É muito engraçado esse povo que critica o Bolsa-família como um estímulo à acomodação dos beneficiados. Eu também desaprovava até me INFORMAR sobre o valor pago.

NINGUÉM vai deixar de trabalhar ao receber o benefício.

É muito POUCO.

Mas tenho certeza que é muito bem-vindo para quem não tem condição nem de comprar comida e acredite, essas pessoas ainda são muitas.

É fácil criticar o Bolsa-família quando você nasceu num lar razoável, estudou em escolas minimamente decentes e passa a maior parte da vida entre o seu escritório e o seu apartamento. Embora eu acredite que nada aconteça por acaso e que haja uma razão para alguém nascer num lar rico e outro nascer na pobreza, quem nasce num lar rico tende a seguir a vida um tanto inconsciente de como a vida pode ser dura para muita gente.

O governo do Lula está longe de ser perfeito, mas certamente seguiu no caminho certo e “ensinou” muita coisa à “direita” que agora até se sente mal em ser vista como direita.

Afinal, quase 80% de aprovação fazem qualquer direita parar e refletir sobre seus valores 😉

Bom senso

Não podemos tiranizar os capitalistas, donos do capital, porque muito embora tendam a ser conservadores e _________ (coloque aqui o adjetivo que prefere para xingar os ricos 😉 ), são eles que construíram as condições para que ao menos muitas e muitas pessoas tenham o seu trabalho e possam viver dignamente. Evidentemente não fizeram isso por bondade, mas que bom que fizeram, não?

Igualmente, não podemos tiranizar os pobres, uma maioria que já nasce em subcondições, para quem tudo tende a ser mais difícil: estudo, moradia, alimentação, etc. Não podemos seguir pensando que “não são gente” como “a gente”. Prefiro não pensar nessa questão como uma questão “fraterna”, nem tampouco “ética”, e sim HUMANA.

Creio que a função de toda e qualquer riqueza passa, de alguma forma, pelo questionamento de que muito capital acumulado de um lado, e tanta gente precisando de condições mínimas para crescer na vida de outro, são definitivamente, uma contradição que subsiste à condição humana e que precisa ser pensada e repensada SEMPRE.

O pobre que passa a vida inteira vivendo sob valores que o instiguem a “querer dos ricos” porque “eles tem muito”, sem que busque, da forma que puder, um mínimo de auto-desenvolvimento, está vivendo sob valores tão invertidos quanto o rico que convive bem, por uma vida inteira, com a idéia de manter sua fortuna (crescente) alheia ao estímulo ao desenvolvimento social de seu país e só age “pelo social” quando essa ação vai gerar uma boa imagem para o marketing de sua empresa.

Como é difícil para nós enxergarmos o mundo sob o viés de tendências, em vez de generalizações. E que valores opostos costumam se completar, em vez de se agredir. Precisamos de uma dicotomia como quem precisa de uma roupa para vestir. Até quando isso, hein?