A filosofia surgiu como uma profunda devoção à sabedoria.

Sabedoria que não serve para qualquer outra coisa que não seja ajudar as pessoas a viver melhor.

Pena que atualmente a filosofia se enclausurou no meio acadêmico e não faz qualquer outra coisa que não seja falar de si mesma, para si mesma.

Filósofos muito exibidos são considerados filósofos pop, tal como Alain de Botton e o nosso querido Mário Sérgio Cortella, cuja luz própria acho que merecia mais destaque. Mas não vejo caminho mais legítimo para um filósofo do que aparecer muito, ir para as praças, como iam seus antecessores e levar a quem possa ouvir sua louvável e necessária sabedoria.

A filosofia, que começou muito amiga da sabedoria, traiu-a para ficar amiga do conhecimento.

Mas como diria nosso sábio ex-presidente Lula: “Uma côisa é uma côisa, e otra côisa é otra côisa” 😉

Estudar o conhecimento, por parte da filosofia, é digno, mas menos autêntico em relação ás suas origens. A função que nos tempos clássicos ocupou a filosofia, de nos iluminar os caminhos, com uma sabedoria para a vida prática, hoje foi completamente dominada pela auto-ajuda. Esta que sofre tremendo preconceito de uma elite intelectual, elite que fica gabando-se de ser elite, enquanto poderia ser mais útil ao mundo ajudando-o a tornar-se menos ignorante das coisas básicas do viver.

Mas nós, os ‘modernos’, tornamo-nos tão acostumados à verbosidade empolada na filosofia que quando ela é apresentada sem verbiagem temos dificuldade em reconhecê-la.  Will Durant

Se filósofos fossem mais exibidos, e aparecessem mais, a auto-ajuda talvez não tivesse dominado tanto o campo popular da orientação vivencial, e muitas pessoas não perderiam seu tempo com a auto-ajuda ruim, e fossem hoje mais sábias e, portanto, mais felizes.