De 22 de novembro de 1998.
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Ele, frio, esfria, congela
Ele, veloz, move bandeiras,
move cortinas, através da janela
Ele, move folhas, faz cair folhas velhas,
arranca postes e árvores, algumas inteiras
Ele moveu, no mar, barcos a vela, caravelas,
no deserto, moveu dunas, montanhas de areia
Ele, rebelde, apaga a chama das velas,
e no ato mais traiçoeiro, atiça fogueiras
Como quem pensa ser a estrela mais bela,
num céu onde há milhões, formando clareiras
Ele, molha, traz chuvas, trovões, seus segredos,
depois, seca e esquenta, atormenta, nos abafa
Ele, alegre, espalha tudo, contudo, meus cabelos,
ou triste, pára, cria o mormaço, chato e sem graça
Ele, quente, já semeou, já queimou,
criou, destruiu, flores e amores
Em mim, fez sentir seu calor,
Percebendo, ao meu redor, seu amor
Ele, enquanto brisa, faz perfeita minha vida
Projeta imagens, na mente já invadida
Imagens de uma vida bem provida
Imagens de uma mulher muito querida
Imagens de amigos, numa mesa convidativa
Como se um dia, acabássemos todos juntos,
andando e conversando, numa calçada florida
Incrível seria se movesse o amor…
Espalharia por tudo, por todos
Por nossos corações
Como as ondas do mar,
o amor que está no ar…
/ Ronaud Pereira /
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