Clique aqui para imprimir
Ser trocado por outra pessoa
Enviado em 2015-01-03 10:09:21
Abaixo, texto de Regina Navarro, sobre esse caso comum em relacionamentos:
Quando se é trocado por outro
Geralmente, o maior medo de quem está vivendo uma relação amorosa é esse mesmo. Por isso é que há tanto controle do parceiro, e o ciúme passa a fazer parte do dia-a-dia do casal. Mas se a troca realmente acontece, o sofrimento é intenso e é difícil elaborar essa perda. A falta da pessoa amada provoca uma sensação de vazio e desamparo. Fomos ensinados a acreditar que apenas o parceiro amoroso é capaz de nos garantir não estar só, de ser amado e de ser uma pessoa importante, aumentando nossa autoestima.
Quando o parceiro prefere outra pessoa para viver ao seu lado, quem é excluído se sente profundamente desvalorizado, com a autoestima bastante comprometida. Acredita que falhou em alguma coisa e que sua falta de atrativos foi a grande responsável. Imagina que a pessoa escolhida é muito mais interessante, mais bonita, mais inteligente e melhor na cama.
É comum numa situação de rejeição serem reeditadas inconscientemente todas as rejeições sofridas desde a infância, exacerbando a dor do momento. Sem que se perceba, se chora naquela perda todas as outras anteriores. Entretanto, se a pessoa não depende tanto de apreciações externas para alimentar sua autoestima, pode ficar triste, sofrer pela perda, mas sabe que vai continuar vivendo e experimentar novas relações amorosas.
Os homens suportam menos do que as mulheres a dor de se saber trocado por outro. Além de tudo o que a mulher sofre, ele ainda tem que tolerar a censura social por não ter correspondido ao ideal masculino da nossa cultura de força, sucesso e poder. Não ter conseguido segurar a própria mulher, se reveste da dramática ideia de que não foi “macho” o suficiente, principalmente na cama. Muitos homens, desesperados, partem para agressões físicas ou entram em depressão.
Contudo, ser trocado por outro não significa que se é inferior. Em muitos casos, a troca ocorre porque a pessoa objeto da nova paixão possui algum aspecto que satisfaz inconscientemente uma exigência momentânea do outro, sem haver uma vinculação necessária com o parceiro rejeitado.
Fonte
Aqui a autora discorre com precisão sobre como nos sentimos vivendo esta situação nefasta. Mas discordo dela em dois pontos:
O motivo do sofrimento
Primeiramente, ela afirma que "somos ensinados" a acreditar que apenas
certa pessoa pode nos "completar". Ora, ela fala como se qualquer outra pessoa pudesse nos satisfazer completamente:
não deu com esse(a), vai com aquele(a); como se fosse fácil ir ali na esquina e encontrar outra pessoa semelhante àquela que foi embora; como se não ficássemos cada vez mais exigentes com o passar do tempo; e como se até os defeitos do ser amado que partiu não nos fossem motivo de prazer e até diversão.
Acho que Martha Medeiros entende melhor dessas coisas.
As pessoas são únicas.
Pessoas especiais são mais raras ainda, e perdê-las é realmente uma tragédia.
Por isso histórias de amor, que são basicamente histórias sobre o encontro, a conquista e a perda daquela pessoa única, nunca saem de moda.
Essa visão de que as pessoas são padronizadas, consumíveis, descartáveis e facilmente substituíveis é completamente insensível, equivocada e não funciona. Ou até tem seu fundo de realidade, pois é o que uma maioria vive, mas assim vivem sem conhecerem mais do que
um décimo do que um sentimento intenso de amor e realização é capaz de nos proporcionar - quem sabe
seja melhor não conhecê-lo, mesmo.
A mensagem que a vida costuma nos passar é clara: Se você teve a graça de ser escolhido(a) e se manter como o preferido(a) de alguém que você considera muito especial,
faça de tudo ao seu alcance para manter acesa essa chama.
Não espere perder, para valorizar seu tesouro.
Veja também:
Textos sobre boa vontade nos relacionamentos.
A reação à perda
Segundo: Regina Navarro afirma que ser trocado não significa inferioridade. Este dizer nada mais é que um consolo para os rejeitados. Aqui ela faz seu papel de terapeuta e diz o que os egos feridos precisam (ou querem) ouvir. Ora, pode não significar inferioridade, mas significa certamente insuficiência ou inadequação para a expectativa de quem partiu. Se estivesse bom, a pessoa que partiu ficava. Se ela se agradou ao passar por outras paragens, é porque encontrou
algo mais, quem sabe, muito provavelmente, melhor.
É a realidade. A vida é uma competição e estamos bastante sujeitos a perdermos, pelo mesmo motivo que atletas perdem: por insuficiência de talento ou de esforço e ainda, por descuido.
Talvez a única ponderação válida que amenize o aspecto da inferioridade, recaia no fato de talvez a pessoa que partiu, tenha até então
PARECIDO alguém de valor, mas tenha só
parecido mesmo, porque era
um caco que não valia nada. Nesse caso errou a pessoa rejeitada que criou expectativas demais sobre quem não fazia jus a elas. Neste caso, quem partiu nunca foi, o que aquele que ficou pensava.
Isso não significa evidentemente que devemos nos anular caso tenhamos a desgraça de viver uma situação dessas, embora desanimar da vida seja a primeira reação .
Se não for como eu quero, então não brinco mais. (Seu ego de criança)
Sorry