Algumas observações sobre o auê

– Se você critica as manifestações ou reclama que elas atrapalham sua vida, blz, é direito seu. Mas não perca de vista que qualquer melhora conseguida com elas, vai beneficiar também A SUA VIDA.

– Ontem falavam nos termos “congresso nacional foi invadido”, como se aquela p. toda não fosse feita inteiramente com dinheiro do povo e não fosse, de fato, inteiramente do povo. Como comentaram pelo FB, não foi invasão e sim reintegração de posse 🙂

Redes sociais em tempos de paz parecem de uma inutilidade enorme; são distrações e nos tiram o foco do que é importante. Mas essa impressão se inverte totalmente em tempos de ativismo: As manifestações não teriam o sucesso que vêm obtido se não fosse o Facebook e o Twitter. A impressão é de que a principal função das redes sociais é fomentar manifestações, seja disseminando informações, seja trazendo para quem está longe dos grandes centros uma visão real e nítida do que acontece por lá. É uma forma de engajar até quem não pode se fazer presente.

– Que estranha felicidade é essa que sentimos nós que sempre reclamamos que o povo era alienado e acomodado, e que não fazia nada, ao vê-lo finalmente seguir para as ruas e mostrar a cara e exigir seus direitos.

– Também tenho a impressão de que falta uma exigência clara e definida nas manifestações. A princípio são pela redução dos 20 centavos, ou pelo passe livre. Mas dizem que não é só por isso, que não é por nada, e sim, por tudo. As solicitações estão fragmentadas e demonstram o descontentamento geral do povo. Por isso mesmo assim acho que são válidas.

É melhor ir para as ruas reclamar de tudo, demonstrar que existimos e que sustentamos todo esse circo e que estamos muito descontentes, do que ficar em casa.

Comentado originalmente aqui.

Vandalismo

Achei essa frases do Alessandro Martins genial:

Se você destrói um bem público na hora, você é vândalo. Se você deixa destruir aos poucos, é político.

Evidentemente, é complicado apoiar atos de vandalismo. Se um bem meu fosse vandalizado, certamente eu não gostaria nem um pouco.

Mas temo que manifestações pacíficas demais não surtam o efeito que devem alcançar. Educação demais é prejudicial, porque nos transformam em bovinos que vão mansamente para o abate, sem saber para onde estão indo. É chato dizer, mas não há verdadeira revolução sem alguma violência. É da natureza humana que seja assim.

Essa elite governista é um grupo que por prática, por malandragem e por falta de escrúpulo, se assemelha ao bandido: Não adianta chegar para ele e dialogar inteligentemente. Ele desaprendeu a ouvir, não sabe se pôr no lugar do outro, só sabe ludibriar para conseguir vantagens fáceis para si. Mas há uma linguagem que eles reconhecem prontamente:

A linguagem da violência.

Quando eles percebem que a coisa tá tensa, são eles que se amansam e se tornam cordeirinhos.

É quando o povo finalmente passa a agir como lobo.