa assim, arrastamos correntes, presos ao chão, tendo de enfrentar uma existência que é quase sempre dura, pesada, cruel e sofrida.

Esta minha experiência, somada às duas que linkei pouco acima, de Jill Bolte e de Eben Alexander, entre muitos outros, me faz compreender perfeitamente por que, e de onde surgiu o mito do paraíso.

Todas as religiões tem seu paraíso. Um lugar de luz, leveza, paz, harmonia e delícias.

Será que a origem desses paraísos não teve início com experiências semelhantes a esta minha acima relatada, vividas também pelos antigos, os quais, não tendo palavras nem conhecimento técnico melhor para descrevê-las, assim o fizeram através da alegoria de um lugar maravilhoso que existe em alguma dimensão, não souberam onde, apenas sabiam que EXISTE?

***

Adendo 24/04/2022 – Prof. Laércio

O Prof. Laércio comenta sobre extraterrestres, e a relação entre o que entendemos por ETs e as dimensões espirituais.

***

Veja também

Nave Espacial em forma de Rodas que Giram entre si (Tronos) – Mais um dos meus “sonhos” doidos