Quando chega essa época de fim de ano, sempre ouvimos falar aqui e ali sobre o aspecto consumista, materialista e comercial do Natal. Na verdade esse viés negativo é relembrado a cada data especial, como dia das mães, dos pais, crianças, e outros ainda.

Sim, é tudo muito comercial, materialista e fundamentado na filosofia do consumismo. Confesso que eu mesmo fico particularmente horrorizado a cada ano vendo o povo AFOITO pelas lojas, comprando, comprando, comprando…

Mas há uma forma positiva de ver datas – na verdade muito especiais – como o Natal. E da mesma forma como me espanto com o povo se atropelando em meio as compras, fico me consolando e justificando quanto a tudo isso.

É assim: Todos nós, sem exceção, precisamos de dinheiro para viver. Com ele compramos todos os itens básicos de que precisamos para viver dignamente, como comida, roupas, moradia, serviços básicos, etc. Talvez você, que acha tudo muito comercial, ganhe bem, ou razoavelmente bem, e siga tranquilamente seu dia a dia, podendo comprar tudo que precisa para viver.

Mas há uma imensa maioria de pessoas, o povão mesmo, uma massa de pessoas com as quais temos pouco ou nenhum contato, porque tivemos a chance de morar em lugares mais bem localizados. São trabalhadores braçais, atendentes, operários, auxiliares, que ganham maisomeno e que gostariam de ter um pouco mais de renda ao fim do mês para poder curtir coisas que, quem sabe, você que ache tudo muito “comercial” em datas especiais, tenha com facilidade, dado o valor razoável que você ganha com seu trabalho.

E aí é que entra a grandeza de datas como o Natal. Na medida em que todos saem às compras para encher os familiares de presentinhos e lembrancinhas nos dias 24 e 25, toda uma roda – a da economia – começa a girar e favorecer todas aquelas pessoas menos favorecidas com o excedente de trabalho, seja por empregos temporários, seja pelo acréscimo da renda. São milhares de empregos temporários e horas extras a mais, levando um pouco mais de prosperidade às camadas sociais menos favorecidas.

No fim, o Natal e datas semelhantes são uma forma de redistribuição de renda que ocorre no mundo ocidental. É uma forma de estimular a generosidade das pessoas. Não só a generosidade de quem dá o presente, e sim a generosidade de quem deixa a mesquinhez de lado e “entra no jogo” de modo amistoso com parte de seu dinheiro, saindo às ruas e “distribuindo-o” em troca dos presentinhos para os familiares. É uma generosidade em mão dupla que gera um sentimento positivo e caloroso,  generalizado e muito bem-vindo 😉