Que grande mistério é a espiritualidade!

Nossa sociedade materialista só aceita como real o que pode ser detectável, ou seja, a matéria. Mas quando você ouve falar em supercordas (física quântica), em matéria escura (astronomia), em universo auto-consciente (filosofia), em pampsiquismo e panteísmo (filosofia), em matéria fluídica (espiritísmo), em lei da atração, na onipresença, onipotência e onisciência divinas (teologia), em substância amorfa (filosofia [Wattles]), e em outras teorias cuja lembrança me escapa agora, e ainda, quando ouve dezenas e dezenas de relatos sobre experiências espirituais cuja abordagem positivista os classifica como sobrenaturais ou inexplicáveis, você simplesmente se volta contra a cômoda alternativa materialista para a compreensão do mundo.

O termo sincronicidade diz respeito aos fatos e coincidências que ocorrem em nossa vida, com nítida intencionalidade. São as coincidências que não são coincidências. Ou seja, aqueles fatos que você vivencia utilizando-se do poder da intenção (ou fé inabalável), ou ainda, motivados por uma força externa a si mesmo, normalmente classificadas pelas pessoas como proteção dos anjos ou carma ou orientação divina. Olhando para trás em sua vida, conseguirá enxergar nitidamente todos fatos que aconteceram em sua vida e que não poderiam ser diferentes. Foram atraídos exatamente pela sua essência espiritual à ocasião. Nossa realidade externa e corporal é um espelho do que somos internamente.

Se você pensar que tudo que lhe aconteceu até hoje tinha um propósito definido e ocorreu motivado por forças ocultas, perceberá o quão difícil é aceitar tal realidade. Convido você a pensar sobre “como” isso acontece? COMO sua vida é direcionada rumo à certas circunstâncias, sejam elas motivadas por resgates cármicos ou sua consciência e intenção atuais?

O mais comum é pensarmos na figura de anjos e outros seres de natureza espiritual. Mas pense: Será mesmo que cada um dos 7 bilhões e pouco de habitantes da terra possui um anjo da guarda pessoal? Só aí já concluímos 14 bilhões de seres (sem contar que algumas pessoas possuem uma vida tão complicada que um anjo da guarda seria pouco 😉 ). E os espíritos ou almas retardatárias que morreram e esqueceram da vida, que andam vagando por aí, quantos devem ser? Sei lá, vamos chutar aí mais uns 5 bilhões desde o primórdio dos tempos. Na soma já são 19 bilhões de seres vagando em torno da atmosfera espiritual terrestre.

Não dá, né?

Essa realidade é apenas uma fantasiosa maneira de tentar compreender o mundo espiritual através da visão humana, pra variar, limitada.

Eu sempre digo que toda e qualquer realidade que virá após a morte (se é que virá 😉 ), foge completamente da mais complexa realidade já suposta por algum sistema religioso, seja qual for, incluindo aí o espírita, o qual mais familiaridade alarda ter com o mundo dos mortos. Imagino que a dinâmica do mundo espiritual seja algo inconcebivelmente mais adiantada em comparação à nossa realidade material. Se você puxa um link entre todos aqueles termos citados no primeiro parágrafo, vai perceber que todo o universo é vivo. O que nos parece como vácuo, é preenchido por algo cuja natureza desconhecemos e não conseguimos detectar, ainda. E esse algo é inteligente. E nos rodeia agora, neste exato momento e espaço no qual se encontra; e está agindo o tempo todo modificando a sua realidade, espelhando o que você é essencialmente. Você é um ponto que influencia e modifica essa matéria onipresente que tantos nomes possui. Eu chamo de Deus.

Daí pergunto: Será que são anjos – logo ANJOS, seres tão puros e evoluídos – me auxiliando servilmente aos meus anseios? Pouco provável, não concorda? Sina triste para um anjo ficar cuidando de um ser complicado como eu, hein? O homem criou a figura do anjo como forma de entender os acontecimentos propositais sem explicação, que o rodeiam e direcionam sua vida. Mas imagino que o que acontece é que o preenchimento do universo, esse preenchimento vital e inteligente, imanente e transcendente a tudo, modifica a realidade quase que mecanicamente, de acordo com as necessidades cármicas ou intenções mentais das pessoas. É como se fosse uma vida invisível, uma mecânica espiritual, consciente e precisa, que nos rodeia, que nos protege quando pensamos em proteção, e que nos atinge impiedosamente quando atingimos a nós mesmos interna e impiedosamente. Essa vida divina e onipresente apenas reflete, com precisão milimétrica, o que enviamos a partir de nossa mente, em direção a ela, ou seja, em direção ao universo.

 

[…] os astrônomos dispõem de provas de que a nossa galáxia — assim como, possivelmente, todo o universo — está IMERSA em um mar de matéria escura, cuja identidade ainda não foi determinada.  Brian Greene – O Universo Elegante

A Física e a transcendência designam apenas domínios diferentes da mesma realidade, que vão da camada mais baixa, onde ainda nos é possível objectivar completamente, até uma camada superior, na qual a visão se abre para as partes do mundo sobre as quais só se pode falar em metáforas. Hans-Peter Dürr

A idéia de que Deus é um gigante barbudo de pele branca sentado no céu é ridícula. Mas se, com esse conceito, você se referir a um conjunto de leis físicas que regem o Universo, então claramente existe um Deus. Só que Ele é emocionalmente frustrante: afinal, não faz muito sentido rezar para a lei da gravidade! Carl Sagan

De acordo com o pensamento oriental, a subdivisão da natureza em objectos separados não tem justificação, e os objectos têm todos um carácter fluído, encontrando-se em mudança permanente. A cosmovisão oriental é dinâmica, as suas características essenciais são o tempo e a mudança. O cosmo é visto como uma realidade indivisível ? em movimento permanente, viva, orgânica; simultaneamente espírito e matéria. Sendo assim, a imagem oriental do divino não é a imagem de um soberano que orienta o mundo a partir do alto, mas sim de um princípio que conduz tudo a partir do interior. Fritjof Capra

Veja um texto recente, que aprofunda esta visão.