Mestre, como fazemos para podermos ficar o dia inteiro sentados numa pedra ensinando aos outros como ficarem sentados o dia inteiro numa pedra ensinando os outros como ficarem sentados o dia inteiro numa pedra (repita o looping infinitamente)

Mestre, como fazemos para podermos ficar o dia inteiro sentados numa pedra ensinando aos outros como ficarem sentados o dia inteiro numa pedra ensinando os outros como ficarem sentados o dia inteiro numa pedra (repita o looping infinitamente)

No ramo místico ou religioso, vejo dois tipos de pessoas. O pragmático, e o evasivo.

O místico pragmático tem uma personalidade prática e objetiva. Ele recorre à sabedoria espiritual para melhorar sua vida no dia a dia, por mais que nem sempre consiga. Quer mais saúde, mais prosperidade e mais amor em sua vida. Ele se apega menos a nomes e rótulos, e mais à essência e ao significado das práticas espiritualistas, porque quer viver bem, e rápido. Se concentra em resultados, e preferencialmente, que eles cheguem em vida. Porque por mais que acredite em vida pós-morte, nunca perde de vista que ela AINDA não passa de um GRANDE mistério. E também não perde de vista que se fomos colocados aqui nesse mundo, é para aprendermos a lidar bem com ele, e não, para entrarmos em reclusão em monastérios. Fugir é sempre mais fácil.

No silêncio forma-se o talento. Mas o caráter, no turbilhão do mundo. Goethe

O místico evasivo é o que ocultistas chamam de esquisotéricos ou misticóides. Normalmente não se encaixam na sociedade, mais por incompetência do que por incompatibilidade, e como fuga, se apegam a toda e qualquer crença que prometa uma situação melhor, num futuro incerto, sob condições incertas. Muitas são crenças bizarras que pregam que o sentido de tudo está em se afastar  do mundo, e em acreditar, e não em ter uma vida melhor justamente em meio ao mundo. Vão se agarrando de galho em galho numa busca sem fim pelo quê não sabem exatamente o que é. Iluminação? Salvação? Nirvana? Êxtase espiritual? A Verdade? Não sabem direito… Eles acham que há um estado final de iluminação onde se alcança a paz interior definitiva, e que pode ser alcançado em vida, desde que descubram o santo graal. Mas como não sabem o que é esse santo graal, nunca o encontram, e assim seguem a vida.

Às vezes penso que não querem saber, porque se encontrarem, a busca chega ao fim e o lance pra eles é estarem sempre em busca de algo.

É mais fácil permanecer nessa busca quando não se sabe o que se procura 🙂