Eu evito de todo jeito crer que meus insucessos derivam da inveja alheia.

Não acho que eu tenha o que ser invejado. E penso o mesmo a respeito de quem vive reclamando da inveja alheia no Facebook, principalmente mulheres. Diante dessas reclamações, sempre me pergunto mentalmente:

Ora, inveja do quê, minha filha?

Mas tem coisas que acontecem que me fazem rever essa postura.

Pois é!

Pois é! *

 

(* Os acessos em queda de um site cuja publicidade é importante fonte de renda para mim)

Por mais que você pense que não tem o que ser invejado, certas pessoas não admitem, ou esperam, que você sequer cresça um pouquinho que seja. Porque fundamentam a própria autoestima sobre a superioridade que acreditam ter sobre você.

Pois é, sobre você, que já acredita que vale pouco 🙂 Essa gente precisa escolher melhor seus parâmetros de comparação…

Algumas pessoas querem te ver bem. Mas nunca melhor que elas.

Mas não fazem por mal, é apenas uma questão de condicionamento psicológico. O sujeito que sempre esteve “melhor” que você, e que se habituou a essa condição, vai estranhar qualquer sucesso que você venha a apresentar e que possa pôr em risco o status quo, isto é, que possa inverter as posições de sempre.

E pior: o sujeito que sempre esteve por baixo, pode estranhar a nova condição de sucesso, e se sabotar para voltar ao lugar que, inconscientemente, ainda pensa pertencer: o chão.

É natural. São padrões psicológicos que nos esforçamos para manter, inconscientemente.

É como o escravo que, uma vez liberto, continua servindo ao antigo Senhor, já que não sabe (e nunca foi orientado para saber) o que fazer consigo mesmo.

E o pior não é o suposto invejoso, e sim você ( no caso, eu 😉 ), que tem uma fraqueza para essa questão.

“Um mesmo amuleto pode servir para ‘atrair sorte’ ou pra ‘espantar azar’.”

Às vezes esqueço de perseguir a sorte, e começo a fugir do azar. E quando você começa a fugir do que tem medo, no caso, do azar, ele começa a aparecer em todo canto.

Por mais que ele não exista. Sim, talvez você se pense invejado(a), mas o suposto invejoso não está nem aí para você, que segue com a neura da inveja.

Como disse no início, eu evito crer que possa ser invejado, porém, se evito, é porque volta e meia me pego com remorso por ter falado demais a respeito dos meus sucessos com quem se sente desconfortável com eles.

É essa necessidade de reconhecimento e afagos verbais que temos, a qual acaba fazendo com que demonstremos o que os outros não gostam de saber.

Parece melhor bastar-se, e parar de buscar por elogios e reconhecimento.

A lição que tiro pode ser melhor resumida por esse raciocínio atribuído a Einstein, mas que muito provavelmente não é dele:

Se A = sucesso, então A = X + Y + Z, onde X = trabalho, Y = lazer e Z = boca fechada.

Se você não banca sua exposição, NÃO OSTENTE.

Fica quieto!

Minta, para garantir. Diga que está quase pedindo esmola na rua.

Vão dar saltos de alegria.

(brincadeirinha) 😉

Contra a inveja e o mau-olhado: FIRMEZA DE ESPÍRITO

Acabei de comentar: Se você NÃO BANCA sua exposição, não se exponha.

Entretanto, se você se banca, isto é,  se consegue permanecer inabalável em suas crenças, alegrias e sucessos, mesmo diante de questionamentos, ironias e opiniões contrárias, poderá certamente estar mais á vontade quanto a compartilhá-las.

É o caso de grandes líderes, costumeiramente bem sucedidos. Opiniões contrárias e questionamentos simplesmente não abalam sua fé.

Nossa vulnerabilidade à inveja alheia se resume a uma questão de fé e confiança em nós mesmos.

Que a maioria de nós não têm em quantia suficiente.

Nossa sorte é que não é tão difícil fortalecermos essa fé e essa confiança em nós mesmos: basta permanecermos com o espírito firme, isto é, concentramo-nos cada vez mais em nós mesmos, em nossa vida e no que estamos fazendo. Basta, enfim, pararmos de dar atenção à vida dos outros e à possibilidade de estarem nos invejando ou não.

O problema entre o invejoso e o invejado, é que ambos ficam preocupados e dão mais atenção ao outrodo que a si mesmos.

Embora costuma-se reclamar da inveja como uma ação externa prejudicando a si, isto é, sob uma postura de vítima da maldade alheia, a verdade é que o problema nunca é o invejoso, e sim o indivíduo invejado, que dá mais atenção ao invejoso, dando ouvidos a ele e ficando inseguro com suas manifestações de inveja.

Porque no fim, é a própria insegurança daquele que se sente invejado, que o derruba.

Sobre a natureza do mau-olhado

O que alguns chamam de quebrante, ou quebranto, não passa do conhecido mau-olhado.

Acredito que o mau-olhado não seja necessariamente um tipo de energia negativa que mandam para nós. Embora em alguns casos, muito poucos, quando o invejoso faz isso intencionalmente, desejando o seu mal, é, de fato, uma energia negativa enviada.

Mas na maioria dos casos, não é. A coisa é mais simples, porém não menos atuante.

Você entende melhor o que é mau-olhado, quando lê esse texto do Stephen Kanitz sobre o poder da validação.

A validação positiva sobre nós ou sobre nossos resultados, através do reconhecimento e do elogio alheio, poderia ser considerada um bom olhado. Tem a ver também com as bênçãos, conforme comentei nesse texto.

O bom olhado seria um olhar positivo e engrandecedor vindo de quem consideramos. É o olhar que demonstra que estamos certos e legítimos do jeito que estamos. O mau-olhado, por sua vez, é um olhar questionador e diminuidor. É o olhar que critica sua posição e o leva a duvidar da validade de si e de seus feitos, trazendo profunda insegurança.

Por conseguinte, o mau-olhado seria uma desvalidação. Por exemplo, você chega todo contente para um amigo contando sobre uma promoção que você ganhou no trabalho, e ele, em vez de lhe parabenizar e ficar contente com seu sucesso, surge com algum questionamento qualquer ou alguma recomendação de cuidado:

Parabéns, legal mesmo! Mas cuidado com os obstáculos que vai enfrentar daqui pra frente. Você não tem noção de quanta gente vai querer puxar o seu tapete.

Eis um exemplo de desvalidação, isto é, um exemplo de mau-olhado. Todo um contentamento e uma satisfação são questionados por expectativas negativas do outro que, entenda, não necessariamente não gostou do seu sucesso, mas que foi infeliz ao despejar sobre sua felicidade toda uma série de questionamentos que talvez ele mesmo tenha passado.

Na intenção de alertá-lo(a), provocou uma certa broxada na sua empolgação, não soube ser agradável. Por aí vemos que maus-olhados são muito mais frequentes do que pensamos, e também, muito menos intencionais do que se acredita.

O que tem de gente que nos ama e que vive manifestando maus-olhados sobre nós, nossa vida e nossas realizações…

Mas por mais que sejam bem intencionados, não são menos perigosos.

***

Agora você me dê licença que vou ali tomar um banho de sal-grosso.

🙂