Sobre Não Entender Ironia

Dias atrás uma pessoa com bastante tempo disponível encontrou uns tweets de 2012 da deputada catarinense Ana Caroline Campagnolo em que ela supostamente elogiava e utilizava maconha e criticava o ato de trabalhar.

Eu a acompanho desde 2013 quando se envolveu nestas polêmicas políticas as quais foram justamente as que a projetaram suficientemente para ganhar uma eleição.

Porém me foi suficiente pra entender que, uma pessoa carola como ela jamais usaria maconha e que ela estava zoando os maconheiros, pessoas que não são muito conhecidas pela vontade de trabalhar.

Aqui ela mesma reposta uma foto onde no texto de 2017 ela comenta o contexto da imagem.

Pois bem.

Os opositores dela ficaram pimpões da vida, “ala a deputada hipócrita” porque acreditaram piamente que ela havia utilizado e elogiado a maconha.

Que delícia encontrar uma mentira que confirma nossas crenças, né?

Pois é, mas para eu que entendo a situação, que usei o twitter desde 2010 e sei perfeitamente que naquela época ele era um ambiente de early-adopters que adoram ironizar tudo (o perfil do Anderson Quegi, o antigo “Anderssauro” era o melhor perfil nesse quesito), enfim, para mim esse povo todo que tirou onda dela não passa de seres semelhantes aquelas hienas do Rei Leão. Irrelevantes, desprezíveis, destrutivas.

Hoje vejo algo semelhante acontecer de novo.

Aviso: Contém Ironia

O autor Eduardo Affonso escreveu mais um de seus ótimos textos e, no segundo parágrafo, criticou alguns erros comuns e, veja só, como pode um absurdo desses, finalizou este mesmo parágrafo com os erros criticados nele mesmo.

Adivinha o que aconteceu?

Era ironia, moça…

Esse povo, que está sisudo demais, que anda com 10 pedras na mão pra tacar no primeiro que encontrar pela frente, veio nos comentários representar o papel da hiena, ainda que bem intencionados. Simplesmente não sabem identificar o que uma pessoa irônica…

Dizem que na escola, além das matérias básicas, deveríamos também ter aulas de relacionamentos, finanças, saúde, essas áreas práticas da vida. Eu concordo, e acrescentaria outra, que poderia caber como uma sub-matéria da língua portuguesa: Ironia.

As pessoas precisam aprender a consumir as informações online com um ceticismo preponderante.

Estão todas muito crédulas, como diz estas outras ironias:

Se tá na internet então é verdade.

ou

Se eu acredito então é verdade.

NÃO!

É ao contrário.

Se está na internet então muito provavelmente é mentira, besteira, invenção, aquilo que Trump cunhou como Fake-news.

Se você leu algo maravilhoso com o que você concordou integralmente, então muito provavelmente a mensagem foi feita sob medida para te manipular.

Desconfie, sempre, de tudo!