Madame Bovary

Madame Bovary

Resenha divulgada

A personalidade literária de Flaubert, dotada de agudo senso crítico que o distanciou do exaltado gosto romântico da época, levou-o a tornar-se um dos maiores prosadores da França no século XIX. O romance Madame Bovary (1857) é a sua obra-prima. Baseado em fatos da vida real, o livro Madame Bovary levou cinco anos para ser escrito e causou forte impacto, a ponto de gerar o processo no qual o autor escapou de ser condenado à prisão, graças à habilidade da defesa, que transformou a acusação de imoralidade na proclamação das intenções morais e religiosas do autor. Nem moral, nem imoral, a narrativa é uma devastadora crítica das convenções burguesas do seu tempo.

  • Editora: Martin Claret
  • Autor: GUSTAVE FLAUBERT
  • Número de páginas: 405
  • Acabamento: Brochura
  • Formato: Bolso

Minha opinião sobre o livro Madame Bovary

Ano passado, havia adquirido alguns clássicos da literatura para finalmente adentrar um pouco nesse mundo cult cujas referências me desagradava ouvir e sequer imaginar do que se tratava. E o livro Madame Bovary de Gustave Flaubert faz jus ao título de clássico.

A leitura começa um pouco freada, porém aos poucos a trama vai adquirindo forma e logo nos vemos envolvidos na história sem conseguir desgrudar do livro. É um romance do século XIX e portanto traz uma linguagem característica daquele tempo, contudo, sem maiores dificuldades de leitura.

Porém a diferença em relação aos romances atuais ultrapassa a linguagem, porque surpreende a aguda percepção do autor em relação ao mundo interno, às ânsias e dificuldades vividas pelas mulheres daquele tempo e, na verdade, ânsias e dificuldades que permanecem sob muitos aspectos na vida das mulheres de hoje.

Esta me foi uma leitura repleta de surpreendentes e precisas observações do autor acerca dos relacionamentos apaixonados e da sensibilidade aguçada que sempre está presente no dia a dia de um casal que começa a se envolver.  Objetos pessoais, cartas, rotinas, a distância e a presença do ser amado, tão prioritários para quem ama, são belamente abordados por Flaubert com esta admirável habilidade que faz do escritor talentoso uma pessoa necessária na sociedade, com seu papel insubstituível de retratar com um detalhismo cirúrgico as sutilezas a respeito do outro, que só uma pessoa apaixonada é capaz de perceber.

Apesar de ser um romance com costumes do século XIX, é facilmente possível traçar um paralelo entre a vida dos personagens de Madame Bovary com a vida muitas vezes fútil e superficial que se leva atualmente, fundamentadas numa insatisfação crônica das pessoas em relação a elas mesmas e resultante, já desde aquelas épocas, no consumo desenfreado, quase como uma forma de terapia.

Recomendo o livro Madame Bovary para quem quer conhecer uma intrigante história e “vivenciar” a vida intensa e difícil de Ema Bovary, entremeada por ricas e agudas observações a respeito das convenções sociais que, em grande parte, ainda estão amplamente presentes em nosso cotidiano.

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