Eu tive uma fase bem revoltada contra a igreja, contra o catolicismo, o cristianismo, contra Deus, o mundo, enfim. Achava Deus injusto, o cristianismo uma instituição meramente política, e as igrejas, um antro de mentira, poder e dinheiro. Mas nessa fase, eu tinha 14 anos de idade e estava dando os primeiros passos numa vida mais reflexiva.

Graças a Deus (sem trocadilho), eu evolui bastante durante os 18 anos seguintes. Hoje entendo que a Igreja tem muitos pontos positivos, e uma ação positiva na sociedade. Ao menos, mais positiva do que se a sociedade não tivesse nenhuma condução espiritual e moral. Compreendi que a igreja é necessária para a sociedade, principalmente para as camadas mais pobres, ainda muito ignoradas pela elite.

Entendi, enfim, que se é ruim com ela, seria pior sem ela.

Claro que a igreja já cometeu barbaridades. Muitas e imperdoáveis. Mas isso foi há séculos. Os tempos passaram, o pensamento humano evoluiu e junto evoluiu o pensamento cristão (esse mesmo pensamento que ainda tem que evoluir um bocado mais). Portanto, criticar a visita do Papa ao Brasil lembrando dos erros que a igreja cometeu na idade média é como você desqualificar a intenção de um adulto lembrando dos erros que ele cometeu quando era criança.

Essa compreensão das coisas me faz ver com certo receio quem critica a igreja de modo muito ferrenho, demonstrando sua incapacidade de ver a situação como um todo, e que muito provavelmente, não se deu o trabalho de estudar mais a respeito e pegou opiniões prontas de gente que também teve preguiça de estudar e saiu berrando sua visão estreita da igreja aos quatro ventos.

Parecem adolescentes de 14 anos metidos a pensadores críticos…