São poucos os que tem FOME de aprender.

Meu último texto fala um pouco sobre isso. Mas os leitores insistem que, de alguma forma, a responsabilidade pela “fome” dos alunos por aprender é do governo, da mídia, do professor etc.

Se não houver um “culpado”, a conversa fica sem graça, é isso? 😉 Ou perceber que o culpado por nosso destino somos nós mesmos é por demais incômodo? Ou será que a lamentável perspectiva de uma futura nação comandada pelos jovens alienados de hoje nos desmotiva quanto ao futuro? Ou ainda quem sabe precisamos ter um problema, mesmo que inexistente, para termos pelo quê reclamar, e nos iludirmos porque ninguém o soluciona!?

Mas pense: Não é estranho que a informação nunca tenha ficado tão disponível e que o povo nunca tenha demonstrado tanto desinteresse?

Não quero faca nem queijo; quero é fome
Adélia Prado

É você quem se forma

É você quem se forma

Nada me tira da cabeça de que o único responsável pela própria educação é o próprio indivíduo. São as pessoas que formam a si mesmas! O professor não forma o aluno assim como o escultor dá forma à sua escultura. Tem um quê de utopia esperar que UM OUTRO possa abrir o “apetite” por conhecimento em alguém. Saramago mesmo disse em entrevista no canal futura que a pessoa pode não ter livros, mas se quiser ler, vai onde os livros estiverem.

É isso! O ponto aqui é interesse, curiosidade, cisma!

Particularmente, não lembro de um único professor que habite minhas lembranças como um tutor na busca pelo conhecimento.

Que nada! Uns mais atenciosos, outros menos, mas todos sem exceção estavam lá cumprindo seus horários para ganhar os seus salários. No segundo grau mesmo, todo e qualquer estímulo era voltado a se passar no vestibular. Azar meu? Quem sabe… Sempre fui o esquisito que preferia ficar em casa lendo e relendo alguns poucos livros antigos de história e geografia a ficar jogando futebol com a turma da rua.

Não estou me gabando, relato que sempre tive esse interesse. Não duvido que tenha sido assim com praticamente qualquer um que tenha consigo um impulso genuíno por expandir seu conhecimento e compreender melhor o mundo que habita.