Você provavelmente não sabe o que é, e certamente não usa. Eu também não sabia o nome, só sabia que me incomodava 😉 e acabei conhecendo o nome ênclise aqui.

A ênclise é um elemento gramatical e diz respeito à colocação pronominal. Exemplificando, a ênclise é a partícula “me” e “nos” presentes nos seguintes verbos: causa-me, causa-nos. 

Na minha importante opinião 😉 , a ênclise é um item da língua portuguesa que deveria ser “descontinuado”. Ora, salvo raríssimas excessões letradas, com suas falas sofisticadas, só se usa a ênclise de forma escrita, para agregar certo requinte ao texto. E quando ouvimos o uso de tal recurso em forma oral, é porque está sendo lido justamente de um texto de alguém que a utilizou para agregar certo requinte ao texto 😉 Eu sei, eu sei, eu sou chato.

Sempre achei incoerente escrever de forma diferente da forma com a qual se fala, já que conceitualmente a escrita nada mais é do que um registro do que se fala. Tanto que adotei neste blog a postura de escrever como se estivesse conversando com amigos. Insisto que quando encontro um jornalista ou blogueiro escrevendo “… pareceu-me interessante” sinto a mesma broxada que sinto quando algum aluno infeliz risca a ponta do giz na lousa causando aquele ruído estridente, que só falta trincar meus ossos.

Praticamente não vejo ninguém “usando-a” coloquialmente, nem grandes figuras da mídia e tal. Eu mesmo não me imagino escrevendo a seguinte frase: “Causa-me espanto tamanha insistência”. Credo! Mil vezes “Tanta insistência me causa espanto”. Mais simples, mais objetivo, mais realista.