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O Fantástico Mundo da Rede Globo
Enviado em 2022-11-22 14:25:30
Como quase todo mundo, me criei assistindo à Globo. Aos poucos, nos últimos anos, também como muitos, vim assistindo cada vez menos. Hoje passo semanas sem ter contato com o canal.
Mas eventualmente, seja numa sala de espera, seja uma sintonização bastante esporádica aqui em casa, eu me dou conta que a Globo sempre vendeu um Brasil imaginário, usualmente ambientado na Zona Sul Carioca, com personagens sempre iguais.
Personagens que não vejo por meses nas redes sociais, porque não os sigo, pois encontro assuntos mais interessantes para acompanhar, de repente, você sintoniza o canal, e lá estão eles: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Zeca Pagodinho, Lázaro Ramos, Emicida, Sonia Bridge e algum atores globais que povoam as novelas e povoaram o imaginário do brasileiro por décadas.
Povoaram, porque até alguns anos atrás, a Globo era nossa
janela para o mundo; era o monopólio da
instrução de todo um povo. As redes sociais quebraram essa corrente, e nos mostram um mundo ainda mais diverso, repleto de muitos outros personagens, quase sempre muito mais interessantes e
afinizados com nossos gostos.
Podem se passar dez anos sem assistir à Globo, mas basta uma passada de olhos e lá estará este Brasil irreal, fantasioso ~
que tem sim mazelas ~ mas que é
muito feliz. Irremediavelmente feliz. Como aguentamos tanto?
Dias atrás, não sei por qual motivo, sintonizei na Globo, e passava um desses programas de amenidades, onde alguém estava assando um churrasco, numa churrasqueira enorme, cheio de jeitos e dicas
gourmet, e duas ou três apresentadoras preenchiam o espaço falando trivialidades. A carne ficou pronta (deu vontade, confesso) e havia uma banda que começou a tocar uma dessas músicas antigas cariocas que só ouvimos na Globo, e todos começaram a dançar, encenando a mesma alegria teatral de sempre.
Cala a boca, Galvão