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Sobre Fake News
Enviado em 2020-06-07 19:13:33
Há algum tempo escrevi sobre uma percepção; a percepção de que o que conhecemos por "história" nada mais é do que uma descrição testemunhal de alguém sobre um determinado fato. Uma descrição apenas. Uma de muitas. A realidade fiel dos fatos historicamente narrados a nós, só Deus sabe como foi.
Hoje temos o fenômeno recente das
fake-news, que vai muito além do que se entende por
notícias falsas.
Existem as notícias falsas, isto é, comunicação equivocada de fatos não existentes ou ocorridos de forma diferente da divulgada.
Exemplo: "Maria foi vista fazendo compras na feira." Perguntada, Maria diz que não estava na feira. Quem viu certamente se confundiu
E existem as narrativas de um fato: "Maria foi vista fazendo compras na feira, mesmo estando desempregada". Percebe? Há uma imputação de juízo sobre o ato de maria. Talvez ela tenha ido a feira. Talvez esteja mesmo desempregada. Talvez tenha pedido dinheiro emprestado. Mas o que a narrativa quer demonstrar é que Maria é desonesta, afirma que está desempregada mas vai fazer compras. Quem lê, fica com um pé atrás a respeito de Maria. Será que ela é confiável?
Nada foi como disseram
O que conhecemos do mundo
O Monopólio da Verdade...
As pessoas têm uma propensão natural a acreditar no que outra pessoa diz.
Nascemos com uma inclinação a presumir honestidade nas falas dos outros.
Esta inclinação é ainda maior quando o que se fala parte de um agente da mídia: Apresentador, locutor, jornalista, escritor ou algum outro comunicador qualquer.
Nascemos ignorantes, estudamos muito pouco na vida, estudamos mal o que sabemos, sabemos muito pouco da realidade.
Qualquer um que se apresente sabedor, que articules palavras e ideias mais complexas, ganha automaticamente o respeito das massas como o portento detentor da
verdade.
Toda essa briga contra
fake-news é uma briga pelo MONOPÓLIO da verdade, propagada através de narrativas, que até então pertencia aos grandes conglomerados de mídia e que correspondiam aos interesses de determinados grupos que essa mídia representava.
...ou Monopólio da Mentira?
Sabendo dessa credibilidade espontânea, da inclinação das pessoas a aderirem a qualquer narrativa propagada por seus veículos, a imprensa passou a se prevalecer deste poder de manipulação das massas para conduzir a opinião pública de acordo com interesses diversos.
Hoje está mais esclarecido que:
A imprensa tradicional sempre mentiu;
sempre mentiu MUITO.
Eis porque a primeira medida de governos ditatoriais é controlar - e se possível extinguir - a imprensa.
Se perco o controle da imprensa não aguentarei no poder nem por três meses. Napoleão Bonaparte - Imperador Francês
E recentes, veja a desconfiança do Silvio Santos sobre jornalistas:
Nós temos uma tendência a crer que se algo foi publicado num jornal, ou foi dito por um homem de terno as 20:30 horas na Globo, então é verdade.
Nem sempre é. Aliás, quase nunca o que foi publicado ou dito retrata com fidelidade a realidade.
Jornalistas deveriam, por ofício, tão somente informar e relatar fatos, da forma mais isenta possível.
Porém o que se viu até fins do século XX foram veículos de imprensa narrando o mundo de acordo com as mentes de seus dirigentes.
Porque além de atenderem aos interesses de seus patrões, jornalistas têm sido convencidos, ou doutrinados, pelas faculdades de ciências humanas, de que eles têm obrigação de tornar o mundo melhor. Aquela conversinha idealista, como se tornar o mundo melhor fosse tarefa fácil, como se o conceito de mundo melhor fosse o mesmo para todos.
O fato é que, atualmente, praticamente todos os jornalistas saem das faculdades mais graduados em militância do que em informação.
E como todo revolucionário, para quem
os fins justificam os meios, eles mentem descaradamente se preciso for, porque na cabeça deles, é por uma boa causa: a revolução.
É o que eles têm feito atualmente em relação ao isolamento social. Dizem pro povo ficar em casa, e patrulham o povo que não fica, e as pessoas têm perdido emprego, têm passado fome por causa disso tudo.
Tudo para o seu bem.
Mas a propagação das fake-news agora deixou de ser monopólio dos grandes grupos de imprensa, e foram parar nas mãos das pessoas comuns.
E aqui vemos que as fake-news possuem algumas características curiosas:
1 - A condição de quem propaga
A propagação de uma informação ou narrativa falsa, pode partir de alguém ignorante, que interpreta mal os fatos, ou de alguém de má-fé, que lança uma interpretação específica e proposital no ar, com determinados objetivos; defender uns, atacar outros.
Recorte dos fatos muda toda a história