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A vida na Praia Brava Itajaí
Enviado em 2023-08-10 00:45:27
Texto de 29 de Outubro de 2020
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Este é um texto que eu gostaria de escrever há tempos.
Eu morei há menos de 200 metros da praia durante 20 anos - de 11 de setembro de 1991 até 31 de janeiro de 2012.
E não era qualquer praia.
Tive a sorte (?) de vir a morar na
Praia Brava Itajaí, uma das praias hoje mais badaladas do litoral centro-norte de Santa Catarina. Uma praia até então agreste, que fica(va) entre duas cidades importantes daquele litoral, a portuária Itajaí e a praiana Balneário Camboriú.
Praia Brava
Morar na beira da praia tem suas vantagens, mas também algumas desvantagens.
Lembro bem quando pisei pela primeira vez nas areias da Praia dos Amores, a parte sul da Praia Brava, em 1991. Meu pai levou eu e meus primos até o canto onde morava o Beto Pescador que tinha um barzinho no pé do Morro do Careca.
Naquele tempo o ribeirão Ariribá era um riacho praticamente limpo, e desaguava sem pressa numa praia de astral inacreditável. O trecho de areia que o ribeirão percorria entre a mata e o mar estava salpicado de pedrinhas e este cenário me despertou um vívido encanto pelo lugar em que viria a morar em breve.
"Quer dizer que poderei vir todos os dias neste canto ver esse cenário cinematográfico?"
Minha residência por 20 anos
Em 11 de setembro daquele ano, 10 anos antes das Torres Gêmeas serem colocadas no chão de Manhattan por dois aviões, eu, meu pai e minha mãe aportávamos naquele pequeno prédio meio comercial, meio residencial que ficava há 200 metros do mar e que era a mais ou menos a sexta edificação existente a partir da praia.
Havia neste espaço uma casinha no canto da praia onde viria a morar mais tarde meu amigo Luiz Henrique, uma outra casinha onde morava a família do
Buco (ou
Pernambuco), figura folclórica da Praia Brava, a casa do empresário Silvio Porto, a casa do
marmoreiro Sr. Sérgio Cidral, pai do meu amigo Ricardo e na rua da Saudade, que viria posteriormente se denominar Julio Kuhn, a casa de uma menina que viria a ser minha
paixãozinha (hoje diriam
crush) de adolescência, a Cristiane.
Nossa vista para a praia
No entanto, o dia-a-dia que viria se suceder nos próximos anos não seria assim tão encantador.
Morávamos em Joinville, no então maior bairro da cidade, o Boa Vista. À frente da minha casa havia uma imensa chaminé que expelia diariamente um
fumaceiro que deixava as roupas do varal todas fedidas de fumaça, o que provocava maledicências constantes da minha mãe. Apesar disso, no bairro tudo era muito acessível, inclusive a proximidade com parentes de minha mãe no Iririú, bairro vizinho.
Granalha de Aço