Você provavelmente não sabe o que é, e certamente não usa. Eu também não sabia o nome, só sabia que me incomodava 😉 e acabei conhecendo o nome ênclise aqui.
A ênclise é um elemento gramatical e diz respeito à colocação pronominal. Exemplificando, a ênclise é a partícula “me” e “nos” presentes nos seguintes verbos: causa-me, causa-nos.
Na minha importante opinião 😉 , a ênclise é um item da língua portuguesa que deveria ser “descontinuado”. Ora, salvo raríssimas excessões letradas, com suas falas sofisticadas, só se usa a ênclise de forma escrita, para agregar certo requinte ao texto. E quando ouvimos o uso de tal recurso em forma oral, é porque está sendo lido justamente de um texto de alguém que a utilizou para agregar certo requinte ao texto 😉 Eu sei, eu sei, eu sou chato.
Sempre achei incoerente escrever de forma diferente da forma com a qual se fala, já que conceitualmente a escrita nada mais é do que um registro do que se fala. Tanto que adotei neste blog a postura de escrever como se estivesse conversando com amigos. Insisto que quando encontro um jornalista ou blogueiro escrevendo “… pareceu-me interessante” sinto a mesma broxada que sinto quando algum aluno infeliz risca a ponta do giz na lousa causando aquele ruído estridente, que só falta trincar meus ossos.
Praticamente não vejo ninguém “usando-a” coloquialmente, nem grandes figuras da mídia e tal. Eu mesmo não me imagino escrevendo a seguinte frase: “Causa-me espanto tamanha insistência”. Credo! Mil vezes “Tanta insistência me causa espanto”. Mais simples, mais objetivo, mais realista.
cristina falcão
23 de dezembro de 2010 as 12:27
CARO RONAUD, um Natal de Paz , um ano novo, bem bom!!!
Realmente vc foi chato neste assunto. O uso da enclise na linguagem oral é pertinente pois dá mais ênfase à sua fala, principalmente àqueles que se fazem de “surdos” ao que vc quer dizer. Usando a enclise em algumas falas os “surdos” passam a ouvir-nos! É como se fosse um “presta atenção”. Faça a experiência. Gosto de seus textos,pois causam-me sempre, boas reflexões. Grata.
Bianca Leilane
23 de dezembro de 2010 as 16:15
Ronaud, Roanud, percebo que vc tenha um certo “problema” com as regras gramaticais, algum trauma….rs…Meu querido, a ênclise é a posição “normal” dos pronomes oblíquos átonos nas frases, tanto que só pode ocorrer próclise se houver alguma palavra atrativa na frase, sendo assim, sua última frase está gramaticalmente incorreta. Outra coisa, a nossa língua materna não pode ser interpretada como “a escrita nada mais é do que um registro do que se fala”, muito pelo contrário, sabemos que a fala é algo espontâneo e modificativo, a escirta não. O que aconteceu é que infelizmente o povo brasileiro habituou-se a falar de qualquer jeito e acha isso lindo e maravilhoso, e saem por aí falando que a Língua Portuguesa é difícil de aprender, claro que é, afinal os seus próprios falantes não a respeitam como deveria.
Bjs!
ronaud
23 de dezembro de 2010 as 18:52
Oi Cristina. Pois é, eu avisei (que estava sendo chato) rs. Agora, veja bem, vc diz que o uso da ênclise é pertinente. Sim, pode ser, mas a maioria não usa, dessa forma, vejo que esta regrinha poderia ser dispensada, incluindo aí a tal mesóclise, a qual esqueci de mencionar e que acho que as últimas pessoas que utilizaram foram os tradutores bíblicos 🙂
Bianca, não são só (algum)as regras gramaticais que não “me descem”. Toda e qualquer regra que se mostra inútil ou antiquada, seguida cegamente, ou mantida ainda que em desacordo com a realidade (que está em constante transformação) me incita ao questionamento.
Vejo uma inversão de valores no seu comentário. É idealismo demais esperar que o “povo” (ora, esse ignorante 😉 ) se mobilize e siga as regras, “quietinho” e “bonitinho”. Não te parece muito mais coerente entender as regras (sejam quais forem, como leis ou costumes) como coadjuvantes e não como protagonistas desta coisa louca que chamamos REALIDADE?
Aline
29 de maio de 2015 as 8:46
eu acho bonitinho ênclise na forma oral
Ronaud Pereira
31 de maio de 2015 as 22:45
😉
Adriano Santos
22 de janeiro de 2016 as 16:19
Excelente matéria. Parabéns!
Adriano Santos, Apaixonado por e profissional na área de Adesivos de Parede, São Paulo – SP