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Aspectos Astrológicos - Reflexões Astrológicas - 06

Enviado em 2018-11-29 17:22:16

Outro segmento de um mapa astral que costuma ser interpretado de forma nem sempre funcional, são os aspectos, dentre os principais temos: Conjunção, Sextil, Quadratura, Trígono, Quincúncio e Oposição.

As escolas astrológicas contemporâneas são unânimes em afirmar que o que caracteriza um aspecto entre dois planetas é a geometria que ocorre entre eles e que, quanto mais precisa for a forma geométrica formada, mais forte o aspecto será.

Alguns astrólogos mais esotéricos ficam tentando encontrar padrões geométricos na mandala astrológica e dependendo das formas geométricas obtidas, chamam-nas de Aspectos de Poder.

Aspectos Astrológicos


Meu entendimento sobre aspectos tem mudado bastante.

O que tenho visto nos mapas que tenho analisado, é que o que caracteriza uma tensão ou fluência no mapa não é exatamente a precisão da forma geométrica obtida entre o posicionamento de dois planetas, e sim, a incompatibilidade dos elementos e qualidades respectivas aos signos nos quais os planetas estão.

Por exemplo, o que forma uma quadratura não é o aspecto de 90 graus que se forma entre dois planetas, e sim, o fato desses dois planetas estarem em signos cujos elementos não combinam entre si. Um Marte em Escorpião está em Quadratura com Mercúrio em Leão não porque o ângulo reto de 90º é chato, feio e bobo, e sim, porque o elemento Água de Escorpião não combina com o Fogo de Leão. Água apaga o fogo, fogo demais evapora a água.

Mas este Marte em Escorpião combinaria com um Mercúrio em Câncer - Trígono - Água potencializa Água - e combinaria também com um Mercúrio em Virgem - Sextil - Água traz vida para a Terra.

Não é uma questão de geometria. É uma questão de harmonia ou desarmonia entre vibrações primordiais.

Compatibilidade de Elementos


Só relembrando: Ar e Fogo combinam. Terra e água combinam. Ar e fogo não combinam com Terra e Água. E quando estou falando de ar, fogo, terra e água não estou me referindo a esses elementos fisicamente, e sim, à uma energia arquetípica espiritual e primordial, cujos elementos físicos são apenas símbolos (sempre é bom lembrar que falar de Astrologia é falar em linguagem abstrata e simbólica, a qual presume energias e vibrações sutis ainda não detectáveis pelos instrumentos humanos, embora plenamente verificáveis nos comportamentos das pessoas).

Na verdade, os quatro elementos espirituais básicos são os grandes protagonistas das vibrações sígnicas.

Aspectos por Signos, não por graus


Por isso mesmo podemos deduzir - e já percebi muito isso - que a harmonia ou desarmonia percebida entre dois planetas vai bem além dos 5º para mais ou para menos, normalmente estimados para a formação de aspectos. Tenho uma Vênus a mais de 10 graus de Saturno, porém no mesmo signo de Libra, cujos efeitos são poderosíssimos em minha vida.

A imagem que ilustra este post demonstra bem o que quero dizer: Um aspecto não é o ângulo entre planetas, e sim a posição angular do(s) signo(s) onde estes planetas estão.

Para mim, cada vez mais tenho me convencido que a melhor forma de lidar com aspectos não é pelo número de graus em que eles se constituem, e sim, a posição geral dos planetas nos signos, cuja extensão se aproxima a 30 graus. Um planeta a 5 graus de Aquário e outro a 25 graus de Touro podem muito bem apresentar efeitos de Quadratura, embora estejam a 110 graus de distância, aproximando-se de um trígono, uma vez que os arquétipos dos planetas estão atuando com base em energias elementais - Ar em Aquário e Terra em Touro - desarmônicas.

Semi-sextil, um aspecto importante, porém ignorado


O semi-sextil é considerado um aspecto menor e mais fraco. É considerado semi-sextil a distância aproximada de 30º entre dois planetas, ou seja, quando estão em signos subsequentes. O que nunca ouvi algum astrólogo observar é que os elementos correspondentes aos signos em sua sequência natural (áries, touro, gêmeos, câncer, etc) nunca combinam, porque sempre seguem a sequência - fogo (♈♌♐), terra (♉♍♑), ar (♊♎♒), água (♋♏♓) - isto é, apresentam desafios de quadratura.

Em tese, isto quer dizer que não há muita diferença, em termos dos desafios propostos pela incompatibilidade de elementos, entre uma quadratura entre planetas situados entre Capricórnio x Libra (terra X ar) e um semi-sextil Capricórnio x Sagitário (terra X fogo) ou, mais especificamente, entre Capricórnio x Aquário (terra X ar). Porque quando traduzirmos esses aspectos de exemplo para seus elementos básicos, teremos elementos incompatíveis, conforme relembrei acima no subtítulo Compatibilidade de Elementos.

Tudo isso depende e deve ser considerado sobre outras considerações, como os planetas e signos envolvidos, entretanto, hoje encaro o semi-sextil como um aspecto importante que traz tensões no mapa, porque normalmente os planetas envolvidos estão abraçados por signos cujos elementos básicos são incompatíveis.

Aspectos bons, aspectos ruins


Outra questão que vem me parecendo cada vez mais equivocada é essa noção de que há aspectos bons e há aspectos ruins. A "qualidade" de um aspecto depende de muitíssimos fatores, dentre os quais o principal é a própria dinâmica da vida da pessoa. Mas há outro que acho que vale a pena comentar: A qualidade de um aspecto depende muito mais dos Planetas envolvidos do que do aspecto em si.

Por exemplo, um sextil entre Marte e Plutão pode ser algo trágico em termos de rupturas. Uma quadratura entre Vênus e Mercúrio pode ser algo maravilhoso em termos de trazer comunicação aos relacionamentos. Uma oposição entre Marte e Saturno pode ser maravilhosa em termos de segurar um pouco os impulsos da pessoa. Uma conjunção entre Vênus e Júpiter pode fazer da pessoa uma bela duma hedonista.

Astrologia, uma linguagem... abstrata


Como se vê, a astrologia é um campo de conhecimento místico-comportamental incrível. Passou a ganhar alguma atenção em termos de estudos especulativos há pouco mais de 100 anos, por isso ainda oferece muitas possibilidades de reflexões.

De certo ponto de vista, a astrologia é como um idioma. Você só aprende bem depois de certos anos de estudo e prática intensa, e enquanto vai aprendendo, o próprio idioma vai surgindo com novas expressões e formas de entendimento.

Tenho percebido essa flexibilidade do conhecimento astrológico que nos chegou, de ser experimentado, especulado, refletido e sintetizado em formas atuais para se abordar os mapas astrais das pessoas dos nossos tempos.

 

Ronaud Pereira

Publicado em www.ronaud.com/espiritualidade/aspectos-astrologicos-reflexoes-astrologicas-06/