Há um bom tempo atrás eu acompanhava alguns blogs feministas.
Aprendi muito.

…e ainda não paga nada.
Sobretudo como o machismo está impregnado na sociedade de uma forma que as próprias mulheres não enxergam, na medida em que aceitam sua submissão aos homens como algo natural.
Depois cansei. Embora as observações feministas estejam corretas em praticamente tudo, desconfio que a premissa básica delas – a de que homens e mulheres são absolutamente iguais – pode estar equivocada.
Não consigo ver desse modo. Particularmente vejo que não só homens e mulheres são intrinsecamente diferentes, como vejo que todo e qualquer ser humano é diferente do ponto de vista emocional, intelectual e comportamental, cada qual manifestando e expressando diferentes predisposições na vida.
No caso das mulheres, precisamos entender que há aquelas que realmente preferem adotar uma postura independente e autônoma diante da vida. E precisamos aceitar também que há outras que realmente se comprazem em uma postura mais dependente e exibicionista, voltada aos olhares alheios, especialmente os masculinos (vide facebook e instagram, com toda aquela mulherada tirando fotos de si mesmas em poses e mais poses o tempo todo). Estas mulheres podem até sentir um horror íntimo pela idéia de seguir carreira, ser independentes. Da mesma forma como muitos homens sentem horror pela idéia de perseguir o sucesso profissional convencional do macho viril.
O fundamental nisso tudo é que TODOS tenham a liberdade de seguir os caminhos que quiserem – arcando com as consequências de cada escolha – sem serem julgados ou pressionados por isso.
***
Entretanto, há um comportamento machista que é realmente curioso, por ser bastante tosco. Ele se manifesta naquela situação na qual uma mulher jovem, bonita e sem grilos com o sexo ouve em algum ponto da sua vida, de algum babaca mais ou menos como eu mesmo já fui (estou melhorando), o seguinte:
“Poxa, fulana, acho que você devia se valorizar mais e não ficar saindo com caras do tipo do fulano”.
Traduzindo:
“Poxa, fulana, você tá ganhando fama de galinha saindo com o fulano e com o beltrano. Passe a sair só comigo e você ganha instantaneamente a fama de moça correta“.
A despeito do (mau) caráter babaca desse tipo de comentário, vem ainda a questão:
O que é “se valorizar” para uma mulher?
Fechar as pernas? Quer dizer, quanto menos ela dar, mais ela vale? Quanto mais uma mulher der, mais estará se “sujando”, é isso? Deprimente!
Mais deprimente do que esse valor moral tosco, é perceber que ele ainda está amplamente disseminado na cabeça das pessoas. Quanto mais o tempo passa, mais me surpreendo pelo fato de que em alguns aspectos dos relacionamentos conjugais ainda vivemos nos anos 50.
A realidade é que “se valorizar” é uma questão que só a mulher vai poder responder, buscando aquilo com que ELA se identifica, com o que ela acha que vai lhe fazer bem e enriquecer a vida. Há parceiros e parceiros: Aqueles só para diversão e eventualmente aqueles para casar – e honestamente não sei o que é pior 🙂 Porque talvez o valor de uma mulher não esteja na busca de um parceiro e sim na busca de si mesma. E se ela errar, vai ter que perceber isso sozinha, aprender por conta.
Ninguém tem o direito de definir o que é bom ou ruim para os outros. Até porque na própria definição pessoal de certo e errado costumamos nos equivocar bastante. Quem nunca mudou de opinião acerca das coisas da vida ao longo dos anos?
Fundamental não só para mulheres como para qualquer um é ter a liberdade de experimentar, vivenciar, descobrir por conta o que lhe valorizará a existência e sua autoestima. Para não ficar a vida toda assimilando valores dos outros, ou seja, valores de uma sociedade profundamente antiquada e doente.
Outras dicas para a mulher se valorizar
Passe a escolher o melhor para si:
A melhor roupa,
a melhor comida,
os melhores ambientes,
as melhores pessoas,
os melhores filmes,
as melhores músicas,
e assim por diante.
Evidentemente dentro de uma coerência em relação ao seu poder aquisitivo.
Bianca Leilane
17 de julho de 2011 as 23:07
Ai, ai….assunto complicadíssimo este, viu?
Mas vamos lá…rs…Concordo com vc que cada um deva ter a liberdade de escolha e assumir as consequências que dela provém, e que ninguém ´deveria viver para cuidar da vida dos outros…rs…Entretanto, percebo que por vezes esses “julgamento” ou diria “conselhos” funcionam como um freio social….se com tantos palpites a juventude já está como está: sem limites, imagina se eles não existissem!
Acredito que cada mulher tem o direito de fazer o que quiser com o seu corpo, mas a consequência de tudo isso, não por vezes social? Quem é que banca o tratamento de jovens aidéticos ou coisa do gÊnero?
Sei lá, talvez eu seja mesmo careta demais…mas penso que é preciso, é necessário limites, principalmente na vida sexual, das pessoas.
Beijos!
ronaud
20 de julho de 2011 as 2:51
Oi, realmente não havia notado ESTE seu comentário. Normalmente sou avisado de novos comentários por email, mas do seu não chegou 🙂
O que você vê por limites, eu vejo como “conscientização”. Todos, em especial os jovens merecem, ou precisam saber que todo ato tem uma consequência. Quer liberdade? Pega, ela é sua, mas arque com as consequências.
E antes disso ainda, talvez devamos atualizar nosso conceito de liberdade, e precisamos entender que liberdade de fazer o que quiser NÃO EXISTE. Toda liberdade traz de brinde uma certa responsabilidade. Né?
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.” – eu sei bem disso 🙂
Bianca Leilane
20 de julho de 2011 as 23:17
Linda esta frase do “Pequeno Principe”, ela sintetiza tudo que a humanidade precisa, mas infelizmente, as pessoas não tÊm consciÊncia dos seus atos, não estão prontas para assumir a consequência dessa tal liberdade…rs…
Bjs!
fernanda
23 de julho de 2011 as 12:34
acho que realmente a questão valoriza-se é muito complicado,pois as vezes sabemos tudo o que fazer teoricamente e difícil mesmo é colocar em pratica, não é nada fácil esquecer um amor, pois ele sempre parece falar mais alto, no entanto fica uma dica, não ha mal que perdure nem feridas que o tempo não cure, a melhor maneira de nos valorizarmos é quando estamos no fundo do poço, pois só temos uma opção subir e da a volta por cima.E não esqueçam que antes de amar qualquer outra pessoa o importanteé se amar primeiro.Bjokas.
Bianca Leilane
27 de julho de 2011 as 15:04
Concordo com vc, Fernanda, a prática nunca acompanha a teoria…rs…Principalmente quando se trata de sentimentos, né? Acreditamos poder controlá-los, mas não temos força pra isso…rs…
Mas é isso aí, o importante é primeiramente sabermos valorizar MUITO nós mesmos, depois os outros.
Bjs!