Existem dois tipos de .

A fé-confiança, e a fé-crença.

A fé-confiança é aquela fé prática e objetiva, da qual Jesus mais falou e pelo conhecimento da qual ele deu a vida: A fé em nossas capacidades, em nosso poder de ação e no fato de que em última instância, DEUS vai agir através de milagres, nos amparando naquelas necessidades que fogem do nosso alcance, enfim, movendo as montanhas que nossas forças não conseguem mover. É a fé que, sem obras, é morta.

A fé-crença é aquela fé em hipotéticos modelos de mundo pós-morte. Cada religião tem seu modelo de como o mundo será após nossa morte, cada qual com seus infernos e paraísos, limbos e cidades espirituais, anjos e demônios, fadas e duendes. Estas FÉs normalmente se baseiam em sistemas morais, logo, cada qual oferece também seus próprios sistemas de castigos e recompensas. É uma fé corporativa, à base da troca. Eu ofereço submissão, e Deus me paga com a “salvação“. Esta fé transcende, inclusive, a religião, adentrando ao campo da política.

O problema dos religiosos fanáticos é que eles confundem a segunda fé aqui descrita, com a primeira. Pensam que se acreditarem fervorosamente que o mundo pós-morte será conforme a religião prega, acontecerão os milagres que só a fé-confiança é capaz de promover. Confundem salvação com realização.

O problema dos espiritualistas muito livres, grupo no qual me incluo, é que pensam que ao compreenderem essa diferença, a fé-confiança vai começar a funcionar espontaneamente.

Não vai.

Porque confundem compreensão com realização.

As pessoas que mais utilizam a fé de modo favorável são aquelas pessoas de ação, empreendedoras, de sucesso, mesmo que um sucesso material, porque elas mergulham na vida, acreditam que é possível, confiam, e quando menos esperam, o mundo move montanhas para que elas possam passar.

O que Jesus veio dizer, na verdade, é que a fé, na forma de confiança, é um recurso acessível e democrático, que não depende da religião e de seus despachantes aqui na terra.

Mas quase ninguém entendeu.