A leitora Thailinne sugeriu que eu falasse sobre o preconceito. Perguntou o que eu achava e me pareceu mesmo uma boa idéia, afinal nunca falei disso. Lembrando que não sou autoridade no assunto (e quem é?) mas gosto de comentar certos temas sob meus pontos de vista metidos 🙂 Contudo de certa forma posso falar sobre o preconceito sim, muito embora não vá entrar em detalhes do porquê.

Acho que quem sofre de preconceito tem uma espécie de missão na vida: Compreender a ignorância alheia. Quem age com preconceito para conosco demonstra, de duas, uma: Falha de caráter ou ignorância (o que chamamos de “sem noção”), fruto de uma má educação. Seja por falta de freios da educação ou por pura falta de caráter, essa pessoa comete faltas típicas de crianças. E se por algum motivo essa pessoa que lhe atinge com seu preconceito tem algum valor pra você, está na hora de você rebaixá-la em sua escala de valores. Tenha certeza absoluta: Quem age com preconceito não vale tanto quanto podemos supor. Quem age assim ainda tem muito o que desenvolver internamente, como noções de respeito, valores, empatia, compreensão. Essas são as maiores qualidades das pessoas REALMENTE valorosas.

Sabe quando eu digo aqui que mágoa é quando as pessoas não são (ou agem) como queremos (ou esperamos)? Ser vítima do preconceito é basicamente isso: Enfrentar uma situação em que o outro não entende sua situação, por mais que o senso comum mandasse entender. Que bom seria se todo mundo nos entendesse e respeitasse, não é? Mas esqueça. Estupidez e bossalidade são desvalores que proliferam como ratos. Há em todo canto.

Há evidentemente limites. Fortes atos preconceituosos podem tornar-se até questão judicial. E se você se sente de alguma forma muito prejudicado pela discriminação de alguém, não hesite em recorrer à justiça. Faça o indivíduo APRENDER através do bolso como se deve respeitar os outros. Afinal, quando o assunto é dinheiro, todos entendem a mensagem.

Agora há também os casos mais “leves”, porém não menos projudiciais. São aquelas circunstâncias que nos corroem por dentro, nos fazendo sentir diminuídos. Infelizmente, para essas situações, não tem jeito, mais cedo ou mais tarde, você terá que se desapegar dos valores e ilusões que o fazem sofrer e aceitar a realidade.

Ou seja, a pessoa que se dirige a você com preconceito é mesmo ignorante e não sabe o que diz, o que não a exime de sua responsabilidade, porém é assim que a realidade é. O melhor é se afastar ou, se não for possível se afastar, o jeito é ignorar deixando a pessoa se sentir “boba” sozinha, com a “brincadeira” infeliz que fez, e você, concentrando-se cada vez mais em si mesmo, em sua força, fortalecendo-se (e desejando profundamente que o f.d.p. tropece na primeira pedra que encontrar, afinal, ninguém é de ferro, muito menos santo, para ser xingado e ainda ter que desejar o bem).

O que não tem jeito devemos aceitar. Mas para para o que tem jeito teremos muito provavelmente que nos defender! Não hesite! Aprender a se defender ainda é a melhor arma contra o preconceito.

O ideal mesmo, mas que não é pra todo mundo, é exercitar o seu senso de humor e rir de si mesmo. Isso vale pra todo mundo. Sabe por quê? Porque nós também temos os nossos preconceitos. É da natureza humana julgar as coisas antes de conhecê-las. E também porque costumamos nos levar a sério demais e isso nos motiva a nos magoarmos demais com as pessoas, com a vida. Já quem se leva pouco a sério, vive a vida na boa, sem rancor gratuíto. Contudo, essa fronteira entre não se levar muito a sério e preservar seu amor próprio é super sutil. É preciso estar sempre atento ao momento em que “invadem” seu espaço vital, e nessa hora, não hesite, seja generoso e distribua patadas para todos os lados. Afinal, antes pisar do que ser pisado! Se você discorda, então continue de capacho dos outros. A opção é sempre sua. Ah propósito, INFELIZMENTE não sou assim tão insolente, contudo, concordo inteiramente com esse pesamento de Malcolm Little (Malcolm X) – Líder negro americano:

Seja pacífico, seja cortês, obedeça às leis, respeite a todos; mas se alguém colocar as mãos em você, mande-o para o cemitério.

E por fim, seja lá qual for o problema que você tem e que provoca esse preconceito, você terá, cedo ou tarde, de aprender a conviver com ele. Se ele tiver solução, ótimo, ao menos você poderá trabalhar por essa solução, mas se não tiver, é meu amigo, minha amiga… essa é a vida e você aprendeu como ninguém que pimenta nos olhos dos outros é refresco, porque os outros, de forma geral, não vão estar nem aí para os seus problemas.