Nos últimos dois anos aprendi muita coisa, tanto com a leitura de vários livros, quanto, também, através da internet, a qual nos permite o acesso a tanta informação boa (sim, ela existe, e não está no facebook).
E tenho percebido que quanto mais tenho me informado (minimamente, que seja) sobre as mais diversas correntes filosóficas e posições ideológicas, como feminismo, esquerda, conservadorismo, espiritualismo, ateísmo, agnosticismo, materialismo filosófico, enfim, mais tenho percebido o viés parcial com que essas ideologias abordam a realidade. E acabei entendendo que a polarização que surge do confronto entre essas idéias deriva do quase onipresente desconhecimento das partes quanto à realidade vivenciada por seus opostos ideológicos.
Como tem sido difícil para as pessoas PERCEBEREM o óbvio, isto é, que o EQUILÍBRIO só pode ser resultado da semelhante dosagem das forças opostas.
Mas não! É mais fácil crer que estou do lado certo da força e esculachar meus opostos com o despudor de quem tem a certeza de que não precisariam existir. Essa postura, tem nome, é preconceito.
Objetivamente, toda vez que você classifica qualquer coisa numa escala de valor SEM CONHECER A FUNDO o que está classificando (julgando), está manifestando preconceito. Mas não conhecemos a fundo praticamente TUDO que julgamos. Como a ignorância é (e sempre foi) o valor mais bem compartilhado sobre a Terra, é natural que todo julgamento tenda a ser efetuado com base num parcialíssimo ponto de vista do objeto julgado. É muito difícil conhecermos tudo que existiu e tem surgido atualmente em termos de realidades e conhecimento; praticamente nos locomovemos sobre o preconceito, até como foma de autopreservação mental (pensar dá trabalho) e ainda como questão de sobrevivência (há quem prefira morrer à ter que pensar).
Julgar sabendo que está julgando sem conhecer é aceitável, muito embora sempre perigoso. Julgar as coisas sem conhecê-las E sem a noção de que não as conhece não passa de um ato cego, e é o que mais acontece. Ora, não se conhece as coisas somente lendo livros sobre elas; só se conhece as coisas passando por elas, e vivenciando-as (o resto é teoria). As realidades pertencem aos que vivenciam-na, não aos intelectuais.
Quando temos a noção de que conhecemos muito pouco o que julgamos, praticamente perdemos o impulso de julgar.
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