De 09 de dezembro de 2001.

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Desolação

Desolação

Eu pensei que eu era especial
Que você estava comigo
Que todos me amavam
Que eu poderia amar

Que ódio ter que te olhar

Eu pensei que a vida era bela
Onde as flores eram sinceras
Que sentir o vento tinha sentido
Mas eu estou sempre sozinho!

Que ódio ter que te olhar
E depois me afastar

Meu caminho é como um teatro
E como tal. Tudo bonito. Fantasia
No faz de conta até existe alegria
Mas minha atuação é um saco.

Que ódio ter que te olhar
E depois me afastar
E de você só ficar

Sempre sozinho nesta […]
Vou a praia. E a água sempre molhada.
Não há diferença. Não existo.
E volto, enriquecido, do vazio

Que ódio ter que te olhar
E depois me afastar
E de você só ficar
A dor que me faz lutar

***

O olhar das pessoas, perdido
Não sabem o que buscar
Eu sei, era você, ou um sentido
Você sumiu daquele altar

Que raiva ver-te sorrir

Eu pensei que gostarias de mim
Me achava o cara mais normal
Mas os céus escureceram assim
De repente, caiu um temporal

Que raiva ver-te sorrir
Lamento, não vejo graça

Meu caminho não tem seu nexo
Sou assim mesmo… não sinto nada
Sou personalidade estragada
Tentando entender seu medo do sexo

Que raiva ver-te sorrir
Lamento, não vejo graça
Tua alegria é vã e insana

Sã é a dor que grita meu sorriso
Sã é a angústia do meu silêncio
Sã é a insegurança dos meus gestos
E o peso que vejo na queda do lenço

Que raiva ver-te sorrir
Lamento, não vejo graça
Tua alegria é vã e insana
Tudo passa, tudo passa […]

/ Ronaud Pereira /

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