Recentemente comecei a ler, sem a menor pressa, o livro Comunicação em Prosa Moderna, do Othon Garcia. Encaro tal leitura como uma “reciclagem” profissional. É desnecessário dizer (mas digo mesmo assim) que o livro é sensacional e, atendendo perfeitamente meu interesse atual pelo tema, tem me deixado fascinado, mais uma vez, pela nossa língua portuguesa.

A leitura do livro citado só reforçou – depois de anos – o que eu já considerava desde meus tempos de colégio: Que a tal análise sintática tem um quê de “coisa do além”, ou seja, é daquelas coisas que existem mas não podem ser rigorosamente comprovadas. A análise sintática é imprecisa, ilógica, confusa, enfim, praticamente uma atividade artística.

Predicados nominais, predicativos do objeto, verbos de ligação, verbos transitivos diretos ou indiretos e os irreconhecíveis intransitivos; E mais: complementos nominais e verbais, objetos diretos e indiretos, os misteriosos agentes da passiva (Já pensou que “Os Agentes da Ativa” daria um excelente nome de grupo de pagode? 😉 ). E ainda tinha os gêmeos adjuntos adnominais e adverbiais. Enfim, apontar num parágrafo termos como esses sempre me soou tão aterrorizante quanto impossível.

Sempre desconfiei que nem os professores tinham certeza do que ensinavam, afinal, muitas daquelas classificações sintáticas dependem dos significados de certos termos na frase e sabemos que as pessoas podem entender um mesmo enunciado de formas diferentes e no fim, cada um está com razão 😉