Agora a pouco, andando pela Meia Praia (Itapema, SC), que está lotada, vi um grupo grande de ~ turistas ~ se dirigindo para a praia. A imagem instantânea que me veio à mente foi a de uma horda de gafanhotos invadindo uma plantação, arrasando com tudo.

Nada contra o turismo, mas há turismos e turismos. Este turismo de massa e rasteiro, de praia, sol e farofa é uma lástima. Já presenciei a praia transformada em lixão nos tantos fins de tarde em que ia caminhar por lá.

O fato é que depois de 20 anos morando em praia, você cansa disso, e começa a sentir calafrios com a chegada da “temporada”.

A temporada dos gafanhotos.

(Publicado no Facebook em 28 de dezembro de 2012)

Seja um viajante, não um turista…

Escrevi sobre isso, de modo mais aprofundado, aqui: Filosofando sobre viagens

…ou seja um visitante

Michel Laub diz:

[…] ninguém esclarecido quer ser associado a essa figura (o turista) – cujo modo de vida, definiu David Foster Wallace, é “se impor sobre lugares que, em todas as formas não econômicas, seriam melhores sem a sua presença”.

Me agrada a ideia de, ao viajarmos, adotarmos a postura do VISITANTE.

Porque é isso que você está fazendo: visitando um lugar que não é o seu lugar.

Quando você visita um amigo, o que faz? Chega com respeito, pede permissão, ou licença, para tomar uma parte do espaço dele, e de seu tempo. Lhe dá atenção e é cordial em tudo.

Porque sabe que está invadindo um espaço que não é seu, e portanto, deve portar-se como gostaria que se portassem aqueles que invadem o seu espaço e tomam o seu tempo.