Que a internet nos vem com uma overdose de informação, bom, isso já é clichê – apesar de eu não ter nada contra clichês. Agora um aspecto menos comentado mas igualmente influenciador é o quanto a internet nos põe em contato com pessoas com as quais a probabilidade desse contato em meio aos anos 80 seria inviável, ou impossível.

Dessa gente, uma parte realmente é bom que conheçamos. São pessoas diferentes, inteligentes, que realmente nos agregam com seus pontos de vista diferentes, mas sempre educados e polidos.

Agora, outra parte, Deus que me livre. São aquelas que nunca nos fizeram falta e com as quais eu fico me perguntando porque fiquei tanto tempo acompanhando. Gente ranzinza, rabugenta, que só reclama, que acha a maior graça em ficar “dando block” no twitter. Nem crianças são tão infantis. Convenhamos: Manter postura adulta, educada, polida, gentil, ainda são boas recomendações, mesmo na internet.

Os meios de expressão permitidos pela web, como blogs, fotologs, twitter, etc conferem muito destaque, as vezes a níveis excessivos aos egos de quem os mantém. Mas poxa, não há nada demais você se expressar, falar ao mundo – e aos semelhantes virtuais – das coisas que você gosta, faz, vê. Muito ao contrário, proporciona um efeito catártico. Qualquer ser humano saudável precisa se expressar – e se sentir compreendido – tanto quanto respirar.

Agora achar que você é tão melhor que os outros por ter tantos acessos, tantos seguidores, e se achar no direito de esculachar os outros, é demais. O indivíduo aparentemente inteligente incapaz de manifestar um mínimo de polidez no trato com os outros, demonstra não saber usar a inteligência que tem adequadamente. Respeito ainda é requisito mínimo para a boa convivência. Se achar certíssimos quando suas posturas são visivelmente artificiais e questionáveis, não pode ser sério. São aberrações que não se enxergam. Já dizia o personagem da Praça é Nossa que há quem acha que é bonito ser feio.

Como tudo isso é novo, acabamos, principalmente no twitter, seguindo pessoas de gosto duvidoso meramente por falta de noção. Mas quando nos damos conta, só fazem reclamar, tuitar bobagens, xingamentos, chamando nossa “santa” (e escassa) atenção em vão… até que caímos na real.

Ontem mesmo comecei a seguir algumas pessoas novas no twitter, e uma delas me chamou a atenção por demonstrar uma suavidade e amabilidade raras nos meios blogosféricos, e eu meio que caí na real…

“Cara, existe humanidade nisso”

E na mesma hora dei unfollow nos bundões da internet. Seletividade aqui é item de sobrevivência (e sanidade).