Vai um café? – Sem cafeína, por favor.
Com leite? (só se for sem lactose)
Mais tarde, uma cerveja, sem álcool.
E a carne, de soja.
E o chocolate, sem açúcar.
Adoce, com adoçante.
Caminhe, sobre a esteira.
Pedale, na ergométrica.
Aprecie a paisagem, do seu fundo de tela.
Acaricie os bichos… de pelúcia.
E seja amoroso(a) com seus bichos. Em gente não se confia.
Construa sua bela casa, e cerque-a com medo dos ladrões.
Compre mais um carro, e reclame do trânsito.
Compre belas louças, para usar só com as visitas.
Perca o amigo, mas não perca a piada.
Sinta o romance, das comédias românticas.
Viva a paixão, que só você sabe que existe.
Ou namore muito, a distância.
E não esqueça do sexo, virtual.
Viva a vida, sem Viver.
Sua vida, de mentirinha.
François
10 de fevereiro de 2011 as 15:23
Legal! Você captou em versos uma realidade muito sentida hoje em dia…é a força da palavra para desvendar no cotidiano aquilo que está lá para ser sentido, mas que precisa de uma ferramenta – a linguagem – para também ser compreendido.
Vlw!
Bianca Leilane
14 de fevereiro de 2011 as 18:10
Muito interessante seu poema! Poema-cotidiano…impressionante como vc consegue trabalhar temas assim em seus versos.
Bjs!
ronaud
27 de março de 2011 as 15:00
Nem vejo isso como verso. É só pra mostrar as contradições que demonstramos, mesmo.
Bianca Leilane
28 de março de 2011 as 20:51
É uma forma de poema sim…rs
Bjs!
Priscilla
19 de junho de 2015 as 16:35
Tb acho que é uma forma de poema. Excelente. 🙂 Vou colocá-lo ainda um dia em um livro meu com seu nome, CLARO.